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Análise Irão: A melhor equipa da Ásia à espreita da surpresa

Análise Irão: A melhor equipa da Ásia à espreita da surpresa
Análise Irão: A melhor equipa da Ásia à espreita da surpresaProfimedia
Depois de se estrearem no Campeonato do Mundo em 1978, o Irão prepara-se para a sexta presença em fases finais na edição do Catar.

Introdução

A consistência tem sido uma força do Irão depois de se qualificar três vezes consecutivas para o torneio. 

Porém, a principal desvantagem da equipa Melli é que nunca conseguiu progredir para lá da fase de grupos e chegar às eliminatórias.

Em cada uma das recentes campanhas no Mundial, foram liderados pelo português Carlos Queiroz, que conquistou dois títulos da Liga inglesa e da Liga dos Campeões como adjunto de Sir Alex Ferguson no Manchester United.

Além disso, não foi o técnico de 69 anos que conduziu o Irão nesta última qualificação, mas sim o seu antecessor Dragan Skocic que carimbou o passaporte para o Catar.

O croata ajudou os iranianos a vencerem 14 dos 18 jogos para vencer os respetivos grupos na segunda e terceira ronda de qualificação, antes de ser afastado de forma bizarra durante o verão.

Com Queiroz de regresso ao banco, o palco está montado para a 20.ª seleção do ranking FIFA surpreender num grupo politicamente tenso.

Pontos fortes

Sob a tutela de Queiroz, o Irão é frequentemente caracterizado por uma equipa de trabalho árduo, organização e um estilo defensivo disciplinado que minimiza as perdas de bola em zonas perigosas.

O seu historial em torneios internacionais é forte, com 10 jogos sem sofrer golos em 16, ao mesmo tempo que sofreram apenas dois tentos num grupo com Portugal e Espanha, no Mundial-2018, na Rússia.

A abordagem que privilegia a defesa significa que podemos esperar muitas marcações homem-a-homem e uma forma compacta em todo o campo para dificultar que os atacantes adversários encontrem espaços.

Na ofensiva, o Irão é capaz de adaptar os padrões atacantes dependendo da forma como o adversário monta o seu jogo, o que é uma grande vantagem em termos de imprevisibilidade.

Pontos fracos

Enquanto a simplicidade pode ser admirada, há uma série de questões transversais que os podem impedir de uma caminhada mais longa no torneio.

A equipa Melli tem um plantel tipicamente envelhecido e, apesar disso servir como uma base estável de experiência, serve também para explicar a falta de velocidade e de irreverência que pode afetar as transições.

O estilo defensivo de Queiroz é também um potencial obstáculo. Enquanto os defesas estão, à partida, mais preparados para os embates físicos, a exigência de estarem mentalmente concentrados por largos períodos de tempo pode ser prejudicial.

A falta de um estilo de jogo baseado na posse de bola pode também ferir os iranianos, ao serem incapazes de controlar fases do jogo, o que os coloca em risco de deixarem fugir alguns jogos.

XI Ideal

Beiranvand; Moharrami, Kanaani, Khalilzadeh, Hajsafi; Ezatolahi; Jahanbakhsh, Noorollahi, Amiri, Taremi; Azmoun.

Como já referenciado, espera-se que o Irão tenha um dos plantéis mais experientes no Mundial e vai depender dessa experiência para atravessar a fase de grupos.

Alireza Beiranvand, guarda-redes de 30 anos que na época passada representou o Boavista, deve ser o titular depois de ter feito 13 jogos na fase de qualificação, sem sofrer golos em quatro deles.

O agora guardião do Persepolis tem 52 internacionalizações até à data e foi titular no último Campeonato do Mundo na Rússia.

Um experiente setor defensivo apresenta-se à frente de Beiranvand, incluindo Sadeg Moharrami, do Dínamo Zagreb, Hossein Kanaani, Shoja Khalilzadh e Ehsan Hajsafi, do AEK de Atenas.

No meio-campo, Saeid Ezatolahi, dos dinamarqueses Vejle BK, deve providencial alguma agressividade no miolo e pode jogar ao lado de Ahmad Noorollahi e do veterano Vahid Amiri, de 34 anos, que conta com 67 internacionalizações.

Porém, no ataque, as coisas soam mais promissoras com um leque de opções interessantes para Queiroz.

O principal ponto de interrogação é colocado na aptidão física da estrela do Bayer Leverkusen Sardar Azmoun, um fardo que deve ser carregado pelos companheiros de equipa.

O avançado do FC Porto Mehdi Taremi será a figura de destaque na ausência - e quiçá até na presença - de Azmoun, naquela que tem sido uma bela temporada do avançado ao serviço dos dragões. 

Já o antigo extremo do Brighton, Alireza Jahanbakhsh deve jogar descaído pelo flanco direito.

Principais dúvidas

Na expetativa de um sistema de 4-1-4-1 que se transforma num 4-3-3, Carlos Queiroz tem certamente alguns nomes que são um dado adquirido na ficha de jogo.

Mas pode também haver alguma competição nos lugares da frente, particularmente tendo em conta a incerteza da condição de Azmoun.

A boa forma de Taremi esta temporada, principalmente na Liga dos Campeões, pode fazer com que se torne no ponto de foco ofensivo do Irão.

Também Karim Ansarifard não quererá ser ignorado e pode disputar o flanco direito com Jahanbakhsh.

Em última análise, o estado de Azmoun vai ser um fator determinante nas decisões de Queiroz.

Previsão

Apesar de tudo ser possível num Mundial, o Irão vai ter de puxar dos galões se quiser progredir num grupo difícil com Inglaterra, País de Gales e Estados Unidos.

Quinta classificada no ranking FIFA, espera-se que a Inglaterra termine no primeiro lugar do grupo, o que deixa o outro lugar de qualificação em aberto.

A equipa Melli encontra a formação dos Três Leões no jogo de estreia, em 21 de novembro, e uma derrota significaria que teriam de correr atrás do prejuízo.

De qualquer das formas, a qualificação continuaria a ser possível, caso consigam vencer País de Gales e os Estados Unidos.

No entanto, essa não é a tarefa fácil para os iranianos já que os galeses adquiriram recentemente experiência em ganhar jogos nos grandes palcos, enquanto os norte-amercianos dispõe de um plantel jovem e aventureiro.

Seria injusto afastar desde logo o Irão antes de soar o primeiro apito, mas o sorteio pouco amável parece tê-los deixado desde já numa posição difícil em relação às expetativas do torneio.