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Análise Polónia: Passar a fase de grupos já seria consolo suficiente para Lewy e companhia

Polónia nunca passou da fase de grupos neste século
Polónia nunca passou da fase de grupos neste séculoProfimedia
Os fãs polacos estão certamente a sonhar que Robert Lewandowski e companhia poderão regressar aos dias de 1974 e 1982 no Campeonato do Mundo do Catar, quando a equipa vermelha e branca terminou em terceiro lugar. É claro que será extremamente difícil repetir esse resultado agora, mas a passagem da fase de grupos seria o melhor resultado desde 1986.

Introdução

O Mundial-2018 terminou em desastre para a equipa liderada por Adam Nawałka. A equipa vermelha e branca foi para a Rússia com grandes esperanças, que desapareceram logo após o primeiro jogo, quando os polacos tiveram de reconhecer a superioridade do Senegal.

O "jogo do tudo ou nada" contra a Colômbia também não foi favorável, e mesmo a vitória no último jogo com o Japão não conseguiu adoçar o humor dos adeptos, que mais uma vez tiveram de aceitar o facto de que a Polónia terminou a sua participação num grande torneio após três jogos da fase de grupos.

No entanto, o selecionador para esta edição Czesław Michniewicz é otimista antes do apito inicial no Catar. O antigo treinador da Legia Varsóvia, entre outros, decidiu encontrar-se com antigos selecionadores que tiveram a oportunidade de liderar a equipa nacional polaca em grandes torneios no passado, tais como Jerzy Engel, Paweł Janas e Adam Nawałka, antes de partir com a comitiva para Doha.

A propósito, Michniewicz é considerado por toda a Polónia como uma pessoa muito bem preparada para o trabalho, e parece que os jogadores estarão adequadamente preparados taticamente para o torneio. Só a disposição diária determinará o resultado final nos jogos do grupo.

Pontos fortes

Olhando para os pontos fortes da equipa liderada por Czesław Michniewicz, é difícil não mencionar a linha de ataque, especificamente Robert Lewandowski, que fez uma grande introdução em Barcelona e continua a manter a sua boa forma. O capitão dos vermelho e brancos já marcou 13 golos na Liga espanhola esta época, com mais cinco golos à frente do segundo melhor marcador do campeonato, Borja Iglesias.

O polaco está claramente a beneficiar de jogar pelos blaugrana - desde que se mudou para Espanha, Lewandowski tornou-se ainda mais envolvido na construção de jogo, o que já resultou em quatro assistências na atual campanha.

E os efeitos de jogar diariamente com jogadores como Pedri, Dembele e De Jong também devem ser visíveis na equipa nacional polaca - Lewandowski irá certamente tentar olhar mais frequentemente para os seus colegas de equipa em campo, criando situações de remate para eles.

A influência do ponta de lança do Barcelona no jogo da equipa de Michniewicz é enorme - quando 'Lewy' tem um dia mau, toda a equipa nacional sofre. Mas, quando em forma, Lewandowski é capaz de fazer a diferença, o que num confronto feroz com o México ou num embate extremamente importante com a Arábia Saudita pode fazer pender o equilíbrio da vitória a favor da equipa polaca.

Vale a pena lembrar, contudo, que Czesław Michniewicz por vezes gosta de colocar dois avançados no onze. Nesta configuração, espera-se que o segundo jogador mais ofensivo em campo coopere com Lewandowski e tire partido dos espaços livres, que aparecem porque a estrela do Barcelona é frequentemente marcada por dois defesas. E também aqui, Michniewicz tem razões para estar satisfeito, pois Arkadiusz Milik, Krzysztof Piątek e Karol Świderski estão todos em boa forma.

Milik recuperou claramente a confiança no seu empréstimo à Juventus, onde está a mostrar uma boa forma, enquanto Piątek também voltou a encarreirar nas últimas semanas, tornando-se um jogador-chave na Salernitana. Se acrescentarmos a isto um verdadeiro "soldado de Michniewicz", ou seja, Karol Świderski, que regista bons números na Liga norte-americana (MLS) e, além disso, não dececiona na equipa nacional, temos a imagem de uma formação em que existe uma espécie de "excesso de soluções".

Isto dá ao selecionador a oportunidade de utilizar diferentes variantes e adaptá-las a um adversário específico, o que pode ser um grande valor acrescentado para a equipa polaca.

Pontos fracos

Até há pouco tempo, parecia que o meio-campo era uma formação que não inspirava grande preocupação. Czesław Michniewicz deveria ter à sua disposição nesta posição Jakub Moder, que joga regularmente na Liga inglesa com as cores do Brighton, e o extremamente combativo Jacek Góralski. No entanto, ambos sofreram lesões que os excluíram do sonho do Campeonato do Mundo. Além disso, outro jogador experiente do Leeds, Mateusz Klich, deixou de jogar regularmente pela formação britânica e não foi convocado.

Isto transformou subitamente o problema das riquezas no centro do campo num problema considerável, que pode ser difícil de resolver. E ninguém precisa de ser convencido da importância desta posição e do quanto a equipa pode depender dos médios centrais durante o torneio.

No final de contas, Michniewicz decidiu convocar seis jogadores que podem jogar no centro do meio-campo. E enquanto Piotr Zieliński e Sebastian Szymański estão atualmente em muito boa forma, a atitude dos outros quatro é algo desconhecido. Grzegorz Krychowiak passou os últimos meses nos árabes do Al-Shabab, onde tem jogado regularmente, mas o popular "Krycha" tem estado numa espiral descendente há já algum tempo, e assentar o meio-campo nele é muito arriscado.

Muitos fãs esperam um bom desempenho de Krystian Bielik, que tem um grande potencial, mas muitas vezes é afetado por lesões. E aí reside o maior problema - um Bielik saudável pode garantir o nível de jogo, mas é pior se o jogador de Birmingham tropeçar durante o torneio.

Não há, então, muitas alternativas viáveis para o substituir. Damian Szymański e Szymon Żurkowski ainda estão no plantel, mas ainda não deram provas ao mais alto nível. Szymanski tornou-se famoso principalmente por ter marcado o golo de empate no jogo com a Inglaterra na fase de qualificação para o Campeonato do Mundo, mas para além disso não recebeu uma oportunidade real de demonstrar as suas capacidades na seleção. Żurkowski, por outro lado, não fez sequer um total de 90 minutos pela Fiorentina na Serie A esta época, pelo que é difícil contar com um jogador sem ritmo de jogo para salvar a equipa nacional num torneio.

XI ideal

Szczęsny - Cash, Glik, Kiwior, Bednarek, Zalewski - Bielik, Krychowiak, Zielinski - Lewandowski, Świderski

Czeslaw Michniewicz tem vindo a testar há muito tempo um sistema com três defesas centrais, apoiados por alas velozes, cujo papel seria desempenhado por Matty Cash e Nicola Zalewski. No centro da defesa, Kamil Glik e Jan Bednarek, que jogam juntos na seleção há muitos anos, têm lugar seguro. No Catar, devem ser apoiados por Jakub Kiwior, que tem recebido elogios pelo papel desempenhado no Spezia.

Na baliza, o guarda-redes da Juventus Wojciech Szczesny tem lugar garantido e mais uma oportunidade de ser bem sucedido no torneio. As competições internacionais recentes não foram inteiramente bem sucedidas para Szczesny, recordando, por exemplo, o cartão vermelho recebido no Euro-2012, no jogo com a Grécia, ou o voo para o vazio no encontro com o Senegal durante o Campeonato do Mundo da Rússia.

Contudo, o guardião de 32 anos tem estado em boa forma esta época, e teve também uma campanha de qualificação bem sucedida, pelo que resta esperar que o torneio deste ano seja muito mais bem sucedido do que os anteriores.

No meio-campo, Michniewicz irá provavelmente contar com três jogadores. Dois médios defensivos, com Krystian Bielik e Grzegorz Krychowiak, e um jogador ofensivo - Piotr Zieliński, que será responsável pela criação de ações ofensivas da equipa vermelha e branca.

Na linha de ataque, a certeza absoluta é, evidentemente, Robert Lewandowski, e ao seu lado deve aparecer Karol Świderski, que jogou frequentemente nesta formação tanto na Liga das Nações, como durante a qualificação.

Principais dúvidas

À entrada para do Campeonato do Mundo, olhando para o onze da Polónia, a maior incerteza é a composição defensiva. Enquanto Matty Cash parece ser uma certeza a jogar desde o primeiro minuto no lado direito do campo, Nicola Zalewski nem sempre participou nos onze iniciais dos jogos realizados até agora sob Czesław Michniewicz.

O antigo treinador do Legia Varsóvia tem também Przemysław Frankowski, Kamil Grosicki, Michał Skóraś e Jakub Kamiński à sua disposição nos flancos e, se acrescentarmos Sebastian Szymański, que também pode jogar com sucesso nos flancos, existe um verdadeiro problema de ofertas. E é o homem do lado esquerdo do campo que parece ser o maior quebra-cabeças antes do jogo contra o México.

Muitos adeptos também se questionam sobre que avançado terá a oportunidade de jogar desde o primeiro minuto ao lado de Robert Lewandowski. Se recuássemos alguns anos, Arkadiusz Milik teria um lugar quase certo no plantel. Hoje, contudo, parece que as ações de Karol Swiderski estão em primeiro plano na mente do selecionador, que, sempre que lhe foi dada a oportunidade de jogar, nunca dececionou, marcando muitos golos importantes pelo caminho.

No entanto, Krzysztof Piątek está certamente também à espera da sua oportunidade, o que torna a rivalidade no ataque tão interessante como nas áreas laterais do campo.

Previsão

A Polónia está num grupo onde enfrentará dois adversários americanos que são sempre desconfortáveis. Enquanto uma vitória contra a Argentina pode ser interpretada como ficção científica, a equipa de vermelho e branco pode certamente dar-se ao luxo de vencer o México e a Arábia Saudita. Porém, para que isso aconteça, os jogadores de Michniewicz terão de jogar o melhor que sabem e livrarem-se dos erros individuais que muitas vezes foram cometidos no passado.

Parece que a primeira partida dos polacos com o México será crucial para a disposição da tabela do Grupo C. A aposta é que a Polónia consiga ultrapassar o grupo, mas a sua aventura no torneio termina nos oitavos de final, onde os polacos poderão enfrentar a seleção extremamente forte da França.