“A malta queixou-se muito que eu dei dois passos à frente. Não vou dizer que não dei, está lá a imagem… Foi o instinto que eu tive, dar os passos à frente e estão lá os árbitros. Vi muitos penáltis defendidos por muitos guarda-redes, até do Benfica, com passos à frente, em taças da Liga. Uma coisa é as pessoas ficarem frustradas, tristes e desiludidas, é normal, o Benfica tinha acabado de perder a segunda final consecutiva. Daí até ameaçarem a minha mãe de morte, o meu filho, a mim… Isso para mim não tem classificação, está muito para além do que é futebol. Infelizmente aconteceu comigo, com muitos jogadores, treinadores, árbitros e é das tristezas que tenho. Não conseguiu entender as ameaças de morte, não pude ir de férias para Portugal. Damos golpes no peito que somos um país seguro culto e civilizado, mas depois acontece isto”, desabafou.
Formado no Sporting e com passagem pelo FC Porto, Beto lembrou que sempre foi rival do Benfica, mas garantiu que a vitória não teve nenhum sabor especial por ter sido diante das águias.
“Não tem um sabor especial vencer o Benfica, teve um sabor especial defrontar o Benfica. Durante toda a formação fui rival deles, depois mesmos como profissional, estava no FC Porto, mas uma coisa é ser rival, isso é bom, mas o incentivo ao ódio tem de acabar. Tu não pensas que tem um sabor especial quando ganhas a Liga Europa, acabaste de ganhar um troféu internacional. Foi bom, porque tive a oportunidade de ser protagonista, porque defendi dois penáltis, isso sim, é o que importa”, concluiu.
Atualmente com 40 anos, Beto está sem clube depois de ter deixado os finlandeses do HIFK. Antes, conta com passagens por Chaves, Marco, Leixões, FC Porto, Cluj, SC Braga, Sevilha, Sporting, Goztepe e Farense. Internacional português em 16 ocasiões, esteve presente nos Mundiais de 2010, 2014 e 2018 e no Europeu de 2012.