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Paris-2024: Lin Yu-ting nos quartos de final do torneio de boxe marcado por polémica sobre género

LUSA
Lin Yu-ting venceu a uzbeque Sitora Turdibekova
Lin Yu-ting venceu a uzbeque Sitora TurdibekovaAFP
A taiwanesa Lin Yu-ting, uma das duas pugilistas no centro da controvérsia sobre o género no torneio olímpico de boxe, qualificou-se esta sexta-feira para os quartos de final da categoria de -57 kg, ao vencer a uzbeque Sitora Turdibekova.

Um dia depois da vitória da argelina Imane Khelif, por abandono da italiana Angela Carini, que relançou o debate sobre a questão nos Jogos Paris2024 e levou à reação da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, o triunfo de Yu-ting, por pontos, foi mais pacífico, com as lutadoras a cumprimentarem-se no final do combate.

"Só penso em dar o melhor dentro do ringue. Mas acredito que as adversárias tenham algum receio da minha força", observou a taiwanesa, em declarações ao canal televisivo TVBS, afirmando não se sentir afetada pela contestação por parte de outras pugilistas.

A atleta, de 28 anos, foi privada da medalha de bronze nos Mundiais de 2023 pela Federação Internacional de Boxe (IBA) por "não cumprir os padrões de elegibilidade, com base nos resultados dos testes bioquímicos", segundo indicava o Comité Olímpico Internacional (COI), que reformulou depois o texto de apresentação de Yu-ting.

A IBA rejeitou ter realizado testes com o objetivo de medir os níveis de testosterona das pugilistas, mas não revelou em que se baseou para excluir dos Mundiais Khelif e Yu-ting, a qual, no mesmo ano, foi autorizada a competir nos Jogos Asiáticos e conquistou a medalha de ouro na categoria de -57 kg.

"São mulheres, que praticam o seu desporto. Está estabelecido, neste caso, que são mulheres", reforçou na terça-feira o porta-voz do COI, Mark Adams, assinalando que Yu-ting já está a disputar pela segunda vez os Jogos Olímpicos, depois de ter sido eliminada na primeira ronda em Tóquio2020.

A questão de género está a provocar um braço de ferro entre o COI e a IBA, que pode comprometer mesmo a manutenção dos torneios olímpicos de boxe nos moldes atuais, mas Yu-ting e Khelif parecem contar com o respaldo do organismo liderado pelo alemão Thomas Bach.

A argelina foi particularmente visada na sequência da desistência de Carini, após menos de um minuto de combate, com Meloni a argumentar que as atletas "não estavam em pé de igualdade" e Donald Trump, candidato republicano às presidenciais dos Estados Unidos, a escrever na rede social X que manterá "os homens fora dos desportos femininos".