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Paris-2024: França bateu recordes históricos e provou a regra da equipa da casa

Os franceses aderiram em massa aos Jogos Olímpicos
Os franceses aderiram em massa aos Jogos OlímpicosProfimedia
Um dia depois do ponto intermédio dos Jogos Olímpicas já tinham o maior número de medalhas da era pós-guerra. No final, com 64 metais preciosos, terminou em quarto lugar na classificação por nações, atrás do trio habitual de EUA, China e Grã-Bretanha. Nos Jogos Olímpicos de Paris, os franceses aproveitaram na perfeição o seu ambiente caseiro e voltaram aos seus melhores Jogos desde... os de Paris em 1900, onde (contra uma concorrência incomparavelmente inferior) arrecadaram 103 medalhas.

Provavelmente, em nenhum outro evento desportivo o fator casa é tão evidente nos próprios resultados. No caso dos Jogos Olímpicos, esta é, de facto, a regra. A França ficou mesmo em primeiro lugar no já referido ano de 1900, tal como a Grã-Bretanha em Londres-1908, a Alemanha em Berlim-1936 e a China em Pequim2008. Os restantes Jogos Olímpicos foram dominados pelos Estados Unidos ou pela União Soviética.

A organização dos Jogos Olímpicos também ajudou os países mais pequenos a subir na classificação. A Itália, por exemplo, ficou em terceiro lugar em Roma-1960. No entanto, na sua maioria, tratou-se de subidas pontuais. Os gregos, por exemplo, festejaram um total de 16 medalhas e um excelente 15.º lugar em 2004 (seis ouros foi o máximo desde Atenas-1896, onde ficaram em segundo lugar atrás dos EUA), mas quatro anos mais tarde caíram 43 lugares com um registo de 0-2-2. Até os japoneses ficaram a sete ouros este ano (para 20) do recorde de Tóquio do ano passado.

Na verdade, não é uma grande surpresa. Um país investe sempre milhares de milhões para acolher os Jogos, quer mostrar-se ao mundo, e não faria sentido se o governo não apoiasse também financeiramente o desporto e não quisesse brilhar também neste domínio. Antes dos Jogos de Paris, o Presidente Emmanuel Macron, estabeleceu mesmo como objetivo para a equipa francesa terminar em quinto lugar na classificação por nações. Objetivo alcançado.

Durante o terceiro dia dos Jogos Olímpicos deste ano, a equipa Les Bleus arrecadou um total de oito medalhas, a primeira vez que o fez desde Atlanta em 1996. Com o omnipresente som da marselhesa, o país esqueceu a crise política que atravessa e dedicou a sua atenção e energia a um encontro dos melhores atletas do mundo. O que quase enervou a maior estrela dos Jogos, o nadador francês Léon Marchand, de apenas 22 anos. " Tentei concentrar-me em mim, mas é muito difícil quando se tem 15 mil pessoas nas bancadas a aplaudir-nos", confessou o dono de quatro medalhas de ouro e uma de bronze.

E nem sequer mencionou os outros quase 10 milhões de fãs que assistiram às suas corridas pela televisão. A cerimónia de abertura foi vista por 23 milhões de franceses, ou seja, cerca de um em cada três habitantes do país. O evento teve, portanto, mais audiência do que os jogos dos Bleus no recente Europeu, onde os vice-campeões mundiais chegaram às meias-finais.

Havia muito para ver. Afinal, os franceses tinham conquistado a primeira medalha da história do país na estafeta de 4x100m bruços, uma prova totalmente de exibição para os americanos, a quem só sucumbiram na finalíssima. Graças ao talento de Félix Lebrun, de 17 anos, os franceses conquistaram a sua primeira medalha no ténis de mesa em 32 anos. Aplaudiram a sensacional prata no basquetebol de 3x3, que acabaram por perder para os neerlandeses no prolongamento por um único ponto.

À equipa de râguebi de sete, que foi a primeira a destronar as Fiji do trono olímpico. E na competição de BMX, os franceses conseguiram mesmo um lugar completo no pódio, a última vez que o tinham feito em qualquer prova abaixo dos cinco anéis desde 1900. Mas, nessa altura, os franceses representavam quase metade dos atletas participantes...