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Sydney-2000: Ian Thorpe e Cathy Freeman brilham em casa em Jogos perfeitos

Austrália acolheu a edição de 2000
Austrália acolheu a edição de 2000COI
Ian Thorpe e Cathy Freeman brilharam em casa e foram duas das grandes estrelas dos Jogos Olímpicos Sydney-2000, numa das melhores organizações de sempre, com Portugal a conquistar mais duas medalhas.

Depois do ouro em Atlanta-1996, Fernanda Ribeiro foi bronze nos 10.000 metros, o mesmo metal conquistado pelo judoca Nuno Delgado (-81 kg), nuns Jogos em que a natação foi a principal protagonista, muito por culpa de Ian Thorpe.

Então com apenas 17 anos, Thorpe conquistou o país com a vitória nos 4x100 metros, quando, no último percurso, bateu o norte-americano Gary Hall Jr. por 19 centésimos, ajudando a Austrália a fixar um novo recorde mundial.

O Torpedo terminou a sua participação com um total de cinco medalhas - três de ouro e duas de prata –, ofuscando um pouco a neerlandesa Inge de Bruijn, que conseguiu três medalhas de ouro e outros tantos recordes mundiais.

No atletismo, a estrela australiana acabou por ser Cathy Freeman, que, quatro anos antes, em Atlanta, tinha sido a primeira aborígene a conquistar uma medalha – de prata – em Jogos.

Depois de lhe ter sido dada a honra de acender a chama olímpica na cerimónia de abertura, Freeman venceu o ouro nos 400 metros, numa prova em que a campeã em 1996, a francesa Marie-José Pérec, não participou, depois de fugir de Sydney, alegando ter sido ameaçada.

Mais uma vez, os Estados Unidos terminaram no topo do quadro de medalhas, com 91, 36 das quais de ouro, tendo sido secundados pela Rússia, com 88 (32 títulos), e pela China, com 59 (28).

Para a galeria dos imortais entrou o britânico Steven Redgrave, ao tornar-se no primeiro remador a vencer medalhas de ouro em cinco Jogos consecutivos.

A perfeição dos Jogos de Sydney acabou por ser manchada por vários casos de doping, em especial no halterofilismo, no qual se bateram mais recordes do que nunca, mas em que três búlgaros perderam as medalhas por terem utilizado substâncias proibidas.

Em várias modalidades as suspeitas mantiveram-se e medalhas acabaram por ser retiradas vários anos depois, com um dos casos mais marcantes a ser da norte-americana Marion Jones.

Em 2007, após a investigação ao laboratório BALCO, a velocista admitiu o uso de doping em Sydney2000 e devolveu as suas cinco medalhas (ouro nos 100, 200 e 4x400 metros e bronze no comprimento e 4x100).

O Comité Olímpico Internacional retirou-lhe oficialmente os resultados em dezembro e em abril de 2008 decidiu também desqualificar e retirar as medalhas às suas colegas nas duas estafetas.

Também o ciclista Lance Armstrong, bronze no contrarrelógio, devolveu a sua medalha, depois de ter assumido o recurso sistemático ao doping, que lhe custou também os sete títulos na Volta a França.

Em Sydney, Maria de Lurdes Mutola deu a Moçambique a sua primeira medalha de ouro olímpica, ao ganhar a prova dos 800 metros, quatro anos depois de ter estreado o país no quadro de medalhas, com o bronze conseguido em Atlanta1996, na mesma distância.

Um ano depois do referendo que pedia a independência em relação à Indonésia, escolha que foi reprimida com violência, Timor-Leste participou pela primeira vez nos Jogos Olímpicos, com quatro atletas, mas ainda sob a bandeira olímpica e como independentes.

A nível político destaque ainda para o facto de a Coreia do Norte e a Coreia do Sul terem marchado juntas, debaixo de uma mesma bandeira.

Apesar de ter feito o pior tempo da história dos 100 metros livres em Jogos, Eric Moussambani entrou para a memória global e para a história olímpica.

Numa eliminatória de 100 metros livres em que os outros dois nadadores foram eliminados devido a falsas partidas, o nadador da Guiné Equatorial foi o rei da piscina, tornando-se uma estrela mundial.

Moussambani quase não conseguiu chegar ao final da prova, depois de ter começado a nadar apenas seis meses antes.

Dois bronzes na mais curta missão portuguesa desde 1984

Fernanda Ribeiro, campeã quatro anos antes, e Nuno Delgado deram duas medalhas de bronze a Portugal nos Jogos Olímpicos Sydney-2000, nos quais a missão portuguesa foi a mais curta desde Los Angeles1984.

Após se ter apresentado com 107 atletas em Atlanta-1996, o maior número de sempre, o Comité Olímpico de Portugal apostou numa delegação qualitativamente mais forte e com menos 45 atletas, com um saldo de duas medalhas e seis diplomas.

Depois de ter conquistado o ouro em Atlanta-1996, Fernanda Ribeiro voltou a subir ao pódio em Sydney, desta feita ao terceiro lugar, atrás das etíopes Derartu Tulu e Gete Wami, ficando a apenas 10 décimos de segundo da prata.

Campeão europeu no ano anterior, Nuno Delgado deu a primeira medalha ao judo português, ao ser terceiro na categoria –81 kg, sendo travado apenas nas meias-finais pelo sul-coreano Cho In-Chul, que acabaria por ser derrotado na final.

No combate de disputa do bronze, Delgado venceu o uruguaio Alvaro Peseyro e conquistou a 16.ª medalha portuguesa em 88 anos de participações nos Jogos Olímpicos.

Além destas duas medalhas de bronze, Portugal conseguiu seis classificações entre os oito primeiros, premiadas com diplomas, em seis outras provas, três das quais na vela.

Miguel Nunes e Álvaro Marinho (classe 470), Diogo Cayolla e Afonso Domingos (49er) e Gustavo Lima (Laser) chegaram às derradeiras regatas, mas acabaram por terminar em quinto, sétimo e sexto lugar, respetivamente.

No voleibol de praia, Miguel Maia e João Brenha repetiram o quarto lugar de Atlanta-1996, depois de voltarem a perder nas meias-finais com os norte-americanos Dain Blanton e Eric Fonoiomoana, que viriam a ser campeões, e foram batidos pelos alemães Jorg Ahmann e Axel Hager na disputa pelo bronze.

No tiro, João Costa foi sétimo no concurso de pistola de ar comprimido a 10 metros, a mesma posição que o judoca Michel Almeida conseguiu nos -73kg.

No ciclismo e na natação, Portugal desiludiu. Os quatro ciclistas que participaram na prova de estrada desistiram e Vítor Gamito foi antepenúltimo no contrarrelógio, enquanto dos sete nadadores presentes na Austrália nem um atingiu o recorde pessoal.

Com o 26.º lugar no fosso olímpico, o campeão europeu João Rebelo também ficou aquém do esperado no tiro com armas de caça, assim como os atletas Carla Sacramento, 10.ª nos 1.500 metros, e António Pinto, 11.º na maratona.

Quadro de medalhas

Estados Unidos - 93

Rússia - 89

China - 58

Austrália - 58

Alemanha - 56

França - 38

Itália - 34

Países Baixos - 25

Cuba - 29

Grã-Bretanha - 28

Roménia - 26

Coreia do Sul - 28

Hungria - 17

Polónia - 14

Japão - 18

Bulgária - 13

Grécia - 13

Suécia - 12

Noruega - 10

Etiópia -  8

Ucrânia - 23

Cazaquistão -  7

Bielorrússia - 17

Canadá - 14

Espanha - 11

Turquia - 5

Irão - 4

República Checa - 8

Quénia - 7

Dinamarca -  6

Finlândia - 4

Áustria - 3

Lituânia - 5

Azerbaijão - 3

Eslovénia - 2

Suíça - 9

Indonésia - 6

Eslováquia - 5

México - 6

Nigéria - 3

Argélia - 5

Uzbequistão - 4

Letónia - 3

Sérvia Montenegro - 3

Bahamas - 2

Nova Zelândia - 4

Estónia - 3

Tailândia - 3

Croácia - 2

Camarões - 1

Colômbia - 1

Moçambique - 1

Brasil -  12

Jamaica - 9

Bélgica - 5

África do Sul - 5

Argentina - 4

Marrocos - 5

Taiwan - 5

Coreia do Norte - 4

Arábia Saudita - 2

Moldávia - 2

Trindade e Tobago  -  2

Irlanda - 1

Sri Lanka - 1

Uruguai - 1

Vietname  - 1

Geórgia - 6

Costa Rica - 2

PORTUGAL - 2

Arménia - 1

Barbados - 1

Chile - 1

Índia - 1

Islândia - 1

Israel - 1

Macedónia - 1

Catar - 1

Quirguistão - 1

Kuwait - 1