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Paris-1900: Cinco longos meses de fracasso na estreia das provas femininas

Grand Palais foi construído em 1900
Grand Palais foi construído em 1900The Yomiuri Shimbun via AFP
Os Jogos Olímpicos Paris-1900 marcaram a estreia das mulheres, mas, com provas ao longo de cinco meses, a segunda edição do evento entrou para a história como um fracasso.

Atenas pretendia acolher os Jogos Olímpicos de forma permanente, mas a má experiência de 1896 levou a que, por iniciativa do barão francês Pierre de Coubertin, Paris fosse a cidade escolhida, numa decisão legitimada pela guerra de Creta.

Contudo, o próprio pai dos Jogos da Era Moderna acabou por admitir que Paris foi uma má escolha e considerar que foi um milagre o facto de o movimento olímpico ter sobrevivido à segunda edição.

Nesse ano, Paris recebeu a Exposição Universal, um evento devidamente planeado, organizado e publicitado, que tinha a Torre Eiffel, erguida propositadamente, como uma das suas imagens de marca.

Os Jogos, que acabaram por ser incluídos no programa da Exposição Universal, foram mal organizados e mal publicitados, o que levou ao afastamento do público.

Sem cerimónias de abertura e encerramento e instalações dignas, alguns dos atletas participantes no evento, penosamente arrastado por cinco longos meses, não tiveram sequer consciência de que competiam nos Jogos Olímpicos.

Contudo, nem tudo foi mau, uma vez que os Jogos de Paris contaram pela primeira vez com a presença de mulheres, embora fossem apenas 19 entre os 1.006 atletas participantes, em representação de 20 países.

Apenas duas provas femininas foram disputadas, com a norte-americana Margaret Abbott a impor-se no golfe e a inglesa Charlotte Cooper no ténis.

Apesar dos dois primeiros títulos femininos terem sido entregues nesse ano, a figura foi um homem, mais precisamente um homem-borracha, como ficou conhecido o norte-americano Ray Ewry, vencedor das provas de salto em altura, salto em comprimento e triplo salto, todas realizadas ainda sem a ajuda do balanço.

Ewry, que mais tarde viria a encarnar a figura de Tarzan num filme de Hollywood e que até 1908 conquistaria mais sete títulos olímpicos, foi um verdadeiro símbolo, até porque, em criança, sofreu de poliomielite, que o confinou durante algum tempo a uma cadeira de rodas.

Contudo, não foi ele que arrecadou mais medalhas nesta edição, mas sim o seu compatriota Alvin Kraenzlein, que foi primeiro em quatro provas de atletismo (60 e 110 metros, 200 metros barreiras e salto em comprimento com balanço).

A nível coletivo, o grosso das medalhas ficou em casa, com os franceses a conquistarem um total de 102, 29 das quais de ‘ouro’ (que ainda não estavam instituídas).

Quadro de medalhas:

França: 101

Estados Unidos: 47

Grã-Bretanha: 30

Suíça: 9

Bélgica: 15

Alemanha: 8

Itália: 3

Austrália: 5

Dinamarca: 6

Hungria: 5

Cuba: 2

Canadá: 2

Espanha: 1

Áustria: 6

Noruega: 5

Índia: 2

Países Baixos: 4

Bohemia: 2

México: 1

Suécia: 1

Equipas mistas: 12