Análise Flashscore: O melhor XI da primeira volta da Liga Portugal

Guarda-Redes: Ricardo Batista (Casa Pia)

É o dono da baliza do Casa Pia, a grande revelação da Liga portuguesa até ao momento. Ricardo Batista disputou 16 dos 17 jogos da equipa no campeonato, tendo sofrido 14 dos 16 golos daquela que é a quarta melhor defesa da prova, mesmo depois dos dois recentes desaires. O atual quinto lugar diz muito da temporada do Casa Pia, que chega à metade do calendário em lugar de acesso às competições europeias, muito “por culpa” das prestações defensivas e da segurança na baliza.

Lateral-direito: Pedro Porro (Sporting)

Cara recorrente entre os jogadores que mais se destacam em Portugal, Pedro Porro é uma das principais figuras do Sporting. Agressivo a defender, o lateral-direito espanhol é também forte na envolvência atacante e  conta dois golos e seis assistências nas 14 aparições pelos leões na Liga. Foi o jogador que mais golos deu a marcar na primeira metade da época, assumindo-se como uma das mais importantes peças ao dispor de Rúben Amorim.

Defesa-central: António Silva (Benfica)

Uma das surpresas deste ano desportivo. Aos 19 anos - 18 quando a época se iniciou -, o defesa-central foi capaz de cobrir as ausências no eixo da defesa do Benfica, impondo uma maturidade incomum e conquistando um lugar na equipa e no coração dos adeptos. Roger Schmidt manteve a aposta em António Silva, mesmo quando passou a ter mais opções para o lugar, e Fernando Santos também não ficou indiferente, tendo-o levado ao Mundial-2022 no Catar, lançando-o mesmo contra a Coreia do Sul. Com a temporada a meio, o defesa conta já 14 partidas disputadas na Liga, tendo marcado por duas vezes, ambas frente ao Estoril.

Defesa-central: Vasco Fernandes (Casa Pia)

A juventude e a experiência lado a lado neste onze. Vasco Fernandes voltou à Liga portuguesa pela mão do Casa Pia e continua a fazer-se notar pela influência que demonstra. Baluarte da equipa dentro das quatro linhas, o capitão vai-se assumindo também fora delas pelo discurso positivo e motivador com que norteia o seu trabalho. Com 17 jogos realizados no campeonato, o defesa-central de 36 anos é a prova de que a idade é, simultaneamente, um número e um posto ao comandar uma das melhores defesas da prova, como acima referimos.

Lateral-esquerdo: Grimaldo (Benfica)

Tem um golo e cinco assistências em 16 jogos no campeonato, bem como um pé esquerdo que não deixa margem para dúvidas. No Benfica desde 2015/2016, Grimaldo é conhecedor profundo da realidade do clube da Luz e dono indiscutível do lugar mais à esquerda na defesa encarnada. E nem o facto de terminar o contrato no final do ano, podendo, por isso, sair a custo zero, demove o treinador Roger Schmidt de o lançar a cada jogo. Peça importante na dinâmica ofensiva das águias, o lateral-esquerdo espanhol destaca-se pela profundidade que imprime e revela-se letal em momentos de bola parada, o que o faz destacar-se dos demais e merecer a presença neste restrito grupo de eleitos.

Médio: Otávio (FC Porto)

A raça, o carisma e a qualidade num só jogador. Otávio é o motor do meio-campo do FC Porto e figura imprescindível nos planos e na dinâmica de Sérgio Conceição. Conta 1147 minutos na Liga, divididos por 14 encontros, nos quais somou, até ao momento, três golos e quatro assistências. Amado por uns e criticado por outros, o médio encaixa como uma luva na identidade muito própria dos dragões e será dos poucos cuja titularidade é indiscutível pela importância que revela.

Médio: Enzo Fernández (Benfica)

Um médio que enche o olho a qualquer um. Enzo Fernández chegou este ano a Portugal, mas desde cedo se percebeu que o nosso campeonato será apenas uma ponte para algo maior. Recentemente coroado campeão do mundo pela Argentina, tendo desempenhado papel muito importante na seleção, o centro campista tornou-se desde logo peça-chave na dinâmica do Benfica, até mesmo num momento polémico marcado pela possível transferência para o Chelsea, que tentou forçar. Ultrapassada a polémica, Enzo voltou ao seu melhor nível, fez sinal aos adeptos dando conta de que ficaria na Luz e com eles fez as pazes, voltando a destacar-se dos demais pela qualidade que evidencia, como se comprova pela liderança do ranking de passes completos na principal competição interna, com 1333, número pouco comum para um jogador da sua posição.

Médio: Ricardo Horta (SC Braga)

Com Ricardo Horta, entramos na categoria dos “homens-golo” do nosso campeonato. E, neste caso em específico, são oito os tentos apontados nas 16 partidas realizadas, aos quais junta ainda cinco assistências. Números de registo, que o tornam no ator principal do SC Braga na presente edição da prova, na qual os minhotos, liderados por Artur Jorge. Muito se falou recentemente de uma possível ida de Ricardo Horta para a Luz, mas o certo é que o avançado permaneceu e, aparentemente, não se deixou afetar pela novela do mercado, continuando a fazer aquilo que melhor sabe: marcar.

Avançado: Fran Navarro (Gil Vicente)

E, se falamos em golos, temos obrigatoriamente de falar em Fran Navarro. Isto porque o Gil Vicente conta 17 tentos no campeonato, tendo o avançado espanhol assinado… 11 deles. Um registo absolutamente extraordinário do atacante, responsável por quase 65% dos golos da equipa na prova, o que o coloca como segundo melhor marcador da Liga, só atrás de Gonçalo Ramos. É certo que os gilistas vêm lutando para escapar aos lugares de fundo da tabela, mas as dificuldades têm por base um jejum do seu principal avançado, que, apesar de recentemente ter estado três jogos sem marcar, inscreveu o seu nome por três vezes na lista de goleadores nos últimos dois jogos, contribuindo em larga escala para dois novos triunfos do Gil Vicente. 

Avançado: Gonçalo Ramos (Benfica)

O matador da Liga portuguesa na primeira metade da temporada. Depois de um ano de 2021/2022 em que se assumiu no plantel principal do Benfica, Gonçalo Ramos começou a nova época a marcar, conquistando o seu espaço e importância nas contas de Roger Schmidt. Desde então, são 12 os golos marcados no campeonato, que o tornam no artilheiro-mor da prova até ao momento, aos quais junta uma assistência. A concorrência interna não se revelou produtiva, mas o certo é que o avançado também não vem dando grandes chances, aparecendo com frequência no lugar certo para dar a melhor sequência aos lances de ataque dos encarnados. Pelo meio, também foi aposta no Mundial, tendo apontando um hat-trick no duelo frente à Suíça.

Avançado: Mehdi Taremi (FC Porto)

Do Dragão para a ribalta. Mehdi Taremi é, também, sinónimo de golo e vem melhorando o seu registo pelo FC Porto a cada ano. Depois de 23 golos em 48 jogos no ano de estreia, apontou 26 no mesmo número de jogos na época seguinte, sendo que na atual, a terceira pelos azuis e brancos, conta já 19 em 27 partidas, aos quais junta ainda nove assistências. Um “homem-golo” com capacidades associativas, que fazem do rei do Irão outra das figuras mais importantes da estratégia de Sérgio Conceição, já que são muitas as situações em que desbloqueia uma jogada com passes-chave, possibilitando o golo ou até uma assistência final a outros colegas de equipa. É, para já, o terceiro melhor marcador da Liga portuguesa, mas vai “mordendo os calcanhares” a Fran Navarro e Gonçalo Ramos.