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Austrália desvia-se das questões dos direitos humanos para se concentrar no primeiro jogo

Socceroos já treinam no Catar
Socceroos já treinam no CatarFootball Australia/Twitter
Os jogadores australianos recusaram-se esta segunda-feira a aprofundar os comentários sobre o registo de direitos humanos no Catar, afirmando que estavam totalmente concentrados na difícil jornada inaugural do Mundial diante da França, campeã em título.

O Estado do Golfo tem estado sob intenso escrutínio sobre o tratamento de trabalhadores migrantes, mulheres e da comunidade LGBTQ no período que antecedo o torneio, que começa dia 20 de novembro.

No mês passado, os socceroos divulgaram um vídeo com 16 jogadores a pronunciarem-se contra os abusos de direitos no Catar, apesar de reconhecerem que têm sido feito progressos.

“Soubemos que a decisão de acolher o Campeonato do Mundo no Catar resultou no sofrimento e prejuízo de inúmeros dos nossos colegas de trabalho”, disseram.

Acrescentaram que apoiam plenamente os direitos da comunidade LGBTQ, mas no Catar as pessoas “não são livres de amar a pessoa que escolhem”.

Os organizadores do Mundial-2022 ripostaram às críticas ao registo de direitos humanos no Estado do Golfo, insistindo que “nenhum país é perfeito”.

O futebolista australiano Mitchell Duke, questionado na conferência de imprensa de segunda-feira sobre que legado espera que o Campeonato do Mundo deixe no Catar, disse que os jogadores estavam agora concentrados no torneio.

“Para ser honesto, penso que cronometrámos bem as coisas sobre o que foi dito”, apontou o avançado, que figurou no vídeo, na base de treinos da equipa em Doha.

“Fizemos isso propositadamente antes de virmos para o campo, porque a nossa principal prioridade agora, assim que chegássemos, era concentrarmo-nos apenas no lado futebolístico”.

O jogador de 31 anos, que joga no Fagiano Okayama do Japão, acrescentou: “O que dissemos naquele vídeo teve cobertura, o que deveria ser ouvido, e agora estamos apenas a lidar com futebol, para ser honesto, e isso não é falado agora. Temos um certo trabalho nas mãos aqui no Mundial-2022 para representar a Austrália e fazer o nosso trabalho, pelo que essa é a nossa principal prioridade agora”.

“Não ficarmos deslumbrados”

A Austrália não passa da fase de grupos de um Campeonato do Mundo desde 2006 na Alemanha, quando chegou aos oitavos de final.

No Catar, o primeiro encontro é contra a França de Didier Deschamps, que procura ser a primeira seleção a revalidar o título desde o Brasil, em 1962.

Duke disse que a mensagem do treinador, Graham Arnold, era a de usar o poderio físico contra uma das equipas mais talentosas do futebol mundial, no duelo agendado para 22 de novembro.

“Sinto que a mentalidade australiana é de não recuar. Podemos vencer qualquer um num dia bom… não importa quem seja. Há 11 jogadores contra 11 jogadores e essa é a mentalidade que temos de ter e não ficarmos deslumbrados”, vincou.

Para Duke, a prioridade da equipa é assegurar a passagem da fase de grupos.

“Concentramo-nos apenas em jogo a jogo e temos desempenhos dos quais não nos arrependemo. Damos tudo em campo e isso é tudo o que podemos fazer”, finalizou.

Já o defesa Thomas Deng, de 25 anos, que também atua no Japão, disse que os jogadores “sonham em jogar contra estes atletas”.

“Ao ver a Liga dos Campeões e as ligas europeias perguntámo-nos sempre como seria enfrentá-los e ter essa oportunidade agora… Estou só entusiasmado para ver o que vai acontecer”.