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Andebol: Ricardo Costa deseja início de nova era com triplete do Sporting

O treinador do Sporting, Ricardo Costa, festeja a conquista do campeonato nacional de andebol no final do jogo contra a equipa do FC Porto
O treinador do Sporting, Ricardo Costa, festeja a conquista do campeonato nacional de andebol no final do jogo contra a equipa do FC PortoLUSA
O inédito triplete conquistado pela equipa de andebol do Sporting, a quebrar a longa hegemonia do FC Porto na modalidade, inicia uma nova era que a estrutura leonina deseja implementar, assegurou o treinador Ricardo Costa.

Depois de duas épocas inaugurais, sob o comando de Ricardo Costa, em que venceram a Taça de Portugal e ficaram perto de destronar o FC Porto no campeonato, os leões arrebataram tudo a nível nacional em 2023/24, erguendo os dois cetros e a Supertaça.

“O passo seguinte é olhar para tudo o que fizemos e o que vamos fazer agora com isto. Num ciclo desportivo, o fim não está marcado. Isto é um processo e queremos marcar uma época no andebol nacional. É o que sinto da parte da equipa que me acompanha, dos meus diretores e dos meus jogadores. Queremos continuar a vencer”, expressou.

Em entrevista à Lusa, com a Taça de Portugal vencida no domingo contra os dragões como cenário, o treinador, de 47 anos, considerou que o Sporting aprendeu muito com os desaires das últimas épocas, que aumentaram a ambição e determinação do grupo.

“É o trabalho de três anos. Aprendemos muito, também com as derrotas. Quando nós estivemos perto, nos primeiros dois anos, sentíamos que, se fizéssemos ainda melhor e se continuássemos com a ambição que tivemos desde o primeiro dia em que chegámos a este projeto, mais tarde ou mais cedo os troféus podiam cair para o nosso lado”, disse.

Depois da Supertaça conquistada em dezembro, o Sporting prosseguiu uma caminhada a roçar a perfeição nas provas nacionais, com apenas uma derrota em 34 duelos, o que fez cumprir o grande desígnio: reconquistar o campeonato que já fugia desde 2017/18.

“Este ano, entrámos de uma forma determinada. Sabíamos que só ganhar uma Taça de Portugal sabia-nos a muito pouco. O grande objetivo desta época era conseguir vencer o campeonato e termos o privilégio de disputar a Liga dos Campeões”, realçou Ricardo Costa, acrescentando: “O campeonato tinha de ser nosso. Após conseguirmos dominar todo o campeonato, era muito importante, mesmo ficando sem metade dos pontos na segunda fase, ter a capacidade de se poder alcançar essa fase e continuarmos sólidos”.

A palavra triplete apenas entrou no dicionário do conjunto sportinguista após ter sido consumado, garantiu Ricardo Costa, que, na derradeira semana, e após a conquista do campeonato, lançou o repto ao grupo de dar uma primeira resposta como vencedores.

“O grande repto que lancei, por nunca termos tido esta experiência de jogarmos como vencedores, foi como é que seria a resposta desta equipa face ao êxito de termos sido campeões nacionais. A resposta está aos olhos de todos. Era muito importante sairmos a vencer desta época. Não sei se vamos voltar a fazer, mas pelo menos esta temporada conseguimos e estamos orgulhosos”, frisou o ex-ponta, que se notabilizou no FC Porto.

No entanto, Ricardo Costa lamentou que “o passo seguinte” não tenha incluído uma importante presença na final four da Liga Europeia, que ficou perto de ser garantida, o que, a concretizar-se, seria encarada com bastante ambição pela formação lisboeta.

“Sentimos que, quando jogámos com três dos finalistas, lutámos com todos e não nos sentimos inferiores em nenhum momento. Nas nossas cabeças, está claro que o passo seguinte era estarmos na final four. Se entrássemos, íamos para ganhar, não ia ser só com o sentimento de que o dever já estava cumprido”, ressalvou o treinador leonino.

O Sporting liderou um agrupamento que também contava com os alemães do Fuchse Berlim e os romenos do Dínamo Bucareste, segundo e quarto na competição europeia, respetivamente, caindo nos ‘quartos’ contra o Rhein-Neckar Lowen, terceiro colocado.

O treinador do Sporting, Ricardo Costa, cumprimenta o treinador do FC Porto, Carlos Resende, no final do jogo da fase final do campeonato nacional de andebol
O treinador do Sporting, Ricardo Costa, cumprimenta o treinador do FC Porto, Carlos Resende, no final do jogo da fase final do campeonato nacional de andebolLUSA

"Não acredito em mudanças que possam abalar a equipa"

O treinador Ricardo Costa entende que existe espaço para a equipa de andebol do Sporting crescer e melhorar, após uma temporada de enorme sucesso com a conquista de um inédito triplete do clube de Alvalade.

“Oxalá possamos ter a capacidade de manter os jogadores connosco, de sermos cada vez mais fortes e de irmos juntando atletas ainda com mais capacidade. Se possível, se tivermos de ser ainda mais fortes do que somos agora, existe esse espaço de melhoria. Acredito que os adeptos entendem isso e têm-nos ajudado nesse crescimento”, frisou.

Em entrevista à Lusa, no pavilhão Multidesportivo do clube, depois do término de uma temporada 2023/24 concluída com as conquistas de Supertaça, campeonato e Taça de Portugal, Ricardo Costa abordou já o futuro da equipa, da qual espera manter as bases.

“Mudanças que possam abalar a equipa, não acredito. Agora, estas mudanças também são importantes, até para o crescimento orgânico da estrutura. É normal que entrem e saiam jogadores, mas eu acredito que iremos conseguir manter a base da equipa. Acho que os adeptos podem estar sossegados em relação a isso”, assegurou ainda o técnico.

O maior desafio que o Sporting terá pela frente é a participação na Liga dos Campeões, principal prova continental, que reúne “as 16 melhores equipas do mundo”, ao mesmo tempo que procura revalidar o título nacional, o que, falhando, já será um “insucesso”.

“A Liga dos Campeões será muito complicada, porque são equipas com um orçamento muito superior e apostas muito fortes, mas acredito que temos a capacidade para lutar em cada jogo pela vitória”, assumiu, acrescentando: “Sobre o campeonato, teremos de voltar a conquistá-lo. Hoje, se perdermos o campeonato, já é uma época de insucesso. Teremos de continuar ambiciosos e com pés assentes para voltar a subir a montanha”.

Peças importantes num plantel sportinguista jovem destacam-se, para além do capitão Salvador Salvador, de 22 anos, os irmãos Martim e Francisco Costa, que têm crescido e sido figuras de relevo no panorama do andebol nacional sob orientação do próprio pai.

“Eles são dois dos melhores jogadores nacionais. Aliás, o Martim já provou ser um dos melhores laterais esquerdos do mundo. Quem é que, como treinador, não gosta de ter os melhores do mundo com ele? Por isso, esqueço um pouco que são meus filhos. São dois atletas muito competentes, que fazem parte de um grupo que ganhou os troféus. Todos tiveram a sua importância e isso, para mim, é fundamental numa equipa”, atirou.

No entanto, Ricardo Costa não nega que “é especial” poder orientar os filhos, embora, “como em tudo na vida, há momentos bons, há momentos maus, há momentos em que se pode estar mais aborrecido e outros em que tem de se dar uma palavra mais dura”.

“O que é igual para os outros é igual para os meus filhos. Enquanto pai, é especial para mim. Sinto um prazer enorme em ser seu treinador, mas eles são inteligentes também em perceber que fazem parte de uma equipa e conseguem ocupar o espaço deles. São suficientemente inteligentes para saber ajudar também o pai nessa tarefa”, expressou à Lusa.

Com uma carreira de jogador em que se notabilizou ao serviço do FC Porto, conquistando quatro campeonatos pelos dragões (1998/99, 2001/02, 2002/03 e 2011/12), Ricardo Costa não esconde que o principal objetivo de carreira “era ser treinador de andebol”.

“Não digo que não gostei de ser jogador, claro que gostei muito, mas sempre tive um bichinho de poder um dia ser treinador. Sempre me fascinou e mexia comigo. Tive o privilégio de ter grandes treinadores ao longo da carreira, que me foram ensinando, e tive também alguns que não foram tão bons e que também me ensinaram muita coisa, principalmente o que não devíamos fazer. Dá-me muito gozo, até pela maturidade que já vou tendo. A maturidade traz-nos ainda um outro saborear do momento”, salientou.