Proposta pelo grupo municipal do PS, a recomendação pela construção do Museu Olímpico foi viabilizada com a abstenção de PSD e MPT e os votos a favor de BE, Livre, PEV, PCP, dois deputados independentes dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), PS, PAN, IL, PPM, Aliança e CDS-PP.
Na apresentação da recomendação, o deputado municipal do PS Jorge Marques, que é também presidente da Junta de Freguesia da Ajuda, disse que o projeto do Museu Olímpico está na fase final, em que falta a construção do edifício, que ficará localizado nesta freguesia de Lisboa.
“O Comité Olímpico de Portugal dispõe de um espólio que tem vindo a aumentar com as doações, inclusive por parte de familiares de atletas. Um Museu Olímpico pode ser o espaço adequado para reunir o vasto acervo”, lê-se na proposta do PS.
De acordo com o documento, o Museu Olímpico poderá ser um espaço pedagógico, sociocultural, de caráter científico e tecnológico que reúna testemunhos da história e cultura do movimento olímpico, “mas também um espaço que ofereça ao visitante, de forma lúdica, conhecimentos que valorizem socialmente o desporto enquanto instrumento para a promoção da paz, da união e do respeito”.
Neste âmbito, a assembleia recomenda à câmara que “apoie, na medida do que for possível, a construção do Museu Olímpico” e que reúna, ao mais alto nível, com o COP, para que seja obtido “um compromisso claro” entre a autarquia e o Comité relativamente a este projeto.
Presente na reunião da assembleia, o vereador do Desporto, Ângelo Pereira (PSD), disse que já teve a oportunidade de visitar a sede e de reunir com a direção do COP, acompanhado pelo presidente da Junta de Freguesia da Ajuda, num encontro em que foi apresentada a ideia do museu e foi falado sobre o terreno onde seria implementado o mesmo.
“Desde a primeira hora, transmiti ao presidente do Comité Olímpico a disponibilidade da câmara municipal para ser parceira neste projeto”, afirmou Ângelo Pereira, indicando que ficou por definir o modelo de participação do município no projeto.
O vereador do Desporto considerou que o projeto de construção do Museu Olímpico é “meritório e importante para a cidade”, adiantando que o mesmo exige uma forte vertente financeira e patrimonial e, neste sentido, a câmara está a avaliar essa questão e irá “em breve” reunir com o COP para definir qual é o modelo e o envolvimento do município.
Na quarta-feira, o presidente do COP, José Manuel Constantino, responsabilizou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), pelo atraso na construção do Museu Olímpico, esperando que o autarca encontre tempo para o receber.
“(O Museu Olímpico) está parado. Nós pedimos uma reunião ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o engenheiro Carlos Moedas, que nos remeteu para um vereador. O presidente do Comité Olímpico de Portugal não é recebido por vereadores. Ou é recebido pelo presidente ou não é recebido”, argumentou.
A construção do Museu Olímpico/Casa do Olimpismo, ao lado do COP, foi uma das três prioridades elencadas por José Manuel Constantino, em março de 2022, para o seu último mandato à frente da instituição, notando, na altura, que tinha menos de três anos para concretizar o projeto.