O anúncio: "Caros sócios e adeptos, amigos e amigas, sou candidato à presidência do FC Porto"
A promessa: "O momento é de grande significado para mim, pleno de portismo, sede e vontade de vencer e um passo no qual me preparei para ir ao encontro das vossas exigências, de grande responsabilidade com um único propósito, o de servir o FC Porto".
O motivo: "Sou candidato porque quero um FC Porto mais forte, mais competitivo, mais vencedor, porque quero um FC Porto dos sócios e para os sócios. O nosso compromisso é com a vitória e neste clube vence-se desde de 1893".
Vídeo de apresentação da candidatura: "O vídeo que acabámos de vencer mexe com os nossos sentimentos e traz de volta muitas memórias de tanta gente aqui presente, as primeiras memórias de infância. O primeiro olhar, a camisola de dragão ao peito, o azul e branco, o FC Porto. Quando entramos no campo das emoções somos capturados pela sua intensidade e memórias únicas: a bilheteira das Antas, o barulho dos torniquetes, o golo, a vitória, ser campeão, a festa dos Aliados, o nosso FC Porto. Entre famílias de tantos aqui presentes, esta é uma história de amor e ser do FC Porto é uma elevação que nos distingue".
Citação de José Maria Pedroto: "As vitórias de um clube dependem sobretudo da sua capacidade de construir uma estrutura ganhadora, da capacidade e competência em construir e manter e, se existir necessidade disso, não ter receio de reconstruir ou deixar que outros, possuidores de uma visão de futuro, assumam esse papel. A história não é benevolente com quem não reconhece a sua evolução e se mantém refém do passado".
O agradecimento a Pinto da Costa
Pinto da Costa: "Esta frase parece mais atual do que nunca. Estaremos eternamente gratos a Jorge Nuno Pinto da Costa. Será, para todos nós, o presidente dos presidentes do FC Porto, mas é tempo de mudança. É tempo de o FC Porto se lançar para uma nova fase da sua vida e de construir um futuro ainda mais ganhador, assente nos mais elevados princípios de elevação ética e transparência".
O momento: "Neste momento já não somos capazes de construir valor, crescer enquanto clube, organização, propagar a nossa cultura, construir equipas vencedoras e competitivas e de fomentar o associativismo que tanto nos orgulha. Parecemos capturados por um conjunto de interesses alheios ao FC Porto que ferem os valores fundamentais da nossa instituição".
As finanças: "Nos últimos 10 anos, o FC Porto conseguiu encaixar mais de 700 milhões de euros em vendas de jogadores, em 2015 fez o maior contrato de transmissões televisivas no valor de 457 milhões de euros. Qual é a realidade atual? Temos um passivo de 500 milhões de euros e dívida de 300 milhões de euros, temos a nossa capacidade competitiva ameaçada. As nossas contas entraram em descontrolo. Nos últimos 20 anos, o FC Porto gerou 2.9 mil milhões de euros em receitas e hoje temos um clube que não foi capaz de acautelar as condições financeiras para a sua sustentatibilidade e vive agarrado por gratidão a uma gestão sem rumo, sem nexo. A falta de transparência instalou-se com preocupantes conflitos de interesses".
A promessa eleitoral de Pinto da Costa: "Não temos uma academia de formação e um centro de alto-rendimento. Uma promessa eleitoral de 2016 é hoje, em 2024, ainda uma promessa eleitoral. A comunicação com os sócios é inexistente e foge à verdade entre promessas, premissas e prazos que ficam por cumprir. A três meses das eleições do FC Porto estão a ser tomadas decisões estruturantes que podem hipotecar o futuro do FC Porto nos próximos 15 anos. Está ou não está a ser vendida uma das empresas do grupo do FC Porto a um fundo americano? Se sim, porque é que somos os últimos a saber".
A frase final do discurso: "2024 tem de ficar marcado pela conquista do título de campeão nacional do FC Porto e não pela eleição do seu próximo presidente".
Linha estratégica
Plano desportivo: "Uma direção de scouting capaz de identificar, filtrar e escolher de forma criteriosa o talento, planeando as equipas a curto, médio e longo prazo, seja na equipa sénior ou na formação, em todas as modalidades. Um modelo de gestão rigoroso, capaz de criar valor na equipa senior e na formação. Um gabinete de performance que otimiza e potencia o talento, uma metodologia planificada, apoiada na exigência e criatividade, sem medo da emancipação precoce dos seus jogadores. Uma aposta séria no futebol feminino com o completar dos escalões em falta. Lançar as bases para a criação do futsal no clube, primeiro através da sua prática nos escalões inferiores e depois até à equipa senior".
Academia da Maia: "Infelizmente, relativamente a esta situação, estamos reféns da atual direção, que, a três meses das eleições quer tomar decisões estruturantes para o futuro do clube, e a academia é uma decisão estruturante. Temos de respeitar os contratos, mas olhamos com grande apreensão para a academia da Maia".
Remuneração: "Cortaremos em mais de 50% os cargos atuais. Cortaremos a fixa em mais de 50% da atual e a variável terá um teto máximo de 60% da fixa. Finalmente, sabemos que no FC Porto existem colaboradores altamente competentes e todos os colaboradores devem ser envolvidos num sistema de remuneração variável".
Modalidades: "Não vamos esquecer as modalidades. O nosso compromisso é continuar a apoiar formando um modelo de gestão rigoroso que permita autosustentabilidade. Quando ao ecletismo, queremos promover espírito amador, que permita inscrições em cada modalidade. Em cada sócio um atleta do FC Porto. Na vida do clube ninguém é mais importante que o seu associado e o FC Porto deve honrar o compromisso. É prejudicial estar distante da Liga, da FPF, da UEFA, da FIFA. Não estamos aqui para vender o clube a ninguém e sim para cimentar o associativismo".
Declarações aos jornalistas
Traição a Pinto da Costa: "É momento de anúncio da minha candidatura. Ninguém está aqui para denegrir ninguém, o presidente do FC Porto é fundamental na história do FC Porto e assim será recordado para sempre".
O que espera do futuro: "Nesta fase estamos ansiosos por perceber o que se passa no negócio com a Legends ou Sixth Street que pode fazer com que o FC Porto tenha capitais próprios positivos ou perto de ser positivos, como disse o presidente que iria acontecer até 31 de dezembro. É lamentável que estas decisões estejam a ser tomadas a três meses das eleições".