Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Munique-1972: Ataque terrorista ofusca feito de Mark Spitz

Munique acolheu os Jogos Olímpicos de 1972
Munique acolheu os Jogos Olímpicos de 1972COI
A morte de 11 israelitas, após um ataque terrorista, marcou negativamente o regresso dos Jogos Olímpicos à Alemanha, com o norte-americano Mark Spitz a ser o herói de Munique-1972, com sete ouros e recordes do mundo

O regresso a terras germânicas, 36 anos após uma edição associada à propaganda nazi, voltou a ficar marcado negativamente, quando foi escrita a mais sangrenta e negra página dos Jogos da Era Moderna.

A 5 de setembro, um comando de oito palestinianos, da Organização Setembro Negro, que exigia a libertação de 200 presos, entrou na Aldeia Olímpica, dirigiu-se às instalações israelitas e matou dois atletas, fazendo reféns outros nove.

Já no aeroporto militar de Furstenfeldbruck, para onde estava planeada a fuga, um tiroteio entre os sequestradores e as forças especiais da brigada antiterrorista alemã acabou com a morte dos nove atletas reféns, cinco palestinianos e um polícia.

O mais grave incidente da história do olimpismo quase levou ao cancelamento dos Jogos de Munique, mas o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Avery Brundage, insistiu, com o apoio de Israel, que tudo seguisse como planeado, com a célebre frase The Games must go on (Os Jogos têm de continuar).

Os Jogos de 1972 acabariam por ser retomados 34 horas depois, com a bandeira olímpica a meia haste e com uma cerimónia dedicada à memória dos atletas israelitas mortos.

A nível desportivo, o nadador norte-americano Mark Spitz, de origem judaica e que foi retirado do país à pressa após o massacre, foi a figura maior dos Jogos de Munique, ao conquistar sete medalhas de ouro, com outros tantos recordes do mundo.

O nadador californiano conquistou mais de um quinto das 33 medalhas de ouro ganhas pelas cores norte-americanas, insuficientes para manter a supremacia no medalheiro dos Estados Unidos, novamente suplantados pela União Soviética.

Os soviéticos alcançaram a meia centena de medalhas de ouro, duas das quais pelo velocista Valery Borzov, nos 100 e 200 metros, e três pela ginasta Olga Korbut.

No terceiro posto do quadro de medalhas ficou a República Democrática Alemã, com 20 de ouro, seguida da República Federal Alemã, com 13, sendo que Portugal ficou, pela terceira edição consecutiva, afastado das medalhas.

A Guerra Fria foi transferida para o campo de basquetebol, com um polémico final do encontro decisivo, em que os Estados Unidos recusaram a medalha de prata, por considerarem que o lançamento crucial de Sasha Belov já tinha sido feito após o final do encontro.

As estreias de Fernando Mamede e Carlos Lopes

 Portugal ficou, pela terceira edição consecutiva, fora do pódio em Jogos Olímpicos, com um sexto lugar na vela a ser melhor resultado em Munique-1972, apesar das estreias de Carlos Lopes e Fernando Mamede.

No mar do Norte, António Mardel Correia e Henrique Ulrich Anjos alcançaram o sexto lugar em Star, mas não conseguiram dar a quarta medalha olímpica à vela portuguesa, 12 anos depois da última, conquistada pelos irmãos Mário e José Manuel Quina.

Dois dos maiores fundistas da história do atletismo português fizeram a sua estreia olímpica em Munique, mas de forma discreta, com Carlos Lopes (5.000 e 10.000 metros) e Fernando Mamede (800 e 1.500) a serem eliminados na primeira eliminatória, numa edição em que Portugal participou pela primeira vez nos 1.500, 5.000 e 10.000 metros.

No hipismo, Portugal conseguiu o 13.º lugar no Prémio das Nações, enquanto Luís Grilo foi nono na categoria 57 kg da luta greco-romana e o atirador Armando Marques foi 19.º no fosso olímpico.

A representação nacional concorreu ainda nas modalidades de halterofilismo, judo e remo, mas sem resultados relevantes.

Quadro de Medalhas

União Soviética - 99

Estados Unidos - 94

RDA - 66

RFA-  40

Japão - 29

Austrália - 17

Polónia - 21

Hungria - 35

Bulgária - 21

Itália - 18

Suécia - 16

Grã-Bretanha - 18

Roménia - 16

Cuba - 8

Finlândia - 8

Países Baixos - 5

França - 13

Checoslováquia - 8

Quénia - 9

Jugoslávia - 5

Noruega - 4

Coreia do Norte - 5

Nova Zelândia - 3

Uganda - 2

Dinamarca -  1

Suíça - 3

Canadá - 5

Irão - 3

Bélgica - 2

Grécia - 2

Áustria - 3

Colômbia - 3

Argentina - 1

Coreia do Sul - 1

Líbano - 1

México - 1

Mongólia - 1

Paquistão - 1

Tunísia - 1

Turquia - 1

Brasil - 2

Etiópia - 2

Espanha - 1

Gana - 1

Índia -  1

Jamaica - 1

Níger - 1

Nigéria - 1