Afastado a poucos jogos de renovar: "Disse-lhes que não trocaria a cláusula por dinheiro"
"Joguei todos os jogos nos últimos dois meses antes do final do período de transferências e tinha no meu contrato que, se jogasse um certo número de jogos como titular, o meu contrato seria automaticamente prolongado por um ano", contou, ao podcast Livesport Daily, do Flashscore.
"Mas depois a direção do clube contactou-me e disse que queria rever o meu contrato e anular a cláusula. Eles queriam que eu terminasse a temporada lá, mas o técnico quis reformular o plantel", acrescenta o lateral esquerdo.
O Ankaragücü chegou mesmo a oferecer dinheiro a Hanousek para rescindir essa cláusula, mas o futebolista checo recusou.
"Em retrospetiva, sei que fui desnecessariamente orgulhoso, senti que merecia outro contrato devido ao meu desempenho. Por isso, disse-lhes que não trocaria a cláusula por dinheiro. Mandei-os embora. E a coisa ficou feia rapidamente, eles não queriam que a cláusula fosse acionada a qualquer custo, por isso tornei-me inútil para eles. Tiraram-me da lista de jogadores. Isso significa que, apesar de ter um contrato válido, não posso jogar até ao final da época", lamenta Hanousek.
O jogador checo admite que chegou a procurar outro clube assim que percebeu que não iria jogar mais pelo Ankaragücü esta temporada.
"Tudo isto aconteceu mesmo antes do fim do período de transferências. O meu agente e eu tínhamos cerca de dez horas para encontrar um novo clube. Eu queria ficar na Turquia, mas infelizmente não conseguimos encontrar outro clube em tão pouco tempo, por isso acabou por ser assim", contou.
"O ponto alto foi quando, na véspera, cheguei ao balneário e o treinador disse que me utilizaria para mais um jogo. Eu jogaria no domingo e seria expulso da equipa na segunda-feira. Claro que recusei. De qualquer forma, devia ter aceitado a compensação financeira", reconhece Hanousek com algum distanciamento.
No entanto, o jogador de 30 anos não desistiu da Turquia e imagina que poderá continuar a jogar no país.
"O meu filho chegou a uma idade em que começa a fazer contactos sociais, começou a frequentar o jardim de infância na Turquia. Por isso, seria bom ficar no mesmo país. Mas, de resto, não estou a defender nada, sei por experiência própria que um novo compromisso pode ser criado em poucas horas. Só não gostaria de ir para um sítio onde não nos sentíssemos seguros como família. E, por razões morais, a Rússia está, naturalmente, fora de questão para mim", conclui Hanousek.