30 anos depois, Zâmbia chora a morte da seleção nacional em acidente de avião
18 futebolistas estavam entre os 30 mortos depois de um avião da força aérea zambiana se ter despenhado ao largo da costa do Gabão, pouco depois de uma paragem para reabastecimento de combustível numa viagem para Dakar, onde a Zâmbia ia disputar um jogo de qualificação para o Campeonato do Mundo contra o Senegal.
A maior parte da equipa era constituída por internacionais experientes, com perspetivas de ficarem em primeiro lugar no grupo de qualificação e garantirem a primeira presença na fase final do Campeonato do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.
Uma falha no motor após a descolagem de Libreville fez com que o avião se despenhasse no mar, matando todos a bordo, incluindo os treinadores, a equipa médica e a tripulação.
Foi um golpe devastador, disse o capitão Kalusha Bwalya, que assistiu à notícia do acidente pela CNN a partir de sua casa nos Países Baixos, já que era um dos quatro jogadores que iam voar a partir da Europa, em vez de embarcar no avião que partiria de Lusaka.
No entanto, apenas dois meses mais tarde, Bwalya conduziu uma equipa reconstituída à vitória em jogo de qualificação para o Campeonato do Mundo contra Marrocos, ao converter da melhor forma um livre direto que passou por cima da barreira e desencadeou celebrações extasiantes.
"Os amigos que tínhamos perdido estavam nos nossos pensamentos e fizemos uma partida maravilhosa por eles", recordou.
Um ano após o acidente, a equipa chegou surpreendentemente à final da Taça das Nações Africanas de 1994 na Tunísia, perdendo por 2-1 com a Nigéria.
A cerimónia de sexta-feira terá início num monumento à sombra do Estádio da Independência, em Lusaca, onde foram sepultados os jogadores que morreram no acidente. Os homenageados dirigir-se-ão ao novo Estádio dos Heróis Nacionais, construído nas proximidades.
20 anos após o desastre, a Zâmbia conquistou finalmente o título africano - no Gabão, local do acidente. Poucos dias antes da final, os jogadores deitaram flores ao mar na praia onde os corpos tinham dado à costa.
"Queríamos homenagear os jogadores mortos e isso fortaleceu-nos. O avião caiu no Gabão e ganhámos a final no Gabão. É um sinal do destino", disse na altura o treinador Hervé Renard.