Wembanyama aponta à nova época da NBA: "Chegar aos play-offs é o objetivo mínimo"
- Fale-nos do seu verão com a medalha de prata olímpica?
- Entre a preparação e os Jogos Olímpicos, foi uma grande experiência, mentalmente muito exigente. O facto de os Jogos Olímpicos se terem concentrado em seis jogos de alta intensidade foi muito exigente do ponto de vista físico e tático. A primeira coisa que disse a mim próprio quando regressei foi que tinha muito a aprender com os Jogos Olímpicos. É uma experiência única, algo que me servirá para o resto da minha carreira.
- Que emoções sentiu depois de perder a final contra os EUA?
- As emoções começaram quando nos classificamos para a final. Eu senti-me privilegiada por ter essa experiência. Estávamos concentrados. Construímos algo com esta equipa. No final, foi uma espécie de alívio, mas foram demasiadas emoções que não consegui conter. Tive de gritar, de chorar, de desabafar.
- Chris Paul, 12 vezes All-Star, juntou-se aos Spurs neste verão.
- É um jogador que me lembro de ver muito quando era miúdo. Estou muito entusiasmado com ele. Sabemos que se vai adaptar bem a nós, queremos deixá-lo ser ele próprio para que nos possa ensinar coisas. Começou desde o primeiro dia, e isso é muito importante. Está desejoso de transmitir.
- Ganhou massa muscular este verão?
- O meu peso é um processo natural. É importante trabalhar de uma forma saudável para o corpo, respeitar a sua identidade. Dou ênfase à força profunda, não necessariamente à massa, que surge naturalmente e é o resultado de um bom trabalho este verão. A minha potência sempre aumentou todos os anos. Quero mantê-la. O principal aspeto que me ajuda a melhorar o meu jogo é a minha capacidade atlética. Pude trabalhar durante dois meses em San Antonio antes de partir para os Jogos, e esses dois meses levaram-me a um novo nível. Depois dos Jogos Olímpicos, fiz apenas 4/5 semanas de treino, o que me levou a um novo nível.
- O que espera para a sua segunda época na NBA?
- Uma das coisas de que falámos com o treinador é que não vou ter mais segundas, terceiras ou quartas oportunidades por jogo. Se quisermos ganhar agora, tenho de dar o exemplo. Não haverá mais espaço para esses erros. Há que trabalhar muito a nível mental. Este ano vamos enfrentar novas dificuldades. Queremos colocar-nos em posição de ser uma equipa vencedora, uma equipa de play-off. É uma cultura que temos de incutir. Os maus hábitos são mais fáceis de adotar do que os bons. Chegar aos play-offs é o objetivo mínimo.
- Qual é o seu papel no Spurs?
- Estou habituado a ser um líder pelo exemplo, no balneário e em ambos os lados do campo. Tanto do ponto de vista tático como do espírito de grupo, quero ser, por exemplo, a base da defesa, e também um pouco no ataque. Se estiver à altura das minhas capacidades e ajudar a equipa da forma correta, terei um papel de liderança no ataque e na defesa. Chefe não é uma palavra demasiado forte, mas não é a que prefiro. Um chefe é mais alguém que lidera e faz com que os outros trabalhem arduamente.