A marca de Franz Beckenbauer no mundo do futebol em seis datas importantes
Desde o seu primeiro troféu com o Bayern de Munique, em 1966, até à organização do Campeonato do Mundo da FIFA de 2006, a AFP recorda seis datas importantes em meio século de futebol.
1970: Resistir ao braço deslocado no Mundial
Em 17 de junho de 1970, a Alemanha enfrentou a Itália nas meias-finais do Campeonato do Mundo na Cidade do México. Pouco depois da hora de jogo, numa tentativa de marcar um penálti (ganhou apenas um livre), Beckenbauer mergulhou na área italiana, mas caiu com gravidade sobre o braço direito, deslocando-o e fraturando a clavícula. O treinador da Alemanha Ocidental, Helmut Schoen, já tinha feito as duas alterações permitidas e o Kaiser continuou a jogar. Após o golo de empate de Karl-Heinz Schnellinger nos descontos, Beckenbauer jogou durante o prolongamento, com o braço amarrado. Gerd Mueller marcou dois golos, mas a Itália marcou três vezes e venceu por 4-3.
1972: Bola de Ouro histórica
O guarda-redes da União Soviética Lev Yashin (em 1963) tinha sido o único não atacante a ganhar a Bola de Ouro desde a sua criação em 1956. Beckenbauer, um líbero naquela altura da sua carreira, mudou isso quando venceu em 1972, depois de levar a Alemanha Ocidental ao título europeu, na Bélgica, durante o verão. Ele superou os companheiros de seleção Gerd Mueller e o médio Guenther Netzer, que empataram em segundo lugar com dois votos a menos. Quatro anos mais tarde, ganhou o prémio pela segunda vez. Na história do troféu, apenas dois outros defesas foram premiados: O alemão Matthias Sammer (1996) e o italiano Fabio Cannavaro (2006).
1974: Título mundial em casa
Nascido em Giesing, um bairro da classe trabalhadora no sul de Munique, Beckenbauer jogou pela primeira vez no Estádio Olímpico da cidade, construído para os Jogos Olímpicos de 1972, no Mundial de 1974. Apesar de uma derrota humilhante para a Alemanha Oriental na fase de grupos, os alemães ocidentais chegaram à final contra a Holanda de Johan Cruyff e venceram por 2-1. O capitão Beckenbauer ergueu o troféu diante de 78.200 espectadores.
1976: O triplete europeu
Beckenbauer também acumulou troféus de clubes. Com o Bayern de Munique, completou um hat-trick de títulos da Taça dos Campeões Europeus em 1976, quando o Bayern derrotou o Saint-Etienne por 1-0 em Glasgow. Com o Bayern, Beckenbauer acrescentou um 13.º e último troféu como jogador, a Taça Intercontinental, em novembro de 1976.
1990: Nos passos de Zagallo
Depois de a Alemanha ter sido eliminada do Euro-1984 na primeira ronda. Beckenbauer, que tinha dito que não queria ser treinador, cedeu ao apelo e assumiu o cargo. Levou a Alemanha à final do Campeonato do Mundo de 1986, onde perdeu para a Argentina de Diego Maradona (3-2). Quatro anos depois, em Roma, a Alemanha vingou-se da Argentina, vencendo a final por 1-0. Beckenbauer imitou o brasileiro Mario Zagallo ao ganhar o Campeonato do Mundo como jogador e treinador, um feito mais tarde alcançado pelo francês Didier Deschamps.
2006: Beckenbauer conduz o Campeonato do Mundo
Beckenbauer entrou para a administração, tornando-se presidente do Bayern. Em seguida, liderou a candidatura da Alemanha ao Campeonato do Mundo de 2006, embora a vitória por 12-11 sobre a África do Sul na votação tenha atraído mais tarde a atenção dos tribunais suíços, manchando a reputação da lenda alemã. Durante o evento, Beckenbauer foi mais uma vez a estrela, voando de helicóptero de estádio em estádio, assistindo a 48 dos 64 jogos e convivendo com líderes mundiais.