Ippei Mizuhara, o antigo tradutor e gestor do potente lançador dos Los Angeles Dodgers, declarou-se culpado num acordo que tinha sido anunciado no mês passado, informou um porta-voz do Ministério Público. A sentença será proferida em 25 de outubro.
O advogado de Mizuhara não quis fazer comentários.
Um registo de 33 páginas do acordo, no qual Mizuhara concordou em declarar-se culpado de uma acusação de fraude bancária e de uma acusação de subscrição de uma declaração fiscal falsa, foi anteriormente apresentado no Tribunal Distrital dos EUA em Los Angeles.
Uma condenação por fraude bancária federal implica uma pena máxima de 30 anos de prisão, sendo o delito fiscal punível com uma pena máxima de três anos atrás das grades.
Ohtani, numa declaração escrita, disse estar grato às autoridades pela "sua investigação minuciosa e eficaz".
"É altura de encerrar este capítulo, seguir em frente e continuar a concentrar-se em jogar e ganhar jogos", afirmou.
Mizuhara foi acusado de desviar quase 17 milhões de dólares (15, 6 milhõe de euros) de uma conta bancária de Ohtani que Mizuhara ajudou a abrir em Phoenix em 2018 e transferir os fundos sem o conhecimento do jogador para uma operação ilegal de apostas para cobrir as dívidas de jogo.
Ao anunciar a acusação original de fraude bancária em 11 de abril, o procurador dos EUA, E. Martin Estrada, sublinhou que não havia nada que sugerisse irregularidades por parte de Ohtani, que assinou um contrato recorde de 700 milhões de dólares (643 milhões de euros) por 10 anos com Dodgers esta época, tornando-se o jogador mais bem pago da Major League Baseball.
Ohtani, cujo talento como slugger e lançador lhe valeu comparações com Babe Ruth, disse que foi vítima involuntária de roubo e que nunca apostou no basebol ou pagou conscientemente a uma casa de apostas.
Segundo o Ministério Público, Mizuhara começou a apostar numa casa de apostas desportivas ilegal no final de 2021 e perdeu somas substanciais. Para cobrir suas dívidas, Mizuhara fez-se passar por Ohtani por telefone em mais de duas dúzias de ocasiões para enganar os funcionários do banco e autorizar transferências eletrônicas da conta de Ohtani, disseram os promotores.