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Ana Peleteiro fala sobre a adoção e a sua relação com a mãe biológica

Ana Peleteiro, atleta espanhola
Ana Peleteiro, atleta espanholaAGENCE KMSP/ KMSP/ KMSP via AFP
Ana Peleteiro participou num dos programas do podcast "A solas con...", de Vicky Martín Berrocal. A atleta espanhola de triplo salto, que nunca deixa ninguém indiferente, falou sobre a sua mãe biológica.

A adoção nunca significou algo negativo para Ana Peleteiro. Bo entanto, como reconhece, só nos Jogos Olímpicos de 2016 é que colocou as cartas na mesa perante a família,

"Estávamos a comer a ver os Jogos do Rio, eu fiquei de fora por causa de uma lesão, e fiz um comentário assim: 'Como a minha mãe biológica morreu...'. A minha mãe disse-me: 'O que estás a dizer, Ana? A tua mãe não morreu, ela deixou-te'", contou.

Esta questão, sobre a qual não falava com a família até àquele momento, era delicada. A mãe biológica de Ana Peleteiro abandonou-a em frente a um hospital. Apesar disso, a atleta explica que esta ação requer coragem e generosidade. 

"Imagina dar à luz a tua filha e ter de a entregar. Eu podia morrer. Só de pensar nisso, dá-me vontade de chorar. É preciso ser muito corajoso. Não a posso julgar", explicou.

A sua experiência

"Tem sido um longo caminho, porque toda a minha vida tive a síndrome da criança adotada. Falei com outras pessoas que foram adotadas e todos concordamos com a mesma coisa: criámos o nosso próprio filme, a nossa própria história", revelou a campeã europeia.

Não ter falado do assunto com a família foi uma forma de se refugiar: "Foi um bocadinho para evitar a dor do abandono, que, se não tiveres maturidade suficiente, não és capaz de chegar lá, porque assumir o abandono...".

Ana Peleteiro também admitiu não ter curiosidade sobre a sua mãe biológica, mas sobre as condições em que esta se encontrava quando a deu para adoção.

"Só tenho curiosidade porque no ano passado, falando com a minha mãe quando a Lúa já tinha nascido, ela mostrou-me a minha certidão de nascimento. A gente vê e é uma pena, porque diz: Gravidez de risco por não ter acompanhado a gravidez. Rapariga de 18 anos. Segunda gravidez", contou.

"Nunca ninguém me procurou, ou pelo menos nunca ninguém veio ter comigo. Se a minha mãe biológica está viva, ela deve saber quem eu sou de certeza, porque eu apareço na imprensa e é um assunto sobre o qual nunca fui informada. Por outras palavras, ela nunca me procurou e estou grata por isso, porque tenho uma vida muito boa e talvez tudo isso me desestabilize", reconheceu.

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