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Bruno Carvalho chegou tarde ao auge no badminton mas sonha com outros voos

Bruno Carvalho vive o melhor momento da carreira
Bruno Carvalho vive o melhor momento da carreiraFederação Portuguesa de Badminton
O português Bruno Carvalho só conseguiu jogar regularmente em torneios internacionais de badminton depois da pandemia de covid-19, mas diz à Lusa querer capitalizar o auge da carreira a caminho dos “grandes palcos” do desporto.

“Tenho tentado subir o máximo possível no ranking, no último ano, com o objetivo de chegar aos grandes palcos da modalidade, que para mim são os Europeus, os Mundiais, Jogos Olímpicos e os torneios de Super100 para cima. Joguei pela primeira vez um Super100 no ano passado”, conta o lisboeta, em entrevista à Lusa.

Aos 29 anos - grande parte deles dedicados ao badminton -, vive o melhor momento da carreira, no 273.º posto do ranking mundial e com experiências inesperadas, da convocatória para o Europeu de singulares, em abril na Alemanha, no lugar de Bernardo Atilano (145.º).

Com “bons resultados internacionais e nacionais”, o campeão nacional de pares masculinos (com Tomás Nero) representa o CHE Lagoense e teve, ainda, a oportunidade de treinar com o líder do ranking mundial, o dinamarquês Viktor Axelsen, “uma experiência espetacular” no seguimento de um projeto do nórdico em Portugal.

Quanto ao Campeonato da Europa, admite, “já não estava à espera”, mas o anúncio da pausa de Atilano (que, ainda assim, tinha manifestado vontade de jogar esse torneio) “abriu a porta” para um “sonho tornado realidade” que esperava há anos.

“Espero que seja um passinho na escada, este Europeu. (...) Eu não tinha acesso a estes torneios, até a nível financeiro, por ter de fazer muitos. Como são mais valiosos a nível de pontos, permite-me ganhar muitos”, conta.

E esses pontos vão ao encontro do grande objetivo que tem para 2024, o de acabar o ano “perto do top 150” do mundo e, até junho, “vencer um torneio da Future Series”.

Los Angeles 2028, então, “parece exequível”, mesmo que chegasse lá com 33 anos, mas ficando “dependente da capacidade financeira”, num país e modalidade com dificuldade neste capítulo.

“No badminton, para a qualificação, é exigido muito dinheiro, eu até diria demasiado dinheiro. São demasiadas competições, semanas fora, com viagens, hotéis...”, lamenta.

Tem 29 de vida e, conta, já são “24 de badminton” - muitos deles em que tem “no máximo uma semana de férias” -, e é raro o dia sem treinar. Até o trabalho é orientado: encordoa raquetes e dá treinos, tem já o curso de treinador da modalidade.

“Ainda sinto que tenho muito a evoluir, mas gosto muito de fazer (treino). Na seleção, outros colegas a nível nacional, mesmo os que são constantemente adversários diretos, eu treino e tento ajudar, evoluí-los. Porque é importante que o nosso nível base suba, para que o nosso topo seja mais alto”, explica.

Se chegou tarde ao auge, algo raro num panorama e mentalidade desportivos sobrefocados nos jovens prodígios - um fascínio transversal a muitos desportos -, alimenta-se da paixão à modalidade e “do trabalho árduo”, com a ajuda de clube e federação, para ter novo fôlego na carreira internacional.

“A federação tem conseguido evoluir. Quando era júnior e passei a sénior, quase todos os jogadores desistiam. Criaram-se as bolsas de apoio à participação internacional, e com esses programas e o clube, fui indo a torneios”, revela.

Segundo o próprio, esta frequência mais constante no estrangeiro, que lhe permite estabilizar pontos de ranking e ter mais a descartar no caso de fazer a mais do que os que contam, só surgiu depois da pandemia de covid-19, fase em que muitos deixaram o desporto, em outra invulgaridade de percurso desportivo.

“Vivo a minha vida a fazer o que mais gosto todos os dias”, simplifica.