A competição já estava ganha, o recorde olímpico tinha sido melhorado para 6,10 metros e, no entanto, Armand Duplantis não ia a lado nenhum. Uma tentativa falhada a 6,25 metros, depois uma segunda, e parecia que o nono recorde mundial do génio sueco não seria estabelecido esta segunda-feira.
Mas depois, na sua última tentativa, conseguiu finalmente. A velocidade da vara na mão foi impressionante como sempre, o voo foi perfeito, a noite foi iluminada por um relâmpago e o público foi ao rubro: o recorde do mundo tinha caído. E certamente não ficará por aqui.
Mondo derrubou por muito pouco os dois primeiros ensaios e depois, muito determinado, passou mesmo a fasquia, para delírio de um estádio lotado, em grande contraste com o estádio olímpico de Tóquio, onde se sagrou campeão há três anos, esvaziado pelas medidas de prevenção da COVID-19.
Cedo ficou claro que Duplantis, nascido nos Estados Unidos, mas que optou pela nacionalidade sueca, da mãe, estava em dia sim e limpou a fasquia a 6,00, o que mais ninguém acompanhou. Tinha iniciado o concurso a 5,70, não registando qualquer derrube.
No caminho para o recorde do mundo, fez ainda um salto intermédio a 6,10, de execução simplesmente perfeita.
Imbatível em grandes competições desde 2020, e muito poucas vezes derrotado, concentrou-se para a tentativa de recorde, ele que já por oito vezes tinha feito subir o máximo mundial, a última das vezes já este ano, em Xiamen, na China, em abril (6,24 metros).
Aos 24 anos, e, previsivelmente, com dois ciclos olímpicos pela frente, ainda é difícil de perceber os limites do já apontado como o atleta do século.
A medalha de prata foi arrebatada pelo norte-americano Sam Kendricks, o campeão mundial de 2017 e 2019, que superou a fasquia a 5,95, e o bronze foi entregue ao grego Emmanouil Karalis, com 5,90.