O prodígio nascido nos Estados Unidos, muitas vezes descrito como a estrela do atletismo pelo diretor do Atletismo Mundial, Sebastian Coe, estabeleceu um novo recorde mundial de 6,25 metros ao conquistar o seu segundo ouro.
Foi a primeira vez em 68 anos, desde Bob Richards em 1952 e 1956, que um saltador conquistou dois títulos consecutivos.
Duplantis tem sido praticamente imbatível nos últimos cinco anos, conquistando todos os grandes títulos da modalidade, depois de ter sido derrotado no Campeonato do Mundo de 2019, em Doha, pelo americano Sam Kendricks, que conquistou a prata na segunda-feira.
Duplantis ganhou o ouro olímpico em Tóquio há três anos, antes de vencer dois campeonatos mundiais consecutivos ao ar livre em 2022 e 2023. Acrescentou dois Campeonatos do Mundo Indoor em 2022 e 2024 e três Campeonatos da Europa consecutivos em 2018, 2022 e 2024.
Não lhe é estranho estabelecer recordes mundiais em campeonatos importantes, e Paris foi a terceira vez. Foi também o seu nono recorde consecutivo.
Bateu duas vezes em 2020, três vezes em 2022, duas vezes em 2023 e pela primeira vez este ano, em abril, na Liga Diamante de Xiamen.
Duplantis disse que se habitua à pressão de ser o homem que todos querem vencer.
"Sempre que entro numa competição, quero ser o favorito. É o que é. A razão para isso é que eu também o demonstrei", afirmou: "Entro em todas as competições e tento saltar o mais alto possível. Acho que isso deve ser suficiente para fazer o que sei que posso fazer. Habituamo-nos a isso e sabemos como controlá-lo."
Duplantis é treinado pelo seu pai americano Greg, um antigo saltador com vara, e é o produto de uma família apaixonada por atletismo que tinha o seu próprio equipamento de salto com vara no jardim, embora ele insista que não era nenhum "rato de laboratório".
"Comecei a fazer salto com vara quando tinha cerca de quatro anos de idade", afirmou Duplantis.
O seis vezes campeão estadual do Louisiana, que passava os verões com os avós suecos na Suécia, acrescentou: "Quando se tem um poço de salto com vara no quintal, quer-se experimentar. Apaixonei-me pelo salto com vara em tenra idade e continuei a fazê-lo."
Aos 17 anos, Duplantis já tinha ultrapassado o recorde pessoal do seu pai.
Demonstrou o seu imenso talento a um público mais vasto quando ganhou o título europeu ao ar livre em Berlim, em 2018, com um salto de 6,05 metros, um recorde mundial júnior.
Desde então, tem sido um passeio no parque para Duplantis, cujo recorde mundial é agora 9 cm mais alto do que o anterior recorde de outro saltador, o francês Renaud Lavillenie.
O único rival a atingir a marca dos 6 metros é o americano Chris Nilsen, em Eugene, em fevereiro. Não esteve presente em Paris e o seu rival mais próximo no dia foi Kendricks com 5,95m.
Duplantis é tão dominante que muitas vezes só entra em competição quando metade dos atletas já saltaram.
Nessa altura, está no seu elemento, galvanizando o público com um apoio estrondoso, quando primeiro vence e depois estabelece a fasquia para uma tentativa de recorde mundial. E foi assim no Stade de France, onde Duplantis desempenhou o seu papel na perfeição, numa atuação que não podia ter sido melhor planeada.