Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Alemanha confessa "irritação" com a FIFA devido aos problemas no Catar e Irão

Reuters, Bruno Henriques
Bernd Neuendorf não apoia a reeleição de Infantino
Bernd Neuendorf não apoia a reeleição de InfantinoAFP
A Federação Alemã (DFB) já tinha tornado pública a intenção de não apoiar Gianni Infantino nas próximas eleições da FIFA. Bernd Neuendor justificou a decisão com a falha do organismo que regula o futebol mundial em lidar com os atropelos aos direitos humanos no Catar, antes de organização do Mundial-2022, e com a não tomada de decisão em relação à crise sociopolítica no Irão.

Primeiro país do Médio Oriente a ser escolhido como organizador de um Campeonato do Mundo, o Catar tem estado debaixo de intensa pressão devido ao tratamento dos trabalhadores migrantes que ajudaram a construir as infraestruturas do recinto e às leis restritivas que atropela algums dos mais elementares direitos humanos.

Polémicas que motivaram a Alemanha a mostrar-se contra a reeleição de Gianni Infantino no próximo congresso da FIFA.

"Foi uma decisão que tomámos. Não é simples, mas acho que é preciso afirmar aquilo em que acreditamos. O Gianni Infantino vai ser reeleito, muito provavelmente, mas depois daquilo que disse há duas semanas, de que os direitos humanos não devia ser o foco, mas sim o futebol... ficámos consideravelmente irritados", explicou Bernd Neuendorf, presidente da DFB.

Outro dos factores que contribuiu para este desconforto com o atual presidente da FIFA foi o facto do organismo ter proibido a Dinamarca de utilizar uma camisola com o slogan Direitos Humanos para todos. "Não é uma tomada de posição política, é algo universal aa que todos devem ter direito", atirou.

Por último a tensão sociopolítica no Irão e a forma como a FIFA tem lidado com a situação também foi alvo de críticas.

"Aquelas mulheres corajosas precisam, e merecem, o nosso apoio. A seleção nacional já se distanciou do governo de Teerão, o que é um bom sinal, mas a FIFA não é capaz de tomar uma posição. Fê-lo no caso da Dinamarca, mas aqui não", concluiu.

Recorde-se que o Irão mergulhou numa onda de protestos depois da morte de Mahsa Amini em setembro, uma mulher de 22 anos que foi detida pela polícia da moralidade por alegado uso indevido do hijab. Desde então, várias pessoas têm saído à rua para protestar contra o governo de Teerão.