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Candidatos à sucessão de Delmino Pereira têm até sexta-feira para formalizar corrida à FPC

LUSA
Modalidade divide-se entre a glória na pista e as dificuldades na estrada
Modalidade divide-se entre a glória na pista e as dificuldades na estradaFPC
Os três candidatos a suceder a Delmino Pereira na Federação Portuguesa de Ciclismo têm até sexta-feira para formalizar a sua intenção, numa altura em que a modalidade se divide entre a glória na pista e as dificuldades na estrada.

Com Delmino Pereira a cumprir o terceiro e último mandato à frente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) perfilaram-se para a sua sucessão o antigo ciclista Cândido Barbosa, o atual vice Sandro Araújo e Pedro Martins, presidente da Associação de Ciclismo da Beira Alta.

Os três têm até ao final do dia de sexta-feira para remeter as suas candidaturas à Mesa da Assembleia-Geral, por correio eletrónico, devendo estas ser subscritas por um mínimo de 8% (ou sete) dos 76 delegados à Assembleia Geral.

As eleições para os órgãos sociais da FPC estão agendadas para 16 de novembro, com a votação a decorrer entre as 15:00 e as 17:00 na sede federativa. Caso nenhum dos candidatos obtenha 50% dos votos dos delegados presentes, haverá uma segunda volta, logo de seguida, para decidir o vencedor.

O sucessor de Delmino Pereira encontrará uma federação entre o sucesso desportivo alcançado na pista, onde Rui Oliveira e Iúri Leitão se tornaram nos primeiros portugueses a sagrarem-se campeões olímpicos fora do atletismo, ao conquistarem o ouro no madison em Paris-2024, com o segundo a trazer também a prata no omnium, e o estado dramático em que está o pelotão português de estrada, depois do escândalo W52-FC Porto e dos sucessivos casos de doping.

Com a modalidade a desenvolver cada vez mais vertentes, difícil será não descurar umas em detrimento de outras, com Sandro Araújo a admitir à Lusa, no momento em que lançou a sua candidatura, que “os recursos são limitados e a FPC não tem fontes de financiamento que permitam trabalhar todas as áreas com igual prioridade”.

“Mas há áreas que precisam de ser mais reforçadas. Por exemplo, a nível do BMX, uma vertente olímpica na qual é conveniente reforçar a aposta, mas também do ponto de vista daquilo que é a renovação e capacitação dos nossos clubes, dos nossos agentes desportivos”, enumerou o atual vice do organismo.

Com uma candidatura assente em quatro princípios essenciais, nomeadamente “a ambição, a inclusão, a ética e a excelência”, o também vice-presidente do Comité Paralímpico de Portugal considera que o ciclismo apresenta “um manancial de oportunidades” ao nível do trabalho a fazer com parceiros institucionais, potenciando a ligação “a áreas como economia, turismo, mobilidade, saúde, ambiente”.

Mais (re)conhecido dos três candidatos, Cândido Barbosa avançou para uma candidatura baseada no “amor incondicional” à modalidade e que tem como objetivo “unir para conquistar”.

Com mais de 100 vitórias no currículo, entre as quais se destacam 25 na Volta a Portugal, onde foi duas vezes vice-campeão (2005 e 2007), o antigo sprinter quer “desenvolver o ciclismo de forma integrada e ambiciosa, olhando para todas as suas vertentes”, num projeto assente em valores como “rigor, transparência, inovação, ambição e excelência”.

A ética desportiva, a defesa do ciclismo regional e o apoio à formação serão três áreas fundamentais no projeto de Barbosa, que pretende ainda potenciar e reforçar parcerias, incentivar a prática do ciclismo em todas as vertentes, dignificar a carreira de corredores e dirigentes e promover um ciclismo cada vez mais inclusivo e diverso.

“Há uma necessidade muito grande de mudar o rumo para onde a federação e o ciclismo estão a ser levados”, defendeu, por sua parte, Pedro Martins, numa entrevista à Lusa em que assumiu querer criar canais de comunicação mais diretos com a comunidade, priorizar a transparência e a valorização “das carreiras desportivas, das competições, e da imagem do ciclismo, que tem sido empurrada para baixo com os casos de doping”.

Entre as várias medidas que constam do programa eleitoral, a criação de uma comissão dedicada ao ciclismo no feminino, reforço da participação internacional das seleções, estímulos à criação de novas competições e a introdução das apostas desportivas são alguns dos destaques de uma candidatura com forte presença feminina: além da vice Celina Gonçalves, Sónia Brito é candidata ao Conselho Fiscal, Isa Carvalho ao Conselho de Disciplina, Mara Ferreira ao Conselho de Arbitragem, sendo Gastão Sousa e Tiago Santos, respetivamente, candidatos a presidente da Assembleia Geral e do Conselho de Justiça.

Já Cândido Barbosa, que tem José Soares como vice-presidente, escolheu Francisco Fernandes para presidente da Assembleia Geral, Alexandre Almeida para o Conselho Fiscal, Sandra Almeida para o Conselho de Justiça, Rui Bernardo para o Conselho de Arbitragem, e Luciano Calheiros Gomes para o Conselho de Disciplina.

Com Ana Cunha como vice da direção, Sandro Araújo apresenta Sónia Picamilho para a Assembleia Geral, Cláudio Guimarães para o Conselho de Arbitragem, Jorge Machado para o Conselho de Justiça, Tiago Fragoso de Carvalho para o Conselho de Disciplina e Luís Caeiro para o Conselho Fiscal.