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Análise Argentina: Messi e companhia à procura de fazer história no Catar

Análise Argentina: Messi e companhia à procura de fazer história no Catar
Análise Argentina: Messi e companhia à procura de fazer história no CatarProfimedia
Os bicampeões mundiais, que aguardam pelo terceiro troféu no Campeonato do Mundo há 36 anos, chegam ao Catar como um dos maiores favoritos. Os argentinos confirmaram essas aspirações ao vencerem a Copa América-2021. Nessa altura, conseguiram derrotar o Brasil em sua casa, num Maracanã lotado no coração do Rio de Janeiro. A Argentina não teme ninguém e Lionel Messi vai fazer o seu melhor para alcançar Diego Maradona e dar à nação tanta alegria como o divino Diego fez, em 1986.

Introdução

O Mundial-2018 terminou em completo desastre e Jorge Sampaoli perdeu o lugar de selecionador. Foi temporariamente substituído pelo seu assistente Lionel Scaloni, que mais tarde teve oportunidade de liderar a equipa na Copa América-2019. Nessa altura, já não era treinador interino. Levou a equipa a um terceiro lugar e dois anos mais tarde ao topo do pódio. Agora, como o treinador mais jovem na fase final deste Mundial, Scaloni, de 44 anos, está a preparar os albicelestes para conquistar o troféu mais importante do mundo do futebol. E deve-se dizer que os preparativos estão a correr bem até à data.

Depois de uma vitória contundente por 5-0 sobre os Emirados Árabes Unidos em jogo de preparação para o torneio, os argentinos somam 36 jogos sem perder à entrada para a competição. O último desaire foi nas meias-finais da já mencionada Copa América, em 2019. No Grupo C do Mundial-2022, o jogo de estreia dos argentinos é diante da Arábia Saudita e pode servir para igualar o recorde histórico de jogos sem perder de uma equipa nacional sénior, que pertence à Itália, com 37 partidas. A série terminou um mês depois de a seleção transalpina ter vencido o Euro-2020.

Formação de Scaloni pode bater o recorde de invencibilidade
Formação de Scaloni pode bater o recorde de invencibilidadeProfimedia

Pontos fortes

Como convém a um favorito no Campeonato do Mundo, a Argentina tem muitos pontos fortes. Já há alguns anos que, quando pensamos na equipa nacional argentina, o que nos vem à cabeça é Lionel Messi e a escandalosamente forte linha ofensiva dos albicelestes. Desta vez não é diferente. Há apenas alguns anos, o ataque era constituído por Messi, Aguero, Di Maria ou Gonzalo Higuaín. Alguns nomes mudaram, mas o poder de fogo mantém-se. Na atual equipa de Scaloni, os já referidos Messi e Di Maria são os principais responsáveis pelo ataque, assim como o sempre letal Lautaro Martínez. Ele e Messi foram responsáveis por sete golos cada na campanha de qualificação.

Contudo, não são apenas os avançados que fazem sentir a sua presença no campo. A força da Argentina reside também no meio-campo, onde o seu centro criativo mantém bem a posse de bola e cria muitas oportunidades para os três da frente.

Durante a fase de qualificação para o Campeonato do Mundo, Giovani Lo Celso e Rodrigo de Paul foram líderes da equipa neste aspecto. Lo Celso acumulou cinco assistências, mas infelizmente, foi descartado do torneio devido a lesão. O segundo somou três assistências e esteve entre os melhores jogadores da América do Sul nesta métrica.

Com os médios que se sentem confortáveis com a bola nos pés e exibem regularmente a sua criatividade, é fácil para a Argentina assumir o controlo dos jogos. Durante a qualificação, registaram uma menor percentagem de posse de bola do que os seus adversários em apenas três jogos, e mesmo assim conseguiram vencer todos esses jogos. A equipa de Scaloni mantém a bola maravilhosamente e pacientemente à procura de um caminho para a baliza.

Nos primeiros anos de Messi na seleção nacional, os problemas da Argentina eram principalmente defensivos. Quanto mais longe dos avançados, mais o nível dos jogadores parecia baixar, culminando com o guarda-redes. Nos últimos anos, faltou à Argentina um par de mãos seguro entre os postes, um guarda-redes de classe mundial.

Scaloni esforçou-se muito para encontrar a melhor opção na baliza e, após ter tentado oito guarda-redes, optou por Emiliano Martinez. O jogador do Aston Villa teve uma grande temporada no clube, que também transferiu para a equipa nacional. Na qualificação para o Campeonato do Mundo, registou seis jogos sem sofrer golos e alcançou a maior taxa de remates defendidos por qualquer guarda-redes na competição. O desempenho de Martínez - e da defesa como um todo - será vital para qualquer sucesso que a Argentina possa vir a ter no Catar.

Emi Martínez deverá assumir a baliza
Emi Martínez deverá assumir a balizaProfimedia

Pontos fracos

Os albicelestes viajam para o Catar a meio de uma sequência de 36 jogos sem derrotas, durante a qual ganharam a Copa América. Para além disso, têm Messi no plantel, um dos melhores futebolistas da história do desporto. Isso fala por si.

Se fosse fácil encontrar alguma fraqueza na equipa argentina, não seriam um dos favoritos para ganhar o torneio.

A única fraqueza significativa a mencionar é a lesão de Lo Celso, que falhará o Campeonato do Mundo e foi uma figura muito importante para a seleção na qualificação. Esta questão particular não deve ser vista como uma grande fraqueza para a equipa como um todo, embora a sua ausência seja uma perda.

Se houvesse algo a apontar, seria possivelmente a história das fases finais envolvendo a equipa argentina na era Messi. Na Copa América-2007, Mundial-2014, Copa América-2015 e na Copa América-2016, a Argentina esteve nas finais destas competições e, no entanto, Messi não pôde ganhar o seu cobiçado primeiro troféu com a equipa nacional até 2021.

Essa história de quase vitórias sugere que talvez as questões de mentalidade e capacidade de liderança nos jogos mais importantes sejam as suas verdadeiras fraquezas como equipa.

XI Ideal

Emiliano Martinez - Nahuel Molina, Christian Romero, Nicolas Otamendi, Nicolas Tagliafico - Guido Rodriguez, Leandro Paredes, Rodrigo de Paul - Angel di Maria, Lautaro Martinez, Leo Messi

Se a força de uma equipa pode ser demonstrada pela qualidade dos substitutos, então o facto de a Argentina ter regularmente Paulo Dybala e Lisandro Martinez sentados no banco mostra o poderia deste plantel.

Como mencionado anteriorente, nos últimos tempos, a Argentina tem tido os seus maiores problemas na baliza e na defesa central. Tem sido difícil encontrar jogadores que correspondam à qualidade de jogadores como Sergio Romero, Ezequiel Garay e Martin Demichelis, que apareceram nessas posições cruciais na final do Campeonato do Mundo de 2014.

É certo que ainda lhes faltam jogadores de primeira classe nestas posições, mas tanto a forma atual como a idade de Lisandro Martinez e Cristian Romero, de 24 anos, provam que, tanto no Catar como nos anos vindouros, não deve haver grandes preocupações na defesa.

Na ausência de Lo Celso, o meio-campo parece de facto um pouco mais fraco e mais responsabilidades de jogo terão de ser assumidas por De Paul, mas também há a possibilidade de Messi recuar para o meio-campo para recolher a bola.

Rodrigo de Paul vai ser um dos destaques da equipa
Rodrigo de Paul vai ser um dos destaques da equipaProfimedia

Não há, como se pode adivinhar, problemas no ataque. A Argentina sempre foi famosa pelos seus soberbos atacantes. Lautaro Martinez e Julian Alvarez, que joga no Manchester City, mostram que também não deve haver falta de poder de fogo no futuro. Ambos são, naturalmente, liderados pelas lendas que ainda são o verdadeiro pulsar do coração desta equipa - Messi e Di Maria.

A narrativa de Messi

Na Argentina, diz-se que o tempo não é medido por meses ou anos, mas sim pelo Campeonato do Mundo.

O país vive e respira futebol, mas a última vez que puderam verdadeiramente intitular-se o melhor país do mundo foi em 1986, no torneio em que Maradona marcou o famoso golo da mão de Deus contra a Inglaterra.

Para muitos jovens adeptos, estes são apenas tempos pré-históricos e imagens de sépia desfocadas. Mas, tal como o tempo é medido pelos Campeonatos do Mundo na América do Sul, também o é o estatuto lendário.

Messi tem agora 35 anos e esta é sem dúvida a sua última oportunidade de alcançar algo num Campeonato do Mundo para cimentar o seu nome como igual ao de Maradona e Pelé. O mesmo pode ser dito sobre Cristiano Ronaldo. Ganhar títulos continentais foi um enorme feito tanto para Messi como para Ronaldo, mas ganhar um Campeonato do Mundo certamente elevaria qualquer um deles ao derradeiro pódio histórico.

Messi procura igualar o feito de Maradona e levantar o troféu
Messi procura igualar o feito de Maradona e levantar o troféuProfimedia

A questão de saber quais os jogadores que são os maiores de todos os tempos está intricamente ligada ao desempenho na seleção nacional. Na Argentina, a resposta a essa pergunta é Maradona e depois Messi - por essa ordem. Se Messi puder dar ao país o que eles esperam há 36 anos, talvez essa ordem possa alterar-se.

Previsão

Os argentinos tiveram sorte e evitaram um grupo difícil. Após 36 jogos sem derrotas, as pretensões de Scaloni não serão amendrontadas pelos rivais do Grupo C: Polónia, México e Arábia Saudita.

Além disso, o calendário tem funcionado bem para os argentinos, visto que começam o torneio contra a equipa da Ásia. Isto deverá proporcionar um início confortável, no qual deverão terminar a fase de grupos com todos os nove pontos em disputa.

A esperança é que cheguem longe no torneio, talvez até à final.