Desta vez, porém, o tema do ataque do presidente da World Athletics, Sebastian Coe, diz respeito à falta, segundo ele, "de uma política do COI para resolver a atual controvérsia sobre a elegibilidade do género no boxe olímpico."
"É simples: é preciso ter uma política", afirmou Coe.
O antigo recordista mundial dos 800 metros está convencido, especialmente depois do caso das duas pugilistas Khelif e Yu Ting, de que deve haver uma política clara sobre a questão.
"Nunca se pode agradar a toda a gente, mas é preciso ter uma posição clara. Se não houver, acabamos em situações como esta", referiu.
Mosaico de regras
Segundo Coe, tudo isto se deve à falta de planeamento dos responsáveis do COI.
"Passei cinco anos no 'Board of Control' da federação britânica de boxe, como funcionário administrativo, e tenho filhas. Como é que acham que me sinto? Mas o mais importante é ter uma política que se possa apoiar, para que funcione como um princípio orientador", sublinhou.
E é isso que tem feito desde que se tornou presidente do organismo mundial de atletismo, um dos primeiros desportos a introduzir regras para atletas com desenvolvimento sexual diferente (Dsd), na sequência de uma longa batalha legal envolvendo a atleta sul-africana Caster Semenya.
Outros desportos, como o triatlo e a natação, também adotaram regras rigorosas, ao passo que, normalmente, o COI, recordou Coe, deixa essas decisões ao critério do organismo dirigente de cada desporto.
"E é por isso que existe uma manta de retalhos de regras", referiu. Daí, segundo Coe, a necessidade urgente de um conjunto coerente de regras para evitar as controvérsias que estão a manchar os Jogos.