Europeus de Atletismo: Pichardo queria o ouro e a régua ligada no salto do rival

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Europeus de Atletismo: Pichardo queria o ouro e a régua ligada no salto do rival

Pichardo recebeu a medalha de prata do triplo salto no exterior do Estádio Olímpico
Pichardo recebeu a medalha de prata do triplo salto no exterior do Estádio OlímpicoAFP
O português Pedro Pichardo insistiu esta quarta-feira na obrigação de a régua eletrónica estar ligada durante todos os ensaios, contestando o ‘apagão’ no salto vencedor do espanhol Jordan Díaz, a quem cobiçou o ouro no triplo salto.

As sensações são boas”, começou por dizer o saltador do Benfica, aos jornalistas, após receber a medalha de prata do triplo salto nos Europeus de atletismo Roma-2024, no exterior do Estádio Olímpico.

Apesar de ter estabelecido, um novo recorde nacional (18,04 metros), no segundo salto, Pichardo perdeu o título europeu conquistado em Munique-2022, após o ‘voo’ de Jordan Díaz, na quinta tentativa (18,18 metros).

Uma medalha é sempre uma medalha, seja de prata ou de bronze. Gostava de levar o ouro para casa, mas prometo que vou continuar a lutar para levar o ouro nos Jogos Olímpicos para casa”, afirmou o português, de 30 anos, apontando à revalidação do título conquistado em Tóquio-2020.

Nas redes sociais, Pichardo questionou marca do novo campeão da Europa e o porquê de a régua eletrónica ter funcionado quando o espanhol logrou 17,96 metros e não no “grande salto”, tendo, “por coincidência”, voltado a funcionar “um minuto depois”, quando Pichardo voltou a saltar.

As regras são impostas pela World Athletics e a régua de medição não pode estar apagada. Todos saltaram com a régua ativa e esse rapaz (Jordan Díaz) saltou com a régua apagada e não pode”, reclamou Pichardo, em declarações aos jornalistas.

De acordo com o vice-campeão da Europa, a competição devia ter sido interrompida.

Ele (Jordan Díaz) não devia ter saltado se a régua não está a funcionar, como fizeram quando a pistola avariou nos 200 metros. Eu não tenho de confiar no árbitro, que mediu com laser, eu sou atleta e ele é meu rival, eu não sou obrigado a confiar no árbitro, mas confio na régua”, vincou.

Pichardo recusou ‘medir’ o salto do rival, o terceiro maior da história, só atrás do recorde do mundo do britânico Jonathan Edwards (18,29) e do norte-americano Christian Taylor (18,21), preferindo ‘atacar’ a falhar eletrónica.

Se saltou mais ou menos, isso não é problema, o problema é que a régua estava desligada. No passado, já houve erros na medição, é normal, por isso é que existe a régua de medição e, por isso é que tem de estar ligada. Quando ele saltou 17,94 metros estava ativa, quando saltou 17,96 também. A medição é aprovada por um juiz, que não se sabe quem é. Temos o direito de protestar e quero ver a régua, como quando eu saltei. E, nós, já fizemos uma reclamação”, assegurou.

O pedido de clarificação nas redes sociais, um dia depois de ter voltado a saltar 18 metros, nove anos depois, e de ter reagido com aparente ‘fair play’, face ao “concurso espetacular” e ao “show” que foi a única final de uma grande competição com dois atletas a superarem os 18 metros – só tinha ocorrido na etapa de Doha da Liga de Diamante de 2015.

Claro que estou chateado, mas eu saltei sempre com a régua ativa. Eu já perdi muitas vezes, ontem não foi a última, não é isso que está em causa. Se ele saltou o recorde do mundo ou não, ou saltou 18,18, a régua é que devia estar a funcionar. Só estou a exigir isso”, prosseguiu.

Questionado sobre se abordou o tema na cerimónia do pódio, Pichardo foi inequívoco: “Ele (Jordan Díaz) nunca me falou. Eu não me dou com todos os portugueses, como também não me dou com todos os cubanos. Nós não somos amigos e nunca falámos”.

Ele (Jordan Díaz) fez grandes saltos, não duvido que ele possa saltar mais, mas a régua tinha de estar a funcionar”, concluiu.