Esta será o 19.º Mundial de basquetebol. O torneio é disputado desde 1950, quando a primeira edição do certame foi realizada em Buenos Aires, na Argentina.
A competição passou por mudanças significativas ao longo dos anos. Começou com 11 seleções numa edição simbólica em 1950 e marcada por peculiaridades. Por conta de dissidências políticas, a Jugoslávia comunista recusou-se a jogar contra a Itália fascista. E os Estados Unidos ainda participaram do torneio com um conjunto de funcionários da Chevrolet.
A competição passaria então a ser disputada de quatro em quatro anos. Pelo menos era a previsão inicial até que o Chile se atrasou nas obras em 1958 e só recebeu o torneio em 1959. A competição voltaria a ter uma quebra na sincronia de datas quando foi realizada em 1970 na Jugoslávia.
Mudança de rumo
Em 2014, a FIBA, federação internacional que rege a modalidade, fez mais uma quebra nas datas e estendeu o hiato de um torneio para o outro, com a edição seguinte sendo realizada apenas em 2019.
A modificação era estratégica. A FIBA não queria que o Mundial fosse acontecesse mais no mesmo ano da prova no futebol.
Mas para que se aproximasse do futebol, a entidade mudou o número de participantes de 24 para 32 e ainda estabeleceu Eliminatórias para definir os apurados.
O horário
Com a competição a ser disputada na Ásia, os jogos estão programados para acontecerem durante a manhã, com os horários a irem das 9:00 até às 14:30.
Os dois primeiros jogos do Mundial serão disputados nesta sexta-feira. A Finlândia defronta a Austrália, atual medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Também às 9:00 a Angola inicia sua trajetória frente à Itália.
O hexa
Os Estados Unidos querem recuperar o título mundial após uma participação em 2019 que ficou aquém das expectativas, quando caíram nos quartos de final após serem eliminados pela França.
Ao contrário dos Jogos Olímpicos, a verdade é que os Estados Unidos nunca se preocuparam muito em relação ao Mundial. Mesmo assim, o país é o mais titulaod da competição, com cinco títulos.
Caso conquistem o hexacampeonato neste ano, os norte-americanos finalmente vão deixar para trás a extinta Jugoslávia e isolam-se na lista de vencedores
Os favoritos
Existem quatro favoritos claros ao título. Os Estados Unidos chegam ao torneio talvez com a equipa"C", mas é bom ficar de olhos bem abertos aos comandados por Steve Kerr, técnico multicampeão com o Golden State Warriors.
Os norte-americanos contam com alguns talentos da NBA em seu plantel, como Anthony Edwards, Austin Reaves, Brandon Ingram, Paolo Banchero, Jalen Brunson e companhia, e já mostraram na preparação que um dos pontos positivos da equipe será o aspecto defensivo.
A Espanha aparece como forte concorrente. Mesmo com ausências de peças importantes, a seleção europeia é a atual campeã do torneio e quer defender seu título.
Logo depois vem a França, que mesmo sem o talento de Wembanyama, o número 1 do último draft da NBA, confia em Rudy Gobert e Guerschon Yabusele para buscar o caneco.
Por último está a Austrália, medalhista de bronze em Tóquio, e que é liderada pela experiência de Patty Mills, além da explosão de Josh Giddey.
As surpresas
O Canadá chega com muitos jogadores da NBA em seu plantel e tem tudo para pular de surpresa a um dos candidatos ao título. Dentre os convocados estão as estrelas Shai Gilgeous-Alexander, Dillon Brooks, R.J. Barrett, Dwight Powell, Kelly Olynyk e Cory Joseph.
A Eslovénia, com o talento e liderança do astro Luka Doncic, é outra forte aposta na competição.
A Alemanha tem tudo para frazer um grande Munidal. A equipa conta com os talentos dos irmãos Wagner, além de Daniel Theis e Dennis Schröder, todos com experiência de NBA
A outra seleção que merece todo o destaque é o Sudão do Sul. Com uma campanha de 11 vitórias e uma derrota nas Eliminatórias, o conjunto africano tem como presidente de sua associação local o ex-jogador da NBA Luol Deng, um ícone nos Bulls.
O Sudão do Sul tem no time Wenyen Gabriel, que atuou em 68 jogos pelos Lakers na temporada passada da NBA, além de Carlik Jones, MVP da G League.
Regulamento
Serão oito grupos com quatro seleções cada. Os dois primeiros classificados de cada grupo avançam para a segunda-fase.
Na segunda fase, os 16 classificados são divididos em quatro grupos: chave I, formada por seleções dos grupos A e B; chave J, formada por seleções dos grupos C e D; chave K, formada por seleções dos grupos E e F; e chave L, formada por seleções dos grupos G e H.
Os dois melhores de cada grupo passam aos quartos de final.
Vale vaga olímpica
O Mundial abre a porta das Olimpíadas de Paris 2024, distribuindo sete vagas, sendo duas para as Américas. Para ir direto para Paris sem passar pelo Pré-Olímpico, o Brasil precisa ser ao menos o segundo melhor do continente, num torneio que tem também Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Porto Rico, México e República Dominicana.