Paris-2024: Irina Rodrigues cumpriu um sonho ao garantir final do lançamento do disco
"É um sonho tornado realidade, estou muito feliz, muito emocionada, pedi muito a Deus que este dia chegasse. Depois de um ano difícil, tem mais sabor. Trabalhar, treinar não é fácil, mas esta mudança para a ilha Terceira e este início de trabalho como médica trouxeram-me muita resiliência, muita fé de que as coisas poderiam correr bem e correram", afirmou no final a médica leiriense, de 33 anos.
Além do apuramento de Irina Rodrigues, que foi 10.ª, com 62,90 metros, também Liliana Cá competiu, mas foi eliminada, ao ser 14.ª, com um arremesso a 62,43.
Num ano que em termos de competição tem corrido bem a Irina Rodrigues, a atleta salientou o facto de ter sido finalista europeia e agora ter chegado à final olímpica.
"Consegui ser finalista europeia e cheguei agora à final olímpica, que era um dos grandes sonhos. Acho que os ares da Terceira, ter o treinador perto de mim, colegas fantásticos e receber muito amor e carinho, tanto dos Açores como de Leiria, fizeram com que tudo desse certo", disse visivelmente emocionada a atleta lusa.
Quanto à final, foi perentória: "Tudo pode acontecer. Tenho muita fé em Deus e sei aquilo para que trabalhei. Acho que está a ser um ano muito bom, a partir de agora a minha época já está ganha, consegui um grande feito, para mim e para o meu treinador", disse a leiriense, que cumpre a sua quarta presença olímpica e assegurou a presença na final graças ao seu primeiro lançamento, a 62,90 metros.
Menos feliz esteve Liliana Cá, que obteve a sexta marca no seu grupo de qualificação e acabou ultrapassada por oito atletas no segundo grupo, quedando-se pelo 14.º lugar global, com 62,43, a 20 centímetros da alemã Marike Steinacker, que fechou as 12 finalistas.
Em grupos disputados em alturas diferentes, Liliana Cá ainda tinha manifestado a esperança de que a sua marca daria para a final, mas sempre foi dizendo que fisicamente foi o melhor lançamento que poderia ter efetuado hoje.
"Eu sabia que chegar aos 60 metros seria uma luta, e, entretanto, percebi que tinha de gerir o meu corpo e a emoção para poder encaixar um lançamento pelo menos, e foi o que eu fiz", disse na altura, acrescentando que, se passasse, era para dar tudo na final.
Liliana Cá, 37 anos, que se queixou ainda de algum desconforto físico, embora não quisesse atribuir a isso uma prova menos boa, referiu que a aposta foi numa competição controlada.
"Decidi fazer uma prova controlada, sem arriscar, porque sabia que se entrasse mais rápido, poderia não aguentar o ritmo. Fiz lançamentos controlados, porque assim tinha a certeza de que seriam acima dos 60 metros, o que consegui, espero que tenham sido suficientes para estar na final", disse na altura a atleta, que detém ainda o melhor resultado luso na disciplina, com o quinto lugar em Tóquio2020, ainda sem saber que tinha ficado fora da prova decisiva.