Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Los Angeles-1932: Os Jogos mais grandiosos, mesmo com a grande Grande Depressão

LUSA
Coliseu de Los Angeles recebeu Jogos de 1932
Coliseu de Los Angeles recebeu Jogos de 1932AFP
Os Estados Unidos organizaram em 1932 os mais grandiosos Jogos Olímpicos até então, mesmo com a crise mundial resultante da Grande Depressão, com Los Angeles a fazer esquecer o fracasso de St. Louis em 1904.

Mesmo com os efeitos da Grande Depressão de 1929 ainda bem visíveis, os norte-americanos não facilitaram e organizaram uns Jogos espetaculares do ponto de vista desportivo, mesmo com um número reduzido de atletas.

Com 100.000 espetadores nas bancadas do Memorial Coliseum, a cerimónia de abertura marcou o arranque para uns Jogos memoráveis, mesmo que a crise em que o mundo se encontrava mergulhado fizesse cair a pique o número de atletas participantes, para números apenas comparáveis com os Jogos de 1904: competiram apenas 1.408 desportistas, em representação de 37 nações.

Os Estados Unidos impuseram o fator-casa, subindo 41 vezes ao degrau mais alto do pódio, com dois nomes a destacarem-se, o da norte-americana Mildred Didriksen e o do argentino Juan Zabala.

Didriksen, que ficou conhecida como Babe, foi a campeã da polivalência, conquistando o ouro em disciplinas tão distintas como os 80 metros barreiras e o lançamento do dardo, além da prata no salto em altura.

Aproveitando a ausência do favorito finlandês Paavo Nurmi, acusado pelo Comité Olímpico Internacional de não ser amador, Zabala, então com 21 anos, tornou-se o mais jovem campeão olímpico da maratona, estabelecendo ainda o recorde dos Jogos (2:31.36 horas).

Destaque também para a jovem equipa de natação do Japão, que surpreendeu a forte seleção anfitriã e venceu seis das sete provas, com destaque para os títulos de Yasuji Miyazaki, de 15 anos e que bateu o recorde mundial dos 100 metros, e de Kuzuo Kitamura, que, com 14 anos e 309 dias, venceu os 1.500 metros e se tornou no mais jovem campeão olímpico de natação, um recorde que caiu apenas em 1988, pela húngara Krisztina Egerszegi.

A britânica Judy Guinness demonstrou o espírito olímpico, ao reconhecer aos juízes que estes não tinham pontuado dois toques que a austríaca Ellen Preis lhe tinha dado na final de florete.

Os Jogos de 1932 trouxeram também um calendário mais condensado, em apenas 16 dias, bem menor do que nas edições anteriores, em que a duração nunca tinha sido inferior a 79 dias.

A primeira Aldeia Olímpica também foi construída em Los Angeles, embora ainda só fosse usada pelos homens, enquanto as mulheres foram hospedadas num hotel de luxo.

Também a cerimónia de entrega de medalhas teve alterações, com os galardoados a subirem a um pódio e a bandeira do país do vencedor a ser hasteada.

Curta comitiva lusa falha a terceira medalha

Uma curta comitiva, com os mesmos seis atletas da estreia em 1912, viajou de Portugal para Los Angeles, para os Jogos Olímpicos de 1932, dos quais regressou sem uma terceira medalha.

Portugal chegava à Califórnia após duas edições em que tinha conquistado as duas primeiras medalhas olímpicas, ambas de bronze e em provas por equipas - uma no hipismo (obstáculos) em Paris-1924 e outra na esgrima (espada) em Amesterdão-1928.

As dificuldades económicas que atravessava e uma dispendiosa viagem transatlântica levaram o Comité Olímpico de Portugal (COP) a levar à Califórnia apenas meia dúzia de atletas, com Rafael Afonso de Sousa a participar em duas modalidades (pentatlo moderno e tiro).

Francisco António Real, no quinto lugar na prova de carabina a 50 metros deitado, ex-aequo com dois suecos e um norte-americano, e Rafael Afonso de Sousa e José Maria Andréa Ferreira, que partilharam o sétimo posto na pistola livre (50 metros), foram os destaques da participação portuguesa.

No atletismo, António Sarsfield Rodrigues foi afastado na primeira eliminatória dos 100 metros (quinto na sua série), e, no pentatlo moderno, Sebastião Freitas Branco Herédia, que caiu na prova hípica, lesionando-se numa perna, e Rafael Afonso de Sousa ficaram fora dos 20 primeiros.

Os portugueses

- ATLETISMO:

100 metros (M) Sarsfield Rodrigues 5.º na eliminatória

- PENTATLO MODERNO:

Individual (M) Rafael Afonso Sousa 22.º

Individual (M) Sebastião Herédia 23.º

- TIRO:

Pistola (M) Rafael Afonso Sousa 7.º

Pistola (M) José A. Ferreira 7.º

Carabina (M) Francisco A. Real 7.º (292 pontos)

Carabina (M) Manuel Silva Guerra 20.º (282)

Carabina (M) José A. Ferreira 23.º (279)

Quadro de medalhas:

Estados Unidos: 110

Itália: 36

França: 20

Suécia: 24

Japão: 18

Hungria: 15

Alemanha: 24

Finlândia: 25

Grã-Bretanha: 17

Polónia: 9

Austrália: 5

Argentina: 4

Canadá: 16

Países Baixos: 8

África do Sul: 5

Irlanda: 2

Checoslováquia: 6

Áustria: 5

Índia: 1

Dinamarca: 8

México: 2

Letónia: 1

Nova Zelândia: 1

Suíça: 1

Filipinas: 3

Espanha: 1

Uruguai: 1