Como se fosse saído de um guião de Hollywood. Na noite madrugada de sábado, James Harden venceu o primeiro jogo com os Clippers contra... adivinhou, os Rockets. O Barba escolheu o momento para brilhar, marcando o cesto decisivo da linha dos três pontos quando faltavam apenas cinco segundos para o fim do jogo. A vitória por 106-100 negou aos texanos a sétima vitória consecutiva naquela noite.
"Não tenho nada contra o James, mas o Fred Van Vleet estava lá. Ele é uma escolha melhor para nós", explicou honestamente o treinador dos Rockets, Ime Udoka, há alguns meses, na altura em que surgiram os rumores de um potencial regresso de Harden ao Texas: "Treinei James Harden em Brooklyn e ele é um dos jogadores mais inteligentes com quem já convivi... Se queremos que Jalen Green e os jovens dêem os próximos passos que precisam de dar, precisamos que eles tenham a bola."
Uma escolha polémica e... uma escolha justa? Até agora, de facto, sim. Desde a saída do Barbudo, os Rockets nunca tiveram uma equipa com tão bons números. Deixada à sua própria sorte nas últimas temporadas durante a era Stephen Silas (2020-2023), a franquia texana, ´setima da Conferência Oeste, reencontrou o caminho no início desta temporada, voltando a colocar um sorriso nos rostos dos adeptos- apesar de derrotas consecutivas com os Clippers (106-100) e os Lakers (105-104).
Os jovens, capazes de lampejos de brilhantismo e em quem se via talento em certos jogos - como no TD Garden no ano passado - estavam rodeados de veteranos, a mistura perfeita para qualquer equipa da NBA.
Depois do fiasco, é altura de acordar
A primeira grande decisão da direção de Houston foi assegurar os serviços de Ime Udoka. Aos 45 anos, o antigo treinador dos Celtics tem a reputação de ser exigente e com capacidade para galvanizar as suas tropas. Na primeira temporada como treinador principal em 202/22, depois de ter sido adjunto em San Antonio, Filadélfia e Brooklyn, levou Boston às finais da NBA, que infelizmente perdeu para Golden State (2-4).
E, por enquanto, não podemos negar que o nativo de Portland e sua nova franquia estão em sintonia. Finalmente, encontramos uma equipa com sentido, onde os veteranos, para além de serem a voz do treinador, vieram trazer ordem a um balneário cheio de promessas. Jalen Green, Sengun e Smith Jr. estão a ter bola e a crescer. Ao lado deles, há jogadores com grande capacidade de recuperação, como Fred Van Vleet, Dillon Brooks e Jeff Green, capazes de lidar com os altos e baixos.
A preparação para os jogos, o balneário, a pressão, o conhecimento, tudo isso está presente. Os Rockets encontraram o que precisavam depois de anos de fiasco. Um contrato XXL no valor de 130 milhões de dólares em três anos para o antigo Raptor; quatro anos e 80 milhões de dólares para o homem que pertencia aos Grizzlies; um ano a 6 milhões de dólares para o Green Monster, campeão em junho com os Nuggets: não há dúvida, os texanos fizeram o trabalho durante o mercado de 2023, enquanto ainda estão à espera que Victor Oladipo regresse.
"Eles só querem que eu seja eu próprio. Sei que as pessoas estão em pânico com o montante, mas a liga cresce todos os anos e esse número não significará a mesma coisa daqui a uns anos. Sei que é um factor de choque com a imagem que tenho como jogador não draftado, mas vou trabalhar todos os dias para garantir que ganhei cada cêntimo", disse Fred Van Vleet à ESPN na altura da sua assinatura.
Com as atenções viradas para ele e responsabilidades a assumir, Van Vleet tem atualmente uma média de 17,2 pontos e 8,8 assistências em 11 jogos. Finalmente, um bom base para os Rockets. O seutenente, Dillon Brooks, está a fazer o trabalho de apoio, com pouco mais de 13 pontos, 4 ressaltos e 1 roubo de bola por jogo. "Houston, não temos problemas.
Os jovens ganham asas
Houston não tem problemas, e isso é uma boa notícia. Sobretudo os seus jovens jogadores, que estão a ganhar asas. E como elo de ligação com os veteranos, Ime Udoka fez da contratação do antigo pitbull dos Grizzlies uma prioridade, pois viu nele o perfil perfeito para complementar a juventude. Mais uma vez, é um bom encaixe.
Alperen Sengun, a joia dos Rockets, está finalmente a ser bem tratado, com o jogo a passar-lhe pelas mãos, e já se sente que vai ser a pedra angular deste promissor projeto. Será isto uma surpresa? Não, de todo. Se acompanha o basquetebol europeu, sabe que foi eleito o melhor jogador do campeonato turco em maio de 2021 pela sua época no Besiktas, com médias de 19,2 pontos, 9,4 ressaltos. Hoje, tem uma média de 20,1 pontos, pouco mais de 8 ressaltos e quase 6 assistências. O que é que o povo quer?
Atrás dele, Jalen Green também está a fazer bons números, com uma média próxima dos 20 pontos. Em suma, todo o potencial de Houston encontrou o caminho certo e o futuro parece risonho. Depois do fiasco das três épocas anteriores, os Rockets são a sensação do início da época e poderão ser a equipa surpresa a qualificar-se para os play-offs da NBA no final de abril.
