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Andrei Coubiș recusou seleção romena depois de ter sido acusado de vender um jogo a Itália

Costel Demian
Andrei Coubiș recusou jogar pela Roménia depois de ter sido acusado de tentar vender o jogo de Itália
Andrei Coubiș recusou jogar pela Roménia depois de ter sido acusado de tentar vender o jogo de ItáliaProfimedia
Depois de Cătălin Cîrjan ter revelado as razões pelas quais não chegou à seleção principal da Roménia, o pai de Andrei Coubiș, defesa romeno de 19 anos, que representa o AC Milan, revelou o motivo pelo qual o seu filho escolheu jogar por Itália, depois de ter sido convocado pela Roménia.

Andrei Coubiș, de 19 anos, é capitão da equipa primavera do AC Milan e participou, pela seleção romena sub-19, no Campeonato Europeu da Eslováquia, em 2022.

Antes de aceitar a chamada de Itália, Coubiș contabilizou 12 internacionalizações pela Roménia, onde apontou um golo. No ano passado, recusou por duas vezes as chamadas à seleção romena sub-21, de preparação para o Europeu organizado pela Roménia e Geórgia.

"Tentámos tomar as medidas necessárias para convencer Coubiș a permanecer com a seleção nacional romena. No início de novembro fui a Milão, assisti a algumas das sessões de treino e falei com o seu diretor desportivo dos sub-21. Mas já tínhamos sinais de que ele também era procurado pela Federação Italiana. Vi-o mais distante, não conseguíamos comunicar, ele também não respondeu às minhas mensagens. A decisão é dele, lamentamos", foi a explicação dada por Emil Săndoi, selecionador sub-21 da Roménia, através da FRF TV.

Coubiș não quer ouvir mais nada da Roménia

Ora a recusa do central vem do torneio na Eslováquia, em 2022, pelos sub-19.

"Andrei não quer ouvir mais falar da Roménia. Ele tem uma personalidade impressionante. O episódio que mais o desapontou e desencadeou um ódio incrível aconteceu no verão passado, durante o Campeonato Europeu Sub-19 na Eslováquia", disse o pai de Coubiș à ProSport.

A equipa romena estava hospedada no mesmo hotel que a italiana, e as duas selecções nacionais eram também adversárias. Uma noite, após o jantar, Andrei subiu ao quarto dos seus companheiros de equipa do AC Milan. Conversaram durante cerca de uma hora. Um membro da equipa romena viu-o a conversar com os italianos e acusou-o de ir falar para perder o jogo.

O jogo seria ganho pela Itália por 2-1, e Coubiș entrou apenas aos 69 minutos, já após os italianos terem marcado o segundo golo.

"Ele sentiu-se muito mal quando viu que, após o episódio com os seus companheiros de Milão, não foi escolhido para ser titular no jogo contra a Itália. Ele estava convencido de que iria começar. Mas só o puseram a jogar perto do final", disse o pai do central.

Após este incidente, Coubiș sentiu-se isolado pelos seus colegas. No entanto, no segundo jogo, contra França, foi titular e até marcou o golo na derrota por 1-2. 

O Europeu sub-19 deixou um gosto amargo em Andrei, que disse ao seu pai que não havia espírito de equipa e que cada jogador jogava por si próprio.

"Ele também ficou extremamente chateado porque não tinha bola, apesar de estar a correr e a tentar fazer-se útil. Sentiu-se contornado, simplesmente porque todos levavam a bola e saíam sozinhos, como se não houvesse espírito de equipa. Foi o que ele me disse, que parecia que em todos os momentos os seus companheiros de equipa só se queriam destacar individualmente. Ele voltou para casa profundamente desapontado", disse Gheorghe Coubiș.

"Ficou espantado com os métodos de treino das equipas em geral. Queixou-se que havia grandes diferenças entre o que lá encontrou e o nível a que estava habituado em Milão", acrescentou o pai do jogador.

100 euros por duas camisolas

Outra história dececionante foi revelada por Gheorghe Coubiș nesta entrevista. Numa das seleções romenas, Andrei pediu duas camisolas para oferecer ao seu agente. A reação dos representantes da federação voltou a deixar um sabor... amargo. O futebolista foi convidado a pagar 100 euros pelas duas camisolas.

"Obrigaram-no a pagar 100 euros. É ridículo! Obviamente não se trata do dinheiro mas do gesto e do apreço que é realmente dado aos futebolistas. Ninguém vai à seleção para ficar rico", defendeu o pai do central.

Opção por Itália

Em evidência no AC Milan, Coubiș foi convocado pela seleção sub-20 italiana, não tendo sido utilizado devido a lesão. Ainda assim, permaneceu nos eleitos para se ambientar à nova realidade.

"Roménia, um trampolim para a Itália"

Adrian Văsâi, o treinador que mais interagiu com Coubiș, teve uma reacção inesperada.

"Não perdemos nada. Desejo-lhe que vá a Milão, à selecção italiana, e depois assumirei a responsabilidade pelo erro. É claro que ele é um bom central mas tornou-se nisso pela Roménia, ele era apenas um mero lateral-direito em Milão", acusou o técnico.

"Nunca o senti ligado à emoção da seleção. Nem nos jogos, nem no resto do tempo. Sempre disse que, quando se chega ao plantel, não basta ter valor. É preciso sentir algo, ter uma certa química com essa equipa, o que não era o caso com Coubiș. Na verdade, tudo o que fez foi utilizar estas aparições para a Roménia para aumentar a sua quota. Um trampolim para a Itália, que o visou especialmente depois do Campeonato Europeu na Eslováquia", acrescentou Adrian Văsâi.

O antigo treinador reconheceu que houve um conflito no torneio na Eslováquia, mas minimiza-o e diz que o jogador não foi acusado de tentar vender o jogo com os italianos.

"Não tenho qualquer problema se quiser falar com os italianos, os franceses, quem quiser, mas não durante o estágio... Quem disser o contrário não  sabe do que está a falar. É uma estupidez! Já ultrapassámos há muito esse tempo em que se suspeitava de alguém por uma simples discussão", disse Văsâi ao ProSport.