Ricky Rubio regressa da depressão para completar o ciclo com o Barcelona
Os adeptos do Palau Blaugrana aplaudiram. "Número 9, Rickyyyyyy Rubio!" O Pistola está de volta a Barcelona. Vencedor da Euroliga com os Blaugrana, no início da sua carreira, que o levou inevitavelmente à NBA, o catalão de 33 anos está de volta, depois de uma boa dúzia de anos a percorrer as quadras norte-americanas com quatro franquias. Escolhido na 5.ª posição em 2009, pelos Timberwolves, o armador não ganhou um anel de campeão e foi com a seleção espanhola que ganhou quase tudo.
A sua aventura nos Estados Unidos terminou com um colapso e a decisão, a 4 de janeiro, de anunciar a sua saída dos Cavaliers, onde jogava desde 2021. Depois de uma grave lesão no joelho, e de uma época de paragem total em 2023/2024, Rubio regressou a casa. O jogador, que se estreou aos 14 anos no Badalona, onde conquistou a Taça do Rei em 2008, antes de ganhar uma nova dimensão no Barça, reencontra Roger Grimau, o seu antigo capitão e treinador.
No seu regresso aos blaugrana, Rubio foi brindado com um jogo de gala contra o AS Monaco, 5.º classificado da Euroliga e a precisar de uma vitória para se manter no top 6, com o Olympiacos e o Fenerbahçe no seu encalço.
Encorajamento com a Roja antes de regressar ao Palau Blaugrana
Durante a sua apresentação oficial, o catalão falou sobre o período difícil que o obrigou a parar de trabalhar durante vários meses.
"Desenvolvi um stress crónico e tive de o regular. Nunca o descrevi como uma ansiedade ou um distúrbio. Tinha sintomas de problemas de saúde mental, mas queria perceber porquê. Havia um fator interno, devido à minha forma de pensar. Pensava que era assim, mas era a minha maneira de pensar. O meu psicólogo ajudou-me a cuidar de mim", explicou.
O sofrimento psicológico, outrora envolto em segredo, já não é tabu e muitos desportistas já não hesitam em falar das suas experiências.
"Trabalhei muito para voltar e espero que isto ajude as pessoas que estão a passar por um período difícil. Foi um período complicado, estive na escuridão, mas é possível ultrapassá-lo", acrescentou Ricky Rubio.
O seu regresso à competição não foi o que esperava. Convocado por Sergio Scariolo para iniciar a campanha de qualificação da Espanha para o Euro-2025, Rubio fez uma exibição tranquilizadora, apesar das duas derrotas, frente à Letónia (79-75) e à Bélgica (58-53). As estatísticas de Rubio são tranquilizadoras: no seu regresso, marcou 11 pontos, 1 ressalto, 5 assistências e 3 de rating em 20'13. Em Charleroi, jogou menos 7 minutos, mas fez uma exibição limpa com 4 pontos, 4 ressaltos, 3 assistências e 7 de rating em 13'19.
A receção da afición blaugrana deve ter sido um grande momento, sobretudo porque Rubio agradeceu ao Barça.
"Nos meus 18 anos de carreira, nunca tinha estado numa situação como esta e eles aceitaram-me de uma forma incrível, respeitaram-me e ajudaram-me a sentir-me à vontade. Era disso que eu precisava. Quero divertir-me, estar bem e controlar o que posso. Quero desfrutar do basquetebol e ajudar a equipa a atingir os seus objetivos", afirmou.
Desde que Rubio foi para a NBA em 2010, o Barça nunca mais ganhou a Euroliga. E se ele fosse o fator X de que o clube precisava para voltar a levantar o troféu, depois de três participações consecutivas sem sucesso na Final Four?
Os rumores surgiram quando tirou o equipamento na berma do campo, no início do segundo período. Naturalmente, foi aplaudido de pé e, mesmo que as suas primeiras bolas não entrem para a história da bola laranja, o mais importante foi outra coisa.
Mesmo que ainda precise de um pouco de ritmo, as bases estão lá. O seu primeiro lançamento entrou sem esforço e os gritos já soavam como uma pequena vitória.