Paris-2024: Coreografia da cerimónia de abertura é ensaiada em segredo num hangar

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Paris-2024: Coreografia da cerimónia de abertura é ensaiada em segredo num hangar

A coreografia para a cerimónia de abertura dos Jogos está a ser ensaiada em segredo num hangar.
A coreografia para a cerimónia de abertura dos Jogos está a ser ensaiada em segredo num hangar.AFP
Num enorme hangar transformado em sala de ensaios, os bailarinos aquecem os músculos antes de se lançarem numa coreografia secreta, que será apresentada na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.

A música tem um toque épico e a cerimónia de 26 de julho será "espetacular", dizem os organizadores. Para já, pouco ou nada foi revelado. O comité organizador dos Jogos mantém todos os pormenores em segredo.

Apenas alguns jornalistas, entre os quais a AFP, puderam assistir a alguns minutos de ensaio de uma das cenas, no início de junho. O evento teve lugar num hangar nos arredores de Paris.

3.000 bailarinos

Luzes de néon e uma bola de discoteca espelhada contrastam com o aspeto industrial deste local dilapidado mas imenso.

Como a cerimónia de abertura se realizará pela primeira vez fora de um estádio, ao longo de 7 quilómetros das margens do Sena, foi necessário adaptar-se e encontrar um local capaz de acolher grandes grupos de bailarinos para os ensaios.

No total, mais de 3.000 bailarinos participarão no espetáculo. Para este ensaio, compareceram cerca de cinquenta bailarinos. A cena em causa requer cerca de 400 bailarinos.

"É preciso uma verdadeira organização, mas estamos a chegar lá", entusiasma-se a coreógrafa Maud Le Pladec, responsável pela dança em todas as cerimónias dos Jogos.

A organização é meticulosa, uma vez que os bailarinos têm de ensaiar em pequenos grupos: nenhum local é suficientemente grande, nesta fase, para os acolher a todos. A tarefa é titânica, porque a cerimónia terá cerca de dez cenas.

Vestindo um fato de treino preto e sapatilhas pretas, a coreógrafa apresenta-se perante os seus bailarinos. O ensaio começa com grande entusiasmo, não há tempo a perder. Le Pladec dirige-se a eles em inglês, demonstra os movimentos uma vez, depois uma segunda vez, antes de os ver fazer.

A música ressoa, incapaz de disfarçar o som dos passos que deslizam pelo chão. Enérgica, esta passagem da coreografia é um misto de descontração e de rigor. Os gritos de encorajamento são vigorosos, ao mesmo tempo que os movimentos são executados.

"Conseguimos!"

"Excelente, dá vontade de continuar!", lança o presidente do comité organizador, Tony Estanguet, que entrou discretamente na sala. A alguns metros de distância está também Thomas Jolly, o diretor artístico dos Jogos.

A cerimónia de abertura vai mostrar "a dança em toda a sua diversidade", revela a coreógrafa. O objetivo, confessa, é conseguir um cruzamento entre o break dance, a dança contemporânea e a dança clássica. "Não haverá uma ponte (em Paris) sem bailarinos", afirma.

Independentemente do estilo e do local, para Louise Demay, 25 anos, dançar para os Jogos era um sonho de "infância" que se vai realizar.

Mais pragmático, Guilbeaud Manuarii, 19 anos, confessa que fez a audição "pelo salário", que "não é muito elevado", acrescenta, quando questionado sobre o montante. Admite que se sente um pouco nervoso, mas que está em sintonia com a coreografia "bastante desportiva".

Haverá uma parte mais clássica, de ballet, como serão os figurinos, quando será o ensaio geral? Para todas estas perguntas, a mesma resposta dos participantes: "Não podemos dizer nada".

"Nem mesmo os bailarinos sabem todos os segredos", diz Le Pladec.

Todos os testes de viabilidade foram efectuados. Embora tenha sido necessário readaptar e alterar elementos marginais, o projeto inicial continua em curso.

"Desde meados de março, a coreografia, os figurinos, a música, tudo está pronto", afirma.