“Comecei bem a prova, mas fecharam-me à partida. Na volta seguinte, tentei ir para a frente para não estar no pelotão e evitar estar muito para trás, onde é, para mim difícil, passar os obstáculos. Arrisquei uma desclassificação a desviar-me do atleta belga e acabei por perder a sapatilha quando o alemão me pisou”, explicou o atleta do Benfica, na zona mista do Estádio Olímpico de Roma.
Etson Barros concluiu a segunda série da eliminatórias no 14.º lugar, em 8.55,33 minutos, depois de cumprir praticamente metade da distância com o pé esquerdo descalço, tendo mesmo ponderado parar, e abrandado, na zona da vala.
“Aí senti um bocadinho o ‘choque’ (enquanto aponta para a sola do pé, escaldada pelo tartan) e começou a dar a sensação de ferida. Não queria desistir, porque isso não faz parte da minha personalidade. É uma aprendizagem! Acho que tenho de correr com mais cabeça”, explicou.
Qualificavam-se para a final os oito primeiros de cada uma das eliminatórias, tendo o atleta do Benfica, de 23 anos, admitido que esse era o seu objetivo, depois de ter sido 16.º, e o primeiro fora da final, nos Europeus Munique-2022.
“Vinha com o objetivo de correr rápido e chegar à final, sem pensar muito no lugar. Saio triste, mas de cabeça levantada”, vincou, assegurando que a procura pela sapatilha perdida acabou por ser fácil.
José Regalo detém o melhor resultado português nos 3.000 obstáculos, com o nono lugar alcançado em Estugarda-1986.