Andebol: Selecionador português pede “ansiedade no ponto certo” na corrida para Europeu
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Na antecâmara do jogo inaugural do Grupo 8, perante a Roménia, agendado para as 19:00 de quinta-feira, o técnico lembrou que a equipa das quinas costumava ser “muito ansiosa” entre 2016 e 2017, quando encarava qualquer fase de qualificação, e ficou muito “mais cómoda” desde que quebrou 14 anos de “jejum brutal” das fases finais, ao apurar-se para o Europeu de 2020.
“Temos de colocar a ansiedade no ponto certo. Não podemos vir com pouca ansiedade, a pensar que vai ser fácil, mas também não podemos vir com muita, a pensar que vai ser muito difícil. Temos de encontrar o ponto certo”, disse, à margem de um treino no Pavilhão Municipal de Santo Tirso, recinto do encontro de quinta-feira.
Apesar de se recordar do folgado triunfo de Portugal sobre a Roménia em 2018, na qualificação para o Euro-2020, precisamente em Santo Tirso (21-13), Paulo Pereira vincou que a Roménia é hoje uma seleção “muito diferente”, dotada de jogadores com “muito mais qualidade”, que tem trabalhado para recuperar o estatuto de potência da modalidade, que lhe valeu os títulos mundiais de 1961, 1964, 1970 e 1974.
O selecionador luso referiu ainda que outro dos adversários do grupo, Israel, “tem investido muito” na modalidade “através da cooperação com a Alemanha, com jogadores a jogar e a trabalhar” no país, ao projetar um encontro antecipado da sexta e última jornada, devido aos conflitos no Médio Oriente, agendado para domingo, também em Santo Tirso.
“Hoje em dia, há muitas seleções que querem entrar na roda, e temos de trabalhar muito bem e preparar esses jogos para vencer. Somos melhores teoricamente, mas temos de continuar a trabalhar muito bem para vencer”, frisou, a propósito de um grupo que inclui ainda a Polónia.
No comando de um grupo com 16 elementos, marcado pelos regressos do guarda-redes Diogo Valério, do Marítimo, do pivô Alexis Borges, do Benfica, e do central André Sousa (ABC), chamado para substituir o lesionado Rui Silva (FC Porto), Paulo Pereira considerou importante alargar a “base de recrutamento” à partida para a fase de qualificação, sem comprometer o grupo mais permanente.
“Normalmente, não mexemos muito. São casos pontuais, porque é importante ter a seleção aberta, para ter mais gente e uma base de recrutamento um bocadinho maior, com jogadores preparados para competir. Ao mesmo tempo, não podemos mexer demasiado, porque há um modelo instituído”, realçou.
O "sonho" da medalha
Ao leme do conjunto luso desde 2016, o treinador de 59 anos assumiu pela primeira vez que tinha o objetivo de conquistar uma medalha no Mundial-2021, que os portugueses terminaram em 10.º lugar, no Egito, e confessou que mantém viva essa ambição, na véspera do arranque da fase de qualificação para o Euro-2026, frente à Roménia
“Não sei quanto tempo vou estar na seleção. Um dia isto vai acabar, mas disse-lhes que não queria morrer sem ganhar uma medalha ao serviço desta seleção. Temos um grupo de atletas fenomenal, de nível mundial, com uma qualidade extrema, não só como atletas, mas também como pessoas”, disse.
Depois das presenças nas fases finais de três Europeus (2020, 2022 e 2024), de dois mundiais (2021 e 2023) e do torneio olímpico de Tóquio-2020, Paulo Pereira realçou que Portugal encara o Mundial-2025 com o desígnio de, pelo menos, superar o sexto lugar do Euro2020.
"Ficava com um amargo de boca se não conseguíssemos lutar por uma medalha. Quando digo lutar por uma medalha, digo estar muito próximo de o conseguir ou mesmo conseguir. Até agora, o máximo que conseguimos foi um sexto lugar num Europeu, o que é muito bom. Mas podemos fazer melhor. Vamos abordar o próximo mundial com essa vontade de estabelecer um objetivo difícil”, afirmou.
A seleção portuguesa de andebol começa na quinta-feira e termina em maio de 2025 o Grupo 8 da fase de qualificação para o Euro-2026, que decorre de 15 de janeiro a 01 de fevereiro de 2026, numa organização conjunta da Suécia, Dinamarca e Noruega.