O ícone da Premier League tinha anunciado a sua adesão à Associação de Golfistas Profissionais (PGA) em 2018 e foi-lhe atribuída uma vaga para formação no âmbito da licenciatura em estudos profissionais de golfe da Fundação da Universidade de Birmingham.
"Estou orgulhoso porque me desafiei não só a aplicar esforço num desporto, mas também academicamente", disse Odemwingie ao site da PGA: "Espero que a minha história motive as pessoas a seguirem o exemplo, quer seja através da PGA ou de qualquer outra forma de estudo. Comecei a jogar no final dos meus dias no West Brom porque alguns dos rapazes jogavam e eu via o entusiasmo que eles tinham por isso. Iam jogar à terça-feira depois do treino, levavam o equipamento de golfe e falavam sobre o assunto, mas eu não conseguia perceber porque o vocabulário do golfe é muito diferente de tudo o resto. Depois, numa das viagens de treino de pré-época com o West Brom, Roy Hodgson levou-nos a um resort de golfe e as pessoas estavam a jogar putting e a fazer voltas completas nos dias de folga, por isso eu estava a passar pelo campo e pensei em tentar bater umas bolas. Estava de chinelos, mas acertei em algumas e adorei o som e ver a bola a voar. Era uma descida, por isso a bola foi mais longe. Pensei: 'OK, há qualquer coisa nisto'."
O desafio de se tornar membro da PGA deu a Odemwingie um sentido renovado de objetivo. Ele está grato por ter encontrado um novo caminho, com mentores como o Head Pro Jak Hamblett a guiá-lo ao longo do caminho.
"Tenho 42 anos e sinto-me como se fosse um adolescente mais uma vez. Na verdade, é uma bênção, pois consegui pôr de lado a minha história e a minha carreira no futebol e disse a mim mesmo: 'És um jovem que está a começar uma nova jornada num desporto pelo qual te apaixonaste'. Vi-me como um miúdo e senti-me jovem ao frequentar duas aulas numa semana em Inglaterra, com pessoas maioritariamente mais jovens. Tive de pôr os estudos em primeiro lugar nos últimos anos, mas agora que acabei o curso estou em condições de fazer alguma coisa e espero conseguir apoio para organizar alguns torneios na Nigéria com prémios monetários decentes."
Nascido no Uzbequistão, filho de mãe russa e pai nigeriano, Odemwingie começou a sua carreira futebolística no Bendel Insurance, da primeira divisão nigeriana, antes de se transferir para o La Louviere em 2004.
As passagens impressionantes por França e Rússia, no Lille e no Lokomotiv Moscovo, respetivamente, despertaram o interesse de equipas da Premier League. Em 2010, ingressou no West Bromwich Albion, onde marcou 30 golos em 87 jogos na primeira divisão e ganhou o prémio de Jogador do Mês por três vezes (setembro de 2010, abril de 2011 e fevereiro de 2012).
Após um incidente infame no último dia do mercado de 2013, em que chegou ao Queens Park Rangers para tentar orquestrar uma transferência, deixou o West Bromwich Albion sob uma nuvem. Posteriormente, Odemwingie jogou no Cardiff City, Stoke City e Rotherham United antes de deixar o futebol inglês para jogar no Madura, da primeira divisão indonésia, em 2017.
A nível internacional, representou as Super Águias em quatro edições da Taça das Nações Africanas (2004, 2006, 2008 e como capitão em 2010). Em 2008, foi nomeado jogador de idade maior de 23 da equipa nigeriana que conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim.
Odemwingie também participou nos Mundiais de 2010 e 2014, marcando o golo decisivo contra a Bósnia e Herzegovina no Brasil, que garantiu a passagem dos africanos ocidentais aos oitavos de final.