É uma transferência que ninguém esperava, numa altura em que os campos de treino começam e o início da época se aproxima cada vez mais: bem-vindo à NBA. O especialista em mercado Shams Charania lançou a bomba a meio da noite: Karl-Anthony Towns vai ser jogador dos New York Knicks na próxima época.
Em troca, Donte DiVincenzo, Julius Randle e uma escolha de primeira ronda (pertencente aos Pistons) vão para os Minnesota Timberwolves.
Há dois anos, os Wolves foram à procura de Rudy Gobert para formar uma equipa de elite ao lado de Towns. Foi uma aposta desportiva e financeira criticável, mas depois de uma primeira época dececionante, a segunda deu frutos.
O Minnesota terminou em terceiro lugar na formidável Conferência Oeste, mas, mais importante, chegou à final da conferência. Foi um desempenho promissor que sugeriu que a equipa estava a ir na direção certa. Não o suficiente, obviamente, para manter KAT e os seus 220 milhões nos próximos 4 anos. Com problemas de lesões nos últimos tempos, Julius Randle é pelo menos um verdadeiro extremo/poste e deverá dar-se bem com Gobert, enquanto DiVincenzo é um jogador que será útil na rotação, mas mesmo assim, isto parece ser um ligeiro passo atrás para Minny.
Para Nova Iorque, é obviamente um grande golpe, pelo menos no papel. O regresso de um poste quatro vezes All-Star , com 22,9 pontos e 10,8 ressaltos nos seus nove anos de carreira, é sem dúvida uma aquisição de prestígio. Especialmente porque Towns irá desta vez jogar na sua posição preferida, depois de ter sido deslocado para extremo/poste nos últimos dois anos. Mas é claro que ainda há algumas perguntas sem resposta...
O jogador em causa desconhecia claramente o negócio e foi confirmado que não estava por detrás do pedido de troca. Há 9 anos em Minnesota, começou por ser um líder antes de aceitar um papel de tenente de luxo atrás de Anthony Edwards. Mas era evidente que se tinha criado uma química na época passada, que foi agora destruída. Não sendo conhecido pela sua força mental, Towns terá de aceitar este novo desafio.
Nova Iorque tinha ambições, mas não estará a perder a oportunidade? Mikal Bridges foi adicionado ao plantel este verão com a ajuda de escolhas de primeira ronda, uma decisão tomada pela direção e pelos jogadores. Foi uma reunião dos antigos alunos de Villanova, o quarteto campeão da NCAA em 2016, com Bridges, Jalen Brunson, Josh Hart e Donte DiVincenzo. Mas DiVincenzo está de saída, o que deverá agitar o balneário.
Em campo, vamos ter de encontrar alguma química. O cinco inicial será, logicamente, Brunson - Hart - Bridges - OG Anunoby - Towns e, no papel, parece assustador. Pode até competir com os Celtics, mas há pelo menos três jogadores capazes de marcar 20 pontos por jogo, e vão ter de partilhar a bola, distribuir a pontuação e gerir egos, bem como encontrar alguma química defensiva.
Nestes aspetos, Tom Thibodeau parece ser o treinador ideal, incansável e determinado a tirar o melhor partido dos jogadores. Mas ele treinou Towns nos Wolves e a memória não é imperecível. O próximo campo de treinos será crucial, mas pelo menos o Media Day de segunda-feira chega na altura certa para obter algumas respostas. Acima de tudo, os Knicks são ambiciosos, o que é sempre uma boa notícia para a NBA. Resta saber se a maionese vai pegar.