Alexandra Popp despede-se como a primeira superestrela do futebol feminino alemão
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A derrota da Alemanha por 1-2 com a Austrália no jogo de preparação foi apenas uma questão secundária, já que 26.263 adeptos lotaram a MSV-Arena para dar a Popp uma despedida emocionante do futebol internacional.
A multidão levantou-se aos 16 minutos, quando Popp foi substituída e passou a braçadeira de capitã para Giulia Gwinn, a jogadora que provavelmente será o rosto do futebol feminino na Alemanha.
Popp disse aos repórteres que se divertiu muito durante a sua carreira: "Cheguei à seleção como uma menina... De repente, tornei-me uma líder".
Popp disse que "lutou (contra as lágrimas) durante o hino", acrescentando "e depois disso derramei uma ou duas lágrimas... Quando as lágrimas vêm, elas vêm".
"Foi muito hoje, mas estou muito grata por ter podido viver tudo de novo", disse ela.
A substituição precoce, embora dececionante para alguns, foi planeada de antemão.
"É claro que queremos continuar a jogar. Se não fosse assim, eu teria de deixar de jogar no meu clube (Wolfsburgo)", disse ela.
O novo selecionador alemão Christian Wuck, que fez o primeiro jogo em casa após a vitória de sexta-feira por 3-4 sobre a Inglaterra em Wembley, enfatizou a importância do jogo com as Matildas, já que faltam apenas oito meses para o Euro-2025 na Suíça.
"Ela é uma líder absoluta. As raparigas começaram a jogar futebol graças a ela. Isso é um grande feito", disse Wuck à rede alemã ZDF.
No seu 145-º jogo pela seleção alemã, a capitã de 33 anos não conseguiu aumentar a sua contagem de 67 golos. Estava em campo quando Selina Cerci inaugurou o marcador, aos cinco minutos, mas já se tinha despedido quando a australiana Kyra Cooney-Cross empatou com um belo remte a 40 metros de distância, pouco antes do intervalo.
A 13 minutos do fim, Clare Hunt marcou o golo da vitória australiana.
Onde tudo começou
Na conferênica de imprensa de domingo, Popp reconheceu o "romance" da ocasião e disse que "não há nada mais bonito do que terminar onde tudo começou".
Em 2008, disputou a sua primeira partida profissional no mesmo campo ao serviço do MSV Duisburg, com o qual conquistou a Liga dos Campeões. A estreia pela seleção da Alemanha aconteceu em fevereiro de 2010.
Depois de 14 anos, dois títulos da Liga dos Campeões, sete títulos da Bundesliga e 13 Taças da Alemanha, Popp tornou-se a primeira jogadora a desfrutar da fama a um nível próximo ao dos homens na Alemanha. Medalhista de ouro olímpica em 2016, o reinado de Popp coincidiu com o crescimento do futebol feminino em todo o mundo.
No entanto, Popp não conseguiu aumentar o número de títulos da Alemanha em duas Campeonatos do Mundo e oito Campeonatos Europeus, um sinal de como o resto do mundo já alcançou as alemãs.