A conquista de Rebeca Andrade entra para a história da ginástica artística feminina. Ela é a primeira não russa ou norte-americana a ganhar o ouro de all-around em Mundiais desde 2006. Rebeca também é a primeira sul-americana a conquistar o título de melhor ginasta do mundo. Até hoje só havia uma medalhada: a brasileira Jade Barbosa, que ganhou o bronze em 2007.
Com a maior soma na fase de classificação, a brasileira era a grande favorita para a final. As principais concorrentes eram as norte-americanas Shilese Jones e Jade Carey.
Rebeca começou muito bem no salto, aparelho em que é a atual campeã olímpica. Ela somou 15.166 pontos e assumiu a liderança ao fim da primeira rotação. A performance foi importante para retomar a confiança após o erro que a tirou da final nesse aparelho.
No aparelho seguinte, as barras assimétricas, uma apresentação um pouco abaixo da média e com nota menor do que na classificação. Os 14.666 das eliminatórias viraram 13.800 na final. Mesmo assim, a brasileira seguiu na frente após a segunda rotação.
Na trave, a recuperação de Rebeca Andrade. A apresentação no aparelho mais difícil da ginástica feminina foi segura e a nota, maior que na classificação, correspondeu. Os 13.533 pontos asseguraram a liderança da brasileira para o último aparelho, o solo.
Baile de Favela garantiu o ouro
Na última apresentação, o baile de favela tocou forte e alto em Liverpool. Com uma atuação sem erros, a medalhista de prata na individual geral nos Jogos Olímpicos de Tóquio garantiu o ouro com 14.400.
A soma total de Rebeca nos quatro aparelhos ficou em 56.899 pontos. O resto do pódio foi formado pela norte-americana Shilese Jones, medalha de prata com 55.399, e a britânica Jessica Gadirova, bronze com 55.199.
A maior ginasta da história do Brasil soma agora dois ouros em Mundiais, de all-around em 2022 e no salto em 2021, além de uma prata nas barras assimétricas, também conquistada no último ano.