As jogadoras treinadas por Miguel Méndez foram à Praça da Concórdia na segunda-feira para aplaudir e absorver a experiência da equipa de 3x3, em que o quarteto espanhol conquistou uma histórica medalha de prata.
O mesmo metal que a Espanha ganhou no basquetebol tradicional no Rio-2016. Há três anos, em Tóquio, não conseguiu passar dos quartos de final, o jogo limite entre o possível sucesso e o fracasso nos Jogos Olímpicos.
Adaptação rápida de Gustafson
Em Paris-2024, num torneio muito equilibrado em que apenas se destacou a imbatível equipa dos Estados Unidos, a Espanha mostrou-se competitiva e com a sorte do seu lado, principalmente ao vencer a China no prolongamento, forçado com um lançamento em cima da buzina.
Com o trabalho de casa feito, surge inesperadamente entre os candidatos às medalhas uma equipa belga que dificultou a sua vida ao perder com a Alemanha na estreia. As belgas fizeram boa figura contra os Estados Unidos e atropelaram o Japão, que lhes permitiu chegar aos quartos de final.
Enquanto a Bélgica conta com Meesseman, com uma média espetacular de 26,3 pontos, a Espanha compensou as numerosas ausências com o resgate da norte-americana Megan Gustafson, que se destacou com uma média de 17 pontos e 10 ressaltos no torneio.
Com mais recursos, a Espanha conta com a boa forma de Leo Rodriguez (15 pontos em média) e com a confiança de Maria Conde, ausente nos dois primeiros jogos devido a uma lesão na mão esquerda. A jogadora recuperou no terceiro jogo, marcando 15 pontos contra a Sérvia.
O vencedor do Espanha-Bélgica defrontará a anfitriã França ou a Alemanha nas meias-finais. Numa eventual final, estarão teoricamente os Estados Unidos, grandes favoritas à conquista do oitavo ouro consecutivo.
Gabby Williams a navalha francesa
A França, muito sólida nos dois primeiros jogos, perdeu o terceiro com a Austrália (79-72).
"Não creio que isto nos faça ter dúvidas. Falámos entre nós e pensamos que é a melhor coisa que nos pode acontecer", afirmou Chery Alexia, que interpretou a derrota como um aviso antes dos jogos a eliminar. A melhor jogadora da equipa francesa é Gabby Williams, uma extremo polivalente que marca o ritmo da equipa, com uma média de 13,7 pontos, seis assistências e quatro roubos de bola.
Contra elas, está uma equipa alemã que começou muito bem o seu primeiro torneio olímpico. Venceu com autoridade a Bélgica (83-69) na estreia, liderada pela base de apenas 1,65m Alexis Peterson, rodeada pelas irmãs Satou e Nyara Saballi, com médias de 21,7 e 16 pontos, respetivamente, em Paris 2024.
Império contra "Cinderela"
Primeira seleção africana a chegar aos quartos de final do torneio feminino, a Nigéria vai defrontar os Estados Unidos, invictos em 58 jogos olímpicos desde que perderam as meias-finais em Barcelona-1992.
Mas atenção: no seu único encontro em Jogos Olímpicos, há três anos, em Tóquio, os EUA só venceram a Nigéria por 11 pontos (82-71). A equipa dos EUA, com a sua legião de estrelas da WNBA, tem sido liderada na primeira ronda por Breanna Stewart e A'ja Wilson, ambas com uma média de 20 pontos.
O vencedor deste confronto enfrentará o sobrevivente do Sérvia-Austrália nas meias-finais.
Calendário dos quartos de final (quarta-feira, hora de Lisboa)
(10:00) Sérvia - Austrália
(13:30) Espanha - Bélgica
(17:00) Alemanha - França
(20:30) Nigéria - Estados Unidos