"Estou totalmente qualificada para participar (no torneio olímpico feminino). Sou uma mulher como qualquer outra mulher. Nasci mulher, vivi como mulher e competi como mulher", sublinhou após a sua vitória na final de 66 kg, no estádio de Roland Garros.
Tanto Imane Khelif como a pugilista taiwanesa Lin Yu-ting foram alvo de críticas por parte de rivais conservadores e de políticos como Donald Trump, bem como de numerosos utilizadores das redes sociais, que questionaram se elas são mulheres por não terem passado num teste de género no Campeonato do Mundo feminino do ano passado.
Ambas foram desqualificadas desse torneio pela Associação Internacional de Boxe, um organismo que está em desacordo com o Comité Olímpico Internacional e que foi destituído da organização do boxe nos Jogos devido a problemas de ética e transparência.
Depois de ser felicitada por telefone pelo presidente argelino Abdelmadjid Tebboune, a pugilista de 25 anos disse à beIN Sports: "Fui alvo de assédio e de uma campanha feroz, e esta é a melhor resposta".
Com a medalha de ouro ao pescoço, Khelif foi questionada numa conferência de imprensa lotada sobre as dúvidas levantadas nas últimas duas semanas sobre a sua elegibilidade para competir.
"Eles são inimigos do sucesso", disse sobre os seus críticos. "O meu sucesso tem um sabor especial por causa dos ataques", acrescentou.
Depois de Khelif e Lin terem sido defendidas pelo COI, que insistiu que estavam aptas para competir, a IBA disse esta semana que ambas foram submetidas a "testes genéticos no ano passado que mostram que são homens".
"Eles odeiam-me e não sei porquê", disse Khelif sobre a IBA."Enviei-lhes uma mensagem com esta medalha", acrescentou.