Com Gareth Bale, de 33 anos, como expoente atual do futebol galês, o país produziu uma série de estrelas ao longo dos anos: Ian Rush, Ryan Giggs, Neville Southall, Gary Speed, Mark Hughes, John Toshack e Craig Bellamy são alguns dos exemplos notáveis.
Da geração atual, Bale, Aaron Ramsey, Chris Gunter e Wayne Hennessey são os mais experientes - com um total de 398 internacionalizações entre todos.
Bale, Ramsey, Daniel James, Harry Wilson, Ben Davies, Joe Rodon e Brennan Johnson são alguns dos talentos mais entusiasmantes que o País de Gales tem para oferecer ao Mundial este ano.
Os galeses ainda não venceram desde que garantiram a qualificação - perdendo quatro vezes a conquistando um empate numa miserável campanha na Liga das Nações.
Justiça seja feita à Dreigiau: calharam num grupo com Bélgica, Países Baixos e Polónia, e pelo meio ainda disputaram um play-off de apuramento para o Mundial contra a Ucrânia, realizado a meio das jornadas para a Liga das Nações.
Apesar disso, os resultados durante a qualificação foram bem mais promissores - entre a primavera do ano passado e este verão - com vitórias sobre a República Checa, Bielorrússia, Estónia, Áustria e Ucrânia.
Pontos fortes
Ter Gareth Bale no plantel é certamente uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo que dependem do extremo, algo que é compreensível devido à sua qualidade, o brilho de outrora parece já ter desvanescido com o passar dos anos.
Por outro lado, há muita velocidade na salas. Desde Daniel James a Harry Wilson e Neco Williams a Connor Roberts, permite que os jogadores mais técnicos - Joe Allen, Ramsey, Bale, etc - se posicionem de forma a maximizar a sua influência. Basicamente, deixando que os mais jovens façam mais trabalho pesado.
Há também a considerar a experiência ao mais alto nível de Aaron Ramsey. Tal como Bale, é uma das peças chave na máquina galesa e pode fazer as coisas acontecerem em campo.
Pontos fracos
Durante os últimos 12 meses, o País de Gales fez nove jogos e ganhou apenas dois, tendo empatado outros dois e perdido cinco.
Nesses dois triunfos, não conseguiram ganhar por mais do que um golo - ao bater a Áustria por 2-1 e a Ucrânia por 1-0 -, algo que é motivo de preocupação.
Há uma grande dependência de Bale, responsável por criar esses três golos mencionados, ao bisar diante da Áustria e a disparar um míssil de livre que acabou desviado por Andriy Yarmolenko para a própria baliza. Essa dependência excessiva pode ser desastrosa visto que o antigo talismã do Real Madrid não está 100% disponível.
XI Ideal
Hennessey; Davies, Rodon, Ampadu, Roberts, Williams; Allen, Ramsey; Bale, James, Moore
Apesar de não ser a sua posição típica, o técnico Robert Page pode utilizar Bale como ponta de lança. É o papel que desempenha no atual clube, o Los Angeles FC, e uma área do campo onde tem experiência. Com Wilson à espreita nas alas, pode tornar-se numa boa mudança para o ataque.
Já uma frente de ataque mais tradicional, pode consistir em Bale sob a direita, Daniel James à esquerda e Kieffer More no meio - que é o onze expectável.
Ramsey e Allen são o par predefinido no miolo, sendo que este último talvez precise de recuperar a sua forma física após lesão.
O sistema usado deve pender para uma linha de cinco defesas, com Ben Davies, Ethan Ampadu e Williams a serem três nomes indiscutíveis.
Principais dúvidsa
A maior batalha interna vai ser provavelmente o terceiro homem do ataque. Daniel James e Gareth Bale são nomes escritos em pedra - caso estejam em boas condições físicas -, mas há um bom número de jogadores que pode completar o treio.
Harry Wilson será talvez a melhor das opções se Bale assumir o lugar do meio, mas Kieffer Moore ou Brennan Johnson seriam as alternativas naturais se Bale jogar numa das alas.
Se o avançado do Los Angeles FC não estiver totalmente recuperado, então a solução poderá colocar os dois nomes já acima mencionados a jogarem ao lado de Daniel James.
Previsão
Os galeses estão num grupo com a vizinha Inglaterra, assim como os Estados Unidos e o Irão. Os Três Leões são favoritos a vencer o Grupo B, mas o segundo lugar está certamente em aberto.
O Irão, de Carlos Queiroz e Medhi Taremi, pode surpreender, embora a juventude dos norte-americanos causem alguma preocupação.
O País de Gales precisa de assegurar nada menos que uma vitória perante o Irão para ter alguma hipótese de seguir em frente.
Não é impossível que a Dreigiau cause um dissabor a Inglaterra, mas esse será - de longe - o jogo mais difícil do grupo.
Por isso, evitar uma derrota diante dos EUA é tão importante como conquistar uma vitória perante o Irão.