A “insaciável” Bárbara Timo vai procurar o que lhe falta para chegar às medalhas
A 14.ª colocada do ranking mundial concluiu na quinta posição a participação no Grand Prix de Portugal, na categoria feminina de -63kg, ao perder no combate de atribuição do bronze com a húngara Szofi Ozbas, sétima da hierarquia e segunda cabeça de série.
O Grand Prix de Portugal foi a quarta competição consecutiva em que Bárbara Timo perdeu na luta pelo bronze, depois do Europeu e dos Grand Slams de Baku e Tóquio.
“Nas minhas últimas quatro competições, tenho disputado medalhas e têm sido uns dias muito difíceis. Já devo ter feito mais de 20 lutas nas últimas quatro provas. Quer dizer que estou a saber lidar com a pressão e a saber competir, com resistência física e mental, mas está a faltar alguma coisa. Sou insaciável e vou procurar essa coisa”, disse.
No combate de atribuição do bronze, a judoca do Benfica sofreu dois waza-ari perante a húngara, o que manteve Portugal sem medalhas na terceira edição do evento, após três pódios no ano passado - incluindo um ouro de Timo - e quatro na edição inicial.
“Não vim com pressão de repetir o ouro do ano passado, mas vim com a confiança de que era capaz. Perder essa oportunidade de ter uma medalha em casa dececiona. Dói tudo. Eu e a minha equipa trabalhámos muito para chegarmos aqui da melhor maneira possível. Estou realmente chateada e triste, mas sei que estou no caminho”, ressalvou.
Bárbara Timo falhou o acesso à final devido à derrota nas meias-finais, onde defrontou a australiana Katharina Haecker, quarta da hierarquia mundial da categoria e primeira cabeça de série, por intermédio de waza-ari, após mais de sete minutos de combate.
Isenta na primeira ronda, a judoca portuguesa despachou a segunda ronda, perante a indiana Himanshi Tokas (163.ª), com um ippon em apenas 13 segundos de combate, rumando os oitavos de final da prova, com a sul-coreana Jisu Kim (32.ª da hierarquia).
Nesse combate, Bárbara Timo levou a melhor através de dois waza-ari, sendo que, nos quartos de final, encontrou a israelita Inbal Shemesh (12.ª), que acabou por acumular castigos (hansoku-make), oferecendo o apuramento para as meias-finais à portuguesa.
“Fui para o Brasil de férias e tive de refrescar a cabeça com a minha família, precisava disso. Não estou no meu melhor fisicamente e a perda de peso desta vez custou muito, com a picanha do Brasil. Mas quando estou com vontade e quero competir, as coisas correm bem. Hoje, correu bem até metade do dia”, realçou, com risos entre lágrimas.
Na próxima semana, Bárbara Timo vai a Paris, mas apenas para o estágio internacional, abdicando da participação no Grand Slam da capital francesa: “Mais vale descansar e aproveitar os treinos, pois ainda vai haver muitas maratonas até aos Jogos Olímpicos”.
A britânica Lucy Renshall sucedeu à portuguesa e conquistou a medalha de ouro, após vencer na final Katharina Haecker, carrasco de Timo nas meias-finais, ao passo que os bronzes foram para Ozbas e Inbal Shemesh, que a portuguesa curiosamente derrotou.
O Grand Prix de Portugal abre anualmente o calendário internacional e pontua para os Jogos Olímpicos Paris 2024, decorrendo entre este sábado e domingo no Pavilhão Multiusos de Odivelas, onde são esperados 624 judocas de 90 países, de acordo com a organização.