Só o money time de Damian Lillard no jogo de abertura é que impediu um arranque de época invicto para os Philadelphia 76ers 7 vitórias contra 1 derrota, é este o registo até ao momento. Mas, para além disso, a impressão deixada pelos jogadores da cidade do amor fraterno é bastante impressionante.
A saída de James Harden - e a de Doc Rivers - parece ter mudado algo nesta equipa. O facto de poucos contarem com eles para a altura decisiva desempenha inevitavelmente um papel importante, já que, de facto, Philly não estava ao nível dos Celtics ou dos Bucks nas previsões da pré-época. Só que o tumulto que o jogador barbudo inevitavelmente criou, tendo em conta o seu comportamento recente, diminuiu e Nick Nurse pôde trabalhar com relativa calma.
Os 76ers aproveitaram o treinador campeão de 2019 assim que a sua saída de Toronto foi finalizada. Até agora, tem sido um sucesso. A equipa está no Top 10 em todas as principais categorias estatísticas. Mas, acima de tudo, conseguiu partilhar as responsabilidades ofensivas, quando se esperava que a produção ofensiva dependesse exclusivamente de Joel Embiid.
O atual MVP está claramente a ter um início de época de sucesso. Com 31,9 pontos, 11,5 ressaltos e 2,3 assistências de médio não há dúvida de que o camaronês-americano-francês tem hipóteses de conservar a distinção. Além disso, parece estar finalmente a comportar-se como um verdadeiro líder, que é o que se espera dele, para levar a sua equipa o mais longe possível, como o demonstra o seu discurso ao insider Aidan LaPorta.
"Penso que tem a ver com a cultura que temos. Não há ego nesta equipa. Temos novos jogadores, conseguimos integrá-los rapidamente. Temos jogadores que querem jogar juntos, que gostam uns dos outros, e isso ajuda muito. São altruístas, a bola mexe-se, quer os lançamentos entrem ou não. Os rapazes estão felizes e preocupam-se com as coisas certas - que é ganhar. É a única coisa que deve interessar", disse.
A vitória e ponto final, independentemente de quem a faz acontecer. Uma declaração que contrasta com as suas últimas épocas, em que o seu principal objetivo era ganhar o MVP. Finalmente, vemos o lado de liderança do franchise player, essencial para chegar longe. Os 76ers de Joel Embiid nunca chegaram às finais de conferência.
Mais uma vez, a saída de James Harden facilitou a situação. De facto, Big Joel deixou clara a sua desaprovação com as famosas palavras recentes do barbudo: "Não sou um jogador do sistema, eu sou o sistema". Embiid discordou, argumentando que os 76ers "sempre lhe passaram a bola". Isto é verdade, caso contrário Harden nunca teria sido o melhor assistente da liga para Philly na época passada.
Mas a saída de Harden também significou a esperada explosão de Tyrese Maxey, que provavelmente nunca teria tido tanto espaço se o novo Clipper tivesse ficado. O resultado: 25,9 pontos (13.º na liga, enquanto Embiid é o segundo), 7,5 assistências (10.º na liga) e uma impressão de facilidade para um jogador tão altruísta quanto possível, que pode claramente apontar para o All-Star Game desta época, especialmente se a classificação da equipa se mantiver elevada, mas sobretudo para o troféu de Jogador que mais evoluiu.
E isto sem falar de Tobias Harris, que parece ter-se transformado num verdadeiro jogador de equipa ao finalmente ter encontrado o seu lugar. Ao fim de quatro anos, já não era sem tempo, pode dizer-se. No entanto, o facto de estar no último ano do seu contrato pode ser um factor, como acontece frequentemente nesta situação. Mesmo assim, a média de 20 pontos pesou muito no início da época.
Por fim, a única pequena nuvem no início da temporada pode ter aparecido na noite passada. Kelly Oubre foi atropelado por um carro, e os danos ainda são desconhecidos. Tanto assim é que a sua equipa ainda não anunciou quanto tempo estará indisponível. Com um contrato reduzido, Oubre Jr. teve uma média de mais de 16 pontos e desempenhou um papel importante como factor X. Se a sua ausência se prolongar, poderá perturbar a dinâmica dos 76ers.
Mas quanto ao resto, tudo está bem. Os jogadores adquiridos na troca por Harden estão a começar a encontrar o seu lugar, a começar por Nicolas Batum. O calendário que se avizinha é acessível. O ambiente é bom. Voltaremos a falar disto daqui a dois meses, mas, neste momento, os Philly ganharam a troca e são, mais uma vez, uma proposta assustadora. E não se tratava de uma conclusão precipitada em maio passado.