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Europeus de Atletismo: A persistência de Liliana Cá foi finalmente medalhada

Luís Herédio Costa e Liliana Cá já com a medalha de bronze
Luís Herédio Costa e Liliana Cá já com a medalha de bronzeFederação Portuguesa de Atletismo
Liliana Cá esperou 37 anos para concretizar o sonho de subir ao pódio de uma grande competição internacional, até este domingo, quando recebeu a medalha de bronze conquistada no lançamento do peso nos Europeus de atletismo Roma-2024.

Nascida no Barreiro, em 1986, a lançadora começou na modalidade no CA Vale da Amoreira e, depois, o GR Quinta da Lomba, até chegar, finalmente, aos ‘grandes’. Primeiro, representou o Sporting, seguiu-se o Benfica, até emigrar, já depois de ser mãe, para Inglaterra, assinando pela AD Novas Luzes.

Foi com as ‘cores’ deste clube da Bobadela que disputou os Jogos Olímpicos Tóquio-2020, em 2021, quando sofreu um dos grandes dissabores da carreira, ao cair enquanto lançava para melhorar o quinto lugar, prejudicada pela chuva que, repentinamente, começou a cair na capital japonesa.

Poderia ter feito melhor. Arrisco-me a dizer que podia voltar a bater o recorde nacional. (...) Quando penso no quinto lugar, penso que podia ter feito melhor. Sinto que conseguia fazer mais metros. Não me deixa totalmente feliz”, explicou, então, em Tóquio.

Magoou-se – lesão no pé esquerdo e no joelho direito – e estas ‘feridas’ tardaram em sarar, provavelmente só cicatrizaram no sábado, quando assegurou um lugar no pódio dos Europeus Roma-2024. Com o bronze garantido, ‘escudada’ pela amiga e adversária Irina Rodrigues, que terminou no quarto lugar, Cá acabou por ‘perder’ a prata para a neerlandesa Jorinde van Klinken.

O triunfo, esse, foi pela sétima vez para a ‘rainha’ europeia da disciplina, a croata Sandra Elkasevic.

Liliana Cá destacou-se nos escalões jovens, conquistando uma medalha de prata nos Europeus de juniores em 2006, chegando, mais tarde, aos Europeus absolutos em Barcelona-2010, onde foi 14.ª, aproximando-se do pódio em Berlim-2018, com o sétimo posto, e ainda mais em Munique-2022, com o quinto lugar.

Foi já como recordista nacional que regressou ao Sporting, depois de conseguir os 66,40 metros que bateram a marca da histórica Teresa Machado desde 1998 (65,40) – esta marca viria a ser ultrapassada, já este ano, por Irina Rodrigues (66,60).

A atleta treinada por Luís Herédio Costa, que a recuperou para a competição, em 2017, praticamente cinco anos depois de a ter deixado, é, segundo os seus mais próximos, muito divertida e afetuosa, mas também reservada, justificando não ser muito expansiva publicamente.

O regresso ao disco “era mesmo só para brincar, mas a brincadeira foi longe demais”, hoje, um dia depois do lançamento de bronze, em que Liliana Cá foi até ao pódio no Estádio Olímpico de Roma, onde recebeu, emocionada, a tão esperada medalha, que, sem hesitar, dedicou aos filhos Enzo e Aaron.

Sem revelar as suas expectativas, mas com a presença nos Jogos Olímpicos garantida com o arremesso da qualificação (64,72), não será difícil adivinhar que a sua ambição passa por regressar brevemente aos pódios, numa outra capital europeia.

Isto depois de, no sábado, ter concretizado um dos seus sonhos, tal como revelou após a conquista na cidade italiana.

Foi das competições mais sofridas, mas também das que mais gosto me deu, porque consegui concretizar o meu objetivo e realizar um sonho de criança – sempre quis conquistar uma medalha de um Mundial ou de um Europeu – e ainda não consegui acordar dele”, confessou.

Hoje, já com a medalha ao peito, após a consagração e das recordações fotográficas com os presentes, Liliana Cá confirmou: “Foi exatamente como sonhei!”.