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Análise Estados Unidos: Irá a falta de experiência assombrar o fulgor da juventude?

Key analysis: Will lack of experience haunt youthful USA?
Key analysis: Will lack of experience haunt youthful USA?Profimedia
Com uma média de idades de 23 anos durante a fase de qualificação, os Estádios Unidos foram a equipa mais jovem das 31 a carimbar o passaporte para o Catar, com dois anos de diferença para a segunda: o Gana, com 25.

Os Estados Unidos falharam a qualificação para o Mundial-2018, na Rússia - a primeira vez que falham a fase final do torneio desde o México-1986 -, mas esta nova equipa, sob o comando do novo treinador Gregg Berhalter, mostra muito dinamismo, entusiasmo e promessa.

Berhalter foi uma das estrelas na campanha até aos quartos de final no Mundial da Coreia-Japão, em 2002, e, quando se sentar no banco para dirigir a equipa diante de País de Gales, vai tornar-se no primeiro homem a representar os EUA num Campeonato do Mundo como jogar e treinador. Porém, a sua jovem e inexperiente equipa vai ter que maximizar o seu potencial caso queiram emular o feito no Médio Oriente.

No final de uma qualificação desnecessariamente complicada, os EUA eventualmente acabaram por bater a Costa Rica em diferença de golos para carimbar o passaporte para o Catar, atrás dos vencedores do grupo Canadá e o México, que terminou em segundo, na zona de qualificação CONCACAF.

Mas o falhanço prévio do Rússia-2018 foi um duro golpe para a equipa e adeptos, com todos os tropeções a trazerem de volta as más memórias da derrota por 2-1 em Trinidade - um jogo que selou o destino desse Campeonato do Mundo, ainda em 2017.

O próximo co-organizador do Mundial-2026 conseguiu o seu melhor resultado em fases finais na edição inaugural do torneio, em 1930, terminando no terceiro lugar, embora poucos apostem numa classificação tão alta no Catar.

O defesa DeAndre Yedlin é o único da formação com experiência em fases finais de um Mundial, depois de ter feito a sua estreia no Brasil-2014. O jogador de 29 anos tem 75 internacionalizações e os mais experientes que se seguem são Kellyn Acosta (53 internacionalizações), Christian Pulisic (52), Jordan Morris (49) e Tim Ream (46).

Pontos Fortes

O futebolista do Chelsea Christian Pulisic é a estrela indiscutível da equipa norte-americana e está entre os jogadores a observar atentamente durante o torneio.

O extremo de 24 anos vem de uma campanha irregular na Liga inglesa pelos blues, tendo feito apenas um jogo completo - na derrota por 2-0 em casa do Manchester City -, mas continua a ser uma das maiores esperanças dos norte-americanos e faz parte de uma ameaça formidável nos flancos dos EUA.

Pulisic vai ser acompanhado pelo velocista de 22 anos Tim Weah - filho do vencedor da Bola de Ouro de 1995 e Presidente da Libéria, George Weah - que foi campeão da Liga francesa em 2019 ao serviço do Lille.

Também no onze titular devem marcar presença Brenden Aaronson, do Leeds United, cuja energia forma um dos elementos-chave dos ataques a partir do meio-campo juntamente com Giovanni Reyna - o filho de 20 anos de Claudio Reyna, antigo jogador de Manchester City, Rangers e uma estrela da seleção norte-americana -, que atua no Borussia Dortmund, e é conhecido pelo controlo de bola e visão de jogo.

Pontos fracos

dois pontos de preocupação para os EUA antes do torneio que podem ser ligeiramente problemáticos: os defesas centrais e o ponta de lança.

A defesa costumava ser o ponto forte dos EUA em torneios anteriores, mas as lesões atingiram duramente esta equipa.

Walker Zimmerman excedeu as expetativas durante a qualificação, mas o seu parceiro no eixo, Miles Robinson, ficou de fora do Mundial ainda em maio com uma lesão grave no tendão de Aquiles. Chris Richards sofreu uma lesão muscular e também não recuperou a tempo e, apesar da sua experiência, John Brooks, do Benfica, não convenceu o selecionador e não foi convocado.

Estas ausências abriram a porta a Tim Ream, o experiente capitão do Fullham de 35 anos que estreou-se pela seleção no empate 0-0 com El Salvador, em setembro de 2021, e vai fazer a sua estreia em Campeonatos do Mundo, provavelmente a partir do banco de suplentes.

Enquanto isso no ataque, os avançados do Norwich, Josh Sargent, do Dallas FC, Jesus Ferreira, do Union Berlin, Jordan Pefok, e Ricardo Pepi, do Groningen, tiveram mais que oportunidades para conquistar o lugar de ponta de lança, mas dos 20 golos marcados nos 14 jogos de qualificação, apenas quatro foram marcados por um avançado.

Apesar de marcarem regularmente pelo clubes, transferir a forma para o palco internacional tem sido um desafio doloroso. Claramente frustrado, Berhalter excluiu Ricardo Pepi e Jordan Pefok da lista final num dos maiores choques da história da seleção.

"No caso de (excluiur Pepi do plantel), foi uma conversa muito difícil de ter com ele", confessou Berhalter aos jornalistas. "É sempre um difícil quando uma pessoa te ajuda a chegar ao Mundial, marca três golos na qualfiicação e não vai fazer parte da equipa. É mais sobre quem quisemos adicionar e com que nos sentimos bem".

XI Ideal

Turner; Dest, Zimmerman, Long, Robinson; McKennie, Adams, Musah; Weah, Ferreira, Pulisic

Os EUA vão ter um dos plantéis mais jovens do Mundial e vão levar três adolescentes pela primeira vez na história, mas será que a falta de experiência poderá trazer-lhes dissabores?

Zack Steffen era inicialmente a escolha mais acertada na baliza, mas a sua carreira entrou em declínio desde que saiu do Columbus Crew - uma equipa que Berhalter orientou - para o Manchester City e os consequentes empréstimos ao Fortuna Dusseldorf e Middlesbough. O guardião de 27 anos era uma escolha expectável para assumir a baliza, mas acabou por ficar fora da convocatária.

No seu lugar entra o guarda-redes do Arsenal Matt Turner que deve ser a escolha inicial diante de País de Gales, apesar de esta temporada ter jogado apenas na Liga Europa pelos gunners.

O resto do plantel fala por si próprio com Sergino Dest, do Ac Milan, Walker Zimmerman, do Nashville, Aaron Long, dos New York Red Bulls, e Antonee Robinson, do Fulham, a formarem a linha defensiva.

O médio da Juventus Weston Mckennie recuperou de uma lesão na coxa e voltou aos treinos atempadamente. O jogador de 24 anos, com 37 internacionalizações, deve compor o miolo com Tyler Adams, de 23 anos que atua no Leeds United, e Yunus Musah, de 19 anos, do Valência.

Apesar de integrar 11 das 12 convocatórias anteriores - e jogar em seis delas - o extremo Paul Arriola, do Dallas FC, ficou fora das opções.

No ataque, Jesus Ferreira, colega de Arriolo, vai fazer parceria com Tim Weah e a estrela da equipa Chistian Pulisic, apesar de o treinador do Chelsea, Graham Potter, o ter utilizado maioritariamente como lateral.

Principais dúvidas

Este plantel dos EUA é segundo mais jovem da história do país para um Mundial, com 25 dos 26 escolhidos a fazerem a sua estreia no maior palco do futebol internacional no Catar.

Apesar da idade, Weston McKennie, Yunus Musah e Tyler Adamns conseguiram estabelecer-se no meio-campo, um trio carinhosamente apelidado de MMA.

Beharlter é conhecido por mexer em peças no meio-campo, especialmente no posicionamento de Musah, com Brenden Aaronson e Gio Reyna a serem opções mais que válidas, mas o jovem médio do Valência é visto como uma presença sempre consistente e deverá alinhar de início.

Adams é também visto como uma certeza no onze graças aos sólidos desempenhos pelo Leeds esta temporada, ao pressionar alto na formação de Jesse Marsch, num papel semelhante àquele que Berhalter quer.  

Mas fora dos titulares habituais, a concorrência é forte. 14 jogadores atuam nas principais Ligas europeias - Inglaterra, Alemanha, Espanha, França e Itália -, cinco dos quais na Liga dos Campeões.

Está montado o palco para uma estrela nascer.

Previsão

Os EUA vão defrontar Inglaterra, País de Gales e Irão no Grupo B, cujo jogo de abertura é contra os galeses no dia 21 e pode ser o momento chave. Ambas as equipas repartem o favoritismo de passar no segundo lugar, mas as lesões e a inexperiência podem assombrar a seleção norte-americana.

Se passarem da fase de grupos - provavelmente atrás da Inglaterra -, estabelecem um possível confronto com Países Baixos, Senegal ou Canadá nos oitavos de final. Embora não se espera que cheguem muito mais longe.

Em 2026, a história pode ser completamente diferente.