Depois de ter garantido a vitória diante da Tunísia (1-0), a Austrália apresentou-se com um onze praticamente igual. A única mudança surgiu no lado direito da defesa, com Degenek a ficar com o lugar de Karacic.

Em relação à equipa da Dinamarca que perdeu com a França (1-2), na segunda ronda, Kasper Hjulmand fez uma pequena revolução. Deixou o esquema de três centrais, introduziu Jensen no meio-campo e apostou numa frente de ataque mais móvel com Braithwaite a liderar uma frente de ataque em que Lindstrom partia da esquerda e Skov Olsen da direita. Alexander Bah, jogador do Benfica, foi lançado ao intervalo.

Dominar sem ser eficaz

A precisar do resultado, a Dinamarca entrou, sem surpresas mais dominadora. Contudo, a equipa nórdica apresentou-se muito longe daquela que no último ano e meio conseguiu chegar às meias-finais do Europeu e vencer a França por duas vezes e chegar à final four da Liga das Nações. Com Christian Eriksen muito amarrado e desinspirado, a equipa ia dependendo daquilo que os extremos faziam para agitar o jogo.

Jensen (11 minutos), Maehle (19 minutos) e Skov Olsen (25 minutos) testaram a atenção de Mat Ryan que se mostrou sempre muito seguro perante o (pouco) volume de trabalho que foi tendo durante o primeiro tempo. No lado contrário a Austrália surgiu mais expectante, procurando o erro para se acercar o mais rapidamente da baliza nórdica, mas o melhor que conseguiu foi um remate de McGree, aos 22 minutos, que acabou nas mãos de Kasper Schmeichel.

Reveja aqui as incidências do jogo

A surpresa que não foi bem surpresa

Apesar de ter dominado por completo as operações na primeira parte, a Dinamarca surgia apática, sem grandes ideias para contornar uma Austrália que foi crescendo cada vez mais confortável na partida, à medida que se ia apercebendo do que o adversário (não) conseguia fazer. Foi por isso sem surpresa que o balde de água fria caiu em cima dos dinamarqueses aos 61 minutos.

Depois de um lance de bola parada que começou na própria área, a Austrália consegui desdobrar-se rapidamente para o ataque, com McGree a lançar Leckie na velocidade. Frente a Maehle, o extremo de 31 anos trocou as voltas ao lateral e rematou cruzado para o fundo das redes.

Xerife Souttar fechou o espaço aéreo 

O golo acentuou a toada com que a partida começou. Kasper Hjulmand puxou de todas as armas ofensivas que tinha no banco – Cornelius, Dolberg, Dasmgaard e Skov entraram no decorrer no segundo tempo –, mas nada parecia surtir efeito para combater a desinspiração que se abateu sobre a Dinamarca.

Com Eriksen cada vez mais apagado, os nórdicos passaram a carregar jogo pelos flancos, com sucessivos cruzamentos à procura de Dolberg (1,87 metros) e Cornelius (1,92 metros), mas todos eles esbarraram em Harry Souttar, um central nascido em Aberdeen que aproveitou a ascendência australiana para se tornar no xerife dos socceroos. A imagem do futebol britânico onde fez toda a carreira, o defesa de 24 anos viu-se no seu elemento natural e ganhou todos os duelos aéreos que foi  convidado a disputar.

Pela segunda vez na história a Austrália está nos oitavos de final de um Campeonato do Mundo, feito que só tinha conseguido em 2006, na Alemanha. Com seis pontos, os socceroos seguiram no segundo lugar do Grupo D, a um da França, e aguardam agora pelo líder do Grupo C (Argentina, Polónia ou Arábia Saudita) para descobrir com quem vão jogar na fase a eliminar. Já a Austrália é eliminada sem brilho, no último lugar, com apenas um ponto, fruto do empate com a Tunísia (0-0), na primeira ronda.

Homem do jogo Flashscore: Harry Souttar (Austrália)