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Londres-2012: Bolt e Phelps seguiram como reis

Phelps brilhou nos Jogos de Londres
Phelps brilhou nos Jogos de LondresAFP
Londres tornou-se a primeira cidade a receber por três vezes os Jogos Olímpicos, com o velocista jamaicano Usain Bolt e o nadador norte-americano Michael Phelps a manterem, em 2012, o estatuto de reis conquistado quatro anos antes.

Grande dominador da velocidade desde 2008 – apenas lhe escapou o ouro nos 100 metros dos Mundiais de Daegu, em 2011 –, Usain Bolt voltou a repetir os três títulos conquistados em Pequim-2008, nos 100, 200 e 4x100 metros, com recorde olímpico no hectómetro (9,63) e um espantoso recorde mundial na estafeta (36,84).

Contudo, apesar de ter vencido seis finais até então, Bolt apenas tinha cinco títulos olímpicos, pois perdeu o ouro conquistado nos 4x100 metros em Pequim, devido a um caso de doping do companheiro Nesta Carter.

A Jamaica voltou a dominar na velocidade, com quatro dos seis ouros disponíveis, enquanto os Estados Unidos recuperaram os títulos nos 4x100 metros e nos 200 metros, por Allyson Felix.

Com apenas quatro ouros e duas pratas, Michael Phelps não repetiu os oito títulos de Pequim, mas, mesmo assim, foi o rei da piscina em Londres e passou a ser o atleta com mais medalhas na história dos Jogos Olímpicos, com um total de 22.

Phelps foi mesmo o atleta com mais medalhas em Londres, passando a somar 18 títulos olímpicos, adiando a sua despedida para o Rio de Janeiro, quatro anos depois.

A adolescente norte-americana Gabrielle Douglas, de apenas 16 anos, tornou-se a primeira negra a vencer o concurso individual feminino de ginástica artística nos Jogos Olímpicos, superiorizando-se às russas Victoria Komova e Aliya Mutafina, e ganhou ainda coletivamente.

A nível coletivo, os Estados Unidos (104) recuperaram a liderança, com 48 medalhas de ouro, 26 de prata e 30 de bronze, superiorizando-se à China (87), que conseguiu 39 de ouro, 31 de prata e 22 de bronze.

Os norte-americanos conseguiram o seu maior número de títulos fora dos Estados Unidos (tinham como recorde 45 em 1924, em Paris, e em 1968, no México).

No terceiro posto do quadro de medalhas ficou a anfitriã Grã-Bretanha (29 ouros, 18 pratas e 18 bronzes), atirando a Rússia para o quarto lugar, com 18 medalhas de ouro, 21 de prata e 26 de bronze.

O fundista de origem somali Mo Farah, com dobradinha nos 5.000 e 10.000 metros do atletismo, o ciclista Bradley Wiggins, que venceu o contrarrelógio e passou a ser o britânico com mais medalhas (tinha seis na pista), e o velejador Ben Aislie, com um quarto título, em finn, foram as estrelas da equipa da casa.

Antes de receber os Jogos em 2016, no Rio de Janeiro, o Brasil, apesar do título no voleibol feminino, voltou a ser o destaque pela negativa nas modalidades coletivas, perdendo duas finais, no voleibol masculino (2-3 com a Rússia) e no futebol masculino (1-2 com o México), naquele que era o único título que falta ao escrete.

O ciclista britânico Mark Cavendish, com o 29.º lugar na prova de estrada, foi uma das desilusões dos Jogos, enquanto o nadador norte-americano Ryan Lochte e o velocista jamaicano Yohan Blake, mesmo com cinco e três medalhas, respetivamente, não conseguiram tirar o protagonismo a Bolt e Phelps, como pretendiam.

Portugal somou, em Londres, apenas uma medalha de prata, pelos canoístas Fernando Pimenta e Emanuel Silva em K2 1.000 metros, alguns diplomas, a maioria na canoagem, e muitas desilusões.

Canoagem brilha e dá única medalha a Portugal

Fernando Pimenta e Emanuel Silva deram a primeira medalha olímpica à canoagem portuguesa, a prata do K2 1.000 metros, com outros três diplomas a salvarem Portugal em Londres-2012.

A 23.ª medalha não escondeu alguma deceção com a participação lusa, em especial com a razia da equipa de judo, que, liderada por Telma Monteiro, eliminada na estreia, levava grandes expectativas.

Portugal deixou a capital britânica com uma medalha e nove diplomas (resultados entre o quarto e o oitavo lugar), nuns Jogos em que o atletismo e o judo tiveram prestações inferiores às das edições anteriores.

Com a canoagem em destaque, com uma medalha e mais três diplomas, Fernando Pimenta e Emanuel Silva impediram que, 20 anos depois de Barcelona1992, a Missão lusa saísse dos Jogos sem qualquer pódio.

O sexto lugar de José Garcia em K1 1.000 em Barcelona1992 tinha sido a melhor prestação da canoagem portuguesa, um resultado igualado por dois barcos e largamente batido por Fernando Pimenta e Emanuel Silva, que ficaram a 53 milésimos do título.

Com os sextos lugares em K4 500 (Teresa Portela, Beatriz Gomes, Joana Vasconcelos e Helena Rodrigues) e K2 500 (Beatriz Gomes e Joana Vasconcelos) e o oitavo em K1 200 (Teresa Portela), a canoagem deu mais três diplomas à comitiva lusa.

Oitavos em Pequim-2008, Pedro Fraga e Nuno Mendes levaram o double scull peso ligeiro ao quinto lugar, obtendo a melhor classificação de sempre do remo português.

Mais inesperado foi o quinto lugar de Portugal na sua estreia no torneio de ténis de mesa por equipas, com Marcos Freitas, João Monteiro e Tiago Apolónia a chegarem aos quartos de final.

Num encontro emocionante, o trio luso vendeu cara a derrota perante a Coreia do Sul, segunda do ranking mundial, que foi obrigada a disputar a negra para seguir em frente (3-2).

Os velejadores Álvaro Marinho e Miguel Nunes somaram em Weymouth, a 195 quilómetros de Londres, o quarto diploma olímpico em 470, ao terminarem em oitavo, tal como Francisco Andrade e Bernardo Freitas no 49er, enquanto o atirador João Costa, o mais velho dos atletas portugueses, repetiu aos 47 anos, nos seus quartos Jogos, o sétimo lugar alcançado em pistola de ar comprimido a 10 metros em Sydney2000.

O outro sétimo lugar veio da maratona feminina e pertenceu a Jessica Augusto, a melhor representante do atletismo, o maior contingente da delegação portuguesa, com 24 elementos num total de 76.

Sem Nelson Évora (ouro no triplo em 2008), Francis Obikwelu (prata nos 100 m em Atenas), Rui Silva (bronze nos 1.500 m em Atenas) e Naide Gomes, destacaram-se ainda o nono lugar de Ana Cabecinha nos 20 km marcha – segundo top 10 seguido – e os 11.os de Clarisse Cruz nos 3.000 metros obstáculos e João Vieira nos 20 km marcha.

Vera Barbosa, nas eliminatórias dos 400 metros barreiras femininos, conseguiu o único recorde nacional (55,22 segundos), acabando por cair nas meias-finais.

Quatro anos depois da prata de Vanessa Fernandes, o triatlo português esteve bem representado pelo estreante João Silva, campeão europeu de sub-23, que terminou em nono, enquanto Rui Costa, um ano antes de ser campeão mundial, foi 13.º na prova de fundo de ciclismo de estrada.

Nas disciplinas equestres, Gonçalo Carvalho surpreendeu com a presença na final de dressage (16.º), sendo que Luciana Diniz esperava uma pouco mais nos obstáculos (17.º).

No badminton, a obtenção da primeira vitória portuguesa em Jogos Olímpicos, através de Telma Santos, foi o facto mais marcante, enquanto o recorde nacional de Pedro Oliveira nas eliminatórias de 200 metros costas (1.58,83 minutos) foi o único momento relevante de uma participação da natação tão discreta como a da ginástica.

Polémica foi a passagem da velejadora Carolina Borges, que comunicou no próprio dia que não competiria em RS:X, alegando estar grávida, algo que o Comité Olímpico de Portugal disse desconhecer, queixando-se ainda da falta de treinador em Weymouth.