Djokovic falhou dois dos quatro Grand Slams em 2022 - em Melbourne e Nova Iorque - porque não foi vacinado contra a COVID-19, mas vai ser autorizado a entrar na Austrália para a edição de 2023.
Alcaraz, de 19 anos, aproveitou ao máximo a ausência de Djokovic, de 35 anos, no Open dos Estados Unidos, garantindo o primeiro troféu da sua carreira num Grand Slam e tornar-se o mais jovem número um de sempre da ATP no processo.
O espanhol admitiu, no entanto, estar contente por Djokovic poder competir no Parque de Melbourne, saboreando a perspectiva de poder enfrentar campeão de 21 grandes torneios e que ganhou o Open da Austrália por nove vezes - um recorde.
"No ténis é melhor ter os melhores jogadores do mundo, e para os fãs também é bom ver um torneio com os melhores jogadores", disse Alcaraz aos repórteres em Abu Dhabi, onde vai participar no evento de exibição do Campeonato Mundial de Ténis de Mubadala.
"Falando por mim, quero ver Novak a jogar em todos os torneios. Sempre disse que, se se quer ser o melhor, é preciso vencer o melhor jogador do mundo. Sou um felizardo por ter o Djokovic no torneio".
Alcaraz revelou ter recuperado a "quase 100%" de uma lesão abdominal que o forçou a retirar-se dos quartos de final do Paris Masters contra Holger Rune no mês passado, que o excluiu dos últimos dois eventos da época de 2022 - as ATP Finals e da Taça Davis.
"Sinto-me finalmente bem. Tive um mês para recuperar bem o abdominal e neste momento sinto-me quase 100%. Tenho estado a treinar normalmente esta última semana e sinto-me óptimo", disse o natural de Múrcia.
Homem perseguido
Alcaraz vai disputar dois jogos em Abu Dhabi, no sábado e domingo, e não está previsto jogar nenhum torneio oficial antes do Open da Austrália, que começa em 16 de Janeiro.
O adolescente espanhol reconhece que será o perseguido na digressão da próxima temporada e disse numa entrevista recente ao canal Arab News que está pronto a perder a o ranking de número 1, mas que vai lutar arduamente para o recuperar.
"Claro que ter um alvo nas costas vai ser um pouco diferente para mim este ano e tenho de estar preparado para isso", disse Alcaraz na sexta-feira.
"Vou tentar terminar 2023 na mesma posição que estou neste momento. Vai ser um ano longo, mas é claro que vou gostar".
Alcaraz ganhou o seu único encontro com Djokovic na meia-final do Masters de Madrid este ano, tendo também despachado Rafael Nadal a caminho de se tornar o mais jovem vencedor do torneio.
O espanhol ganhou cinco dos seus seis títulos individuais do ATP Tour em 2022, incluindo o Open dos Estados Unidos e dois Masters 1000s.
Alcaraz espera que esta próxima campanha seja a mais dura até agora, acrescentando que será "muito disputada" com muitos jogadores capazes de competir nos grandes eventos.
É um sentimento também partilhado pelo número quatro mundial Stefanos Tsitsipas, que disse em Abu Dhabi que o regresso de Djokovic à Austrália vai obrigar todos a subirem a qualidade do seu jogo.
"A competição vai ser mais elevada. O senhor Djokovic vai começar a época diretamente no Open da Austrália, pelo que não vai haver mais atalhos", disse o grego.